28 de dezembro de 2010

Comentando a entrevista do presidente do IPPUJ (3)


Comentários sobre a entrevista do presidente do IPPUJ ao jornalista Claudio Loetz do jornal A Noticia. Continuação.


“Dizer que a verticalização é um problema é um mito. Pomerode (no Vale do Itajaí) definiu que os imóveis só podem ter seis pavimentos. Verticalizar não significa, necessariamente, adensar. Joinville tem processo de espalhamento espacial das moradias. Isso acontece por força da exclusão socioeconômica em função do modelo de desenvolvimento econômico adotado. Forjou-se um município de forte concentração, com predomínio de poucas famílias donas de imóveis e baixos salários. A população foi ocupando áreas das periferias, mais baratas. A classe média e a classe A ficaram na região central e proximidades. Isso desaguou num vazio não ocupado entre as duas partes.”


O problema das pessoas que como o presidente do IPPUJ confundem ideologia com desenvolvimento e que dedicam tempo e esforço a justificar o modelo de desenvolvimento de Joinville como resultado de modelos políticos ideológicos, os seus comentários destilam recalque e ressentimento e não permitem que veja e encare a cidade com a isenção que os cargos que ocupa no governo municipal exigem.


Ignora que o modelo de desenvolvimento urbano adotado em Joinville é o resultado da incapacidade do município de executar as obras de infrestrutura necessárias para promover o desenvolvimento e ter transferido a responsabilidade do planejamento urbano a loteadores e empreendedores privados. Alias este modelo existe desde os primórdios da existência da Colônia Dona Francisca, já que o modelo de ocupação urbana de Joinville é o resultado dos projetos elaborados pela Companhia Colonizadora de Hamburgo. A criação do município de Joinville é posterior a criação da Colônia e este modelo marca de forma indelével o perfil da cidade moderna.


A ocupação das áreas de periferia foi na quase totalidade dos casos feita a traves de loteamentos aprovados pelo poder publico e com a compra dos lotes por parte dos moradores recém chegados a cidade. Não houve praticamente invasões ou ocupações irregulares destes espaços.


As ações da atual administração por desvalorizar o centro, promovendo a implantação de conjuntos habitacionais de baixa renda e de descaracterizar as poucas áreas residenciais unifamiliares remanescentes, parecem mais o resultado de um desejo pessoal do próprio presidente do IPPUJ que o resultado de um planejamento urbano cuidadoso e criterioso.


Insistir em defender um discurso ultrapassado, que teima em citar “o modelo de exclusão socioeconômica em função do modelo de desenvolvimento econômico adotado” como o culpado pelos problemas atuais e ignorar a historia da cidade e do seu desenvolvimento.

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