30 de abril de 2008
A ponte da Insensatez
A ponte da insensatez,
Quando a obra foi iniciada, há 70 dias, ninguém imaginou que teria continuidade. Em poucos dias seria interrompida até que plano melhor fosse aplicado, em nome da competência e do respeito aos catarinenses. Nada disso aconteceu. A obra continuou, e os engarrafamentos também. E perduram até hoje, para espanto de todos. Refiro-me à recuperação da ponte sobre o rio Itajaí-açu, em Navegantes, na BR-101, obra de responsabilidade do governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT).
Da noite para o dia, desviou-se o tráfego de uma das rodovias de maior trânsito no Sul do País, em plena temporada de verão, e alguém colocou meia dúzia de operários a fazer obra capaz de produzir prejuízo incalculável a milhares de pessoas. Sem explicação e sem satisfação de ninguém. Engarrafamento contínuo de três a quatro quilômetros se formou na meia pista, obrigando milhares de pessoas a aguardar prazo médio de uma hora para a travessia do pequeno trecho. Semanas depois, a mídia noticiou pequena reação de algumas entidades e informou que o turno de trabalho seria ampliado e equipes, reforçadas. Anunciou-se, então, que o prazo de entrega da obra seria antecipado em 15 dias. Brutal decepção. Nada de agilidade, eficiência, turnos intermediários, explicações e alguma satisfação à sociedade. Nada!
Um burocrata sem nome, em nome do Estado, nomeado por alguém junto ao "núcleo" do poder, no quartel-general do Estado, decide num gabinete refrigerado do DNIT que é preciso (e de fato era) consertar a ponte, e ponto final. Há 70 dias, milhares de catarinenses, debaixo do sol e da chuva, à luz do dia ou no sereno da noite, aguardam pacientemente uma hora ou mais a travessia da ponte de Navegantes. Não precisava ser assim, mas assim tem sido. Nos Estados Unidos ou na Europa, obras dessa natureza são feitas em ritmo acelerado, em processo contínuo, em poucos dias. Muitas vezes, à noite. Aqui não. Ali, você passa e vê com os próprios olhos: um operário trabalha e outro contempla! Um trabalha e outro fiscaliza! Deve ser tecnologia de última geração, que só funciona se tiver olho humano assistindo. A morosidade do conserto da ponte prova por que o PAC não sai do papel em lugar nenhum. Só existe na retórica do Lula e na estatística de mãe Dilma.
Decorridos 70 dias, quanto foi o prejuízo dado aos catarinenses? Em reais, qual o prejuízo das empresas de transportes? Da indústria? Do comércio? Do turismo? Quanto não deixou de arrecadar o Estado de Santa Catarina? (Com Beto Carrero e Camboriú ao lado). E, mesmo assim, não se viu um pronunciamento das autoridades. Não há uma Secretaria de Infra-estrutura? Não há um Departamento de Infra-estrutura? Sim, a obra é federal, mas o prejuízo é estadual! E a Federação das Indústrias do Estado e a Federação do Comércio se manifestaram? A Prefeitura de Itajaí, com o porto ali do lado? E a de Navegantes, do outro? O Ministério Público fez alguma coisa? A mídia, além de matérias de 20 linhas, gritou sobre a barbaridade que vem sendo cometida há mais de 70 dias contra os interesses e a dignidade dos catarinenses? O que espanta nesse episódio são o comodismo e a resignação da opinião pública. O comodismo diante da desfaçatez de um servidor público anônimo capaz de provocar tamanho prejuízo sem que uma única voz se levante ou uma única autoridade se faça ouvir.
Temos 40 deputados estaduais que ganham salários maravilhosos. Habitam um palácio cheio de assessores, rodam em veículos modernos e gastam fábulas em celulares dia e noite. Pois nenhum se interessou em resolver o caso da ponte. Temos 16 deputados federais que ganham melhor ainda. Gastam mais ainda. Têm o dobro de assessores e embarcam e desembarcam em Navegantes o tempo todo. Não se tem notícia de que algum se interessou pelos transtornos do conserto da ponte. Temos três senadores, nenhum demonstrou o menor interesse pelo assunto. Eles vão responder que não, já sabemos disso. Mas se se interessaram, aqui vai a resposta: foram incompetentes no que fizeram, pois as obras continuam a passo de tartaruga. Para decepção de seus eleitores.
