4 de abril de 2010

Tempos Modernos (*)


Tempos Modernos


Minha Páscoa foi tomada por muito trabalho, o que não é novidade e pela leitura do livro Tempos Modernos, de Apolinário Ternes. Como os outros livros seus que já li, é um livro facil de ler. A pesar da riqueza de informações e detalhes, a leitura flui com facilidade e não fica pesado.

Chamou-me a atenção porem uma mudança sensível com relação a livros e textos anteriores do Apolinário, o peso que deu ao impacto do planejamento urbano. Fiquei feliz com isto, muitos se não a maioria dos problemas que temos e que deveremos amargar ainda durante muito tempo, como cidade, é resultado do modelo de desenvolvimento urbano que adotamos no passado recente, transferindo para a iniciativa privada (loteadores) a responsabilidade do desenvolvimento da cidade, definindo para aonde e como a cidade cresceria. Depois o IPPUJ e as sucessivas administrações municipais que tivemos, continuaram correndo atrás, tentando tampar o sol com a peneira. Sem fazer planejamento só atendendo interesses particulares. Num modelo que continua firme e forte.
Estes anos que o livro relata, são também, os anos da formação da cidade, considerando a cidade a partir da visão urbana. Foi justamente por não ter seguido o Plano diretor de 1973 que temos muitos dos problemas que temos.

Onde ficaram as ruas e avenidas projetadas: a Almirante Jaceguay? O zoneamento previsto, para preservar as áreas de morro e as áreas verdes? A outra metade da Marques de Olinda? A sua prolongação? Os grandes eixos que moldariam a cidade e que á permitiriam crescer de forma como foi pensada em 1973, nunca sairiam do papel e a cidade não cresceu como foi projetada, depois disto só tivemos remendos e gambiarras urbanísticas.

Outro tema que o livro aborda, ainda que superficialmente ( por exemplo no capitulo dedicado JEC) e que me parece apaixonante é o do surgimento da identidade Joinvillense, a atual, a nova, esta que é resultado da miscigenação dos alemães (é um jeito de falar, sabemos que não eram só alemães) dos portugueses, italianos, paranaenses, gaúchos, paulistas, incluindo os francisquenses, sãobentenses e tantos outros e ate um que outro espanhol perdido, que por aqui aterrissou. Esta é a Joinville do Amanha, a que surgirá dos autênticos joinvillenses, sem uma etnia definida e preponderante, porem que incorporam características de todas elas e constituem o novo Joinvillense, a alguns destes eu denomino carinhosamente as vezes ( outras não tanto) os novos sambaquianos.


A imagem é de Cleber Gomes do jornal A Noticia


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