O caso é emblemático: não se trata apenas de um episódio que lembra Franz Kafka, o autor tcheco que revelou o terror do Estado moderno, mas, principalmente, de lembrar outro alemão, Brecht, que dizia assim: "Primeiro, levaram os negros. Mas não me importei com isso. Eu não era negro. Em seguida, levaram alguns operários. Não me importei com isso. Eu não era operário. Depois, prenderam os miseráveis. Em seguida me levaram... e não tinha ninguém para protestar!"
( aternes@terra.com.br )
29 de abril de 2008
Agora acompanhar os textos no blog ficou mais facil...
Agora você pode acompanhar, a atualização do blog, diretamente no seu computador,cadastre o seu e-mail e recebera um e-mail no seu endereço, cada vez que o blog seja atualizado. Um serviço facil é rapido.
Não perca nemhum post. Mantenha-se atualizado dos Comentarios e Opiniões.
28 de abril de 2008
Espaços publicos, interesses privados
A charge de Angeli, faz pensar, no alto grau de intimidade que as vezes pode ser confundido, por pessoas menos avisadas, com promiscuidade, que existe entre interesses públicos e interesses privados.
É difícil, inclusive para os administradores mais probos, manter a equidade e preservar o interesse publico, acima dos interesses privados. Imagine você, se o administrador não for la muito probo, neste caso,terá muitas dificuldade em conseguir separar o que é publico do que é privado. As vezes inclusive, inadvertidamente, se corre o risco que o dinheiro acabe sendo depositado na conta errada.
27 de abril de 2008
Macaco gosta de banana?
Importante politico de Santa Catarina, respondeu recentemente a uma pergunta de um investidor, com outra pergunta.
A resposta foi " Macaco gosta de banana?" numa metafora infeliz que implica uma resposta positiva.
Outras respostas que tambem poderiam ter sido dadas:
1.- Joinvilense quer desenvolvimento?
2.- Joinvilense quer emprego?
3.- Joinvilense quer trabalho?
4.- Joinvilense quer ver a sua cidade se desenvolver?
Todas as 4 perguntas e muitas mais que voces podem acrescentar, teriam tido a mesma resposta, um SIM rotundo.
Ainda sobre os incentivos fiscais
Numa continha rápida, se o ITBI for de 2%, para um imóvel de R$ 20 milhões, representaria aproximadamente R$ 400.000.
No caso do IPTU, o percentual oscila entre 0,5 e 2 % do valor do imóvel, se o valor da terra nua for os mesmos 20 milhões, o IPTU representará por ano entre R$ 100.000 e R$ 400.000, por 15 anos, que foi o período em que a Prefeitura, concedeu de isenção, o valor representara entre R$ 1.500.000 e R$ 6.000.000.
Para entender bem claro, em quanto o governo do estado concede postergação, quer dizer que depois de um tempo os impostos serão pagos, o governo do município da de presente, ninguém precisa devolver.
Só umas simulações para começar a conhecer o tamanho dos incentivos fiscais concedidos pela prefeitura municipal. E isto é só uma parte, Tem mais.
Numa conta superficial, os incentivos concedidos a GM, superam os R$ 15 milhões ao longo de 15 anos, se divididos pelos 500 empregos que a empresa se comprometeu a criar, estamos falando de um subsidio de R$ 30.000 para cada emprego criado.
Sé é muito ou é pouco, dependera dos incentivos concedidos ou não aos demais segmentos empresariais da cidade e ao custo que represente a criação de cada novo emprego.
Quantas mais claras as contas, mais facilmente a sociedade poderá se manifestar sobre o tema e avaliar a conveniência ou não de conceder este tipo de vantagens.
Em quanto o governo municipal não informe dos valores totais dos incentivos concedidos e o seu impacto sobre a economia do município, a duvida permanecera. E o que é pior todos os comentários a favor ou contrários estarão mais perto de papo de boteco, que de uma abordagem seria e criteriosa.
este post é a continuação de Incentivo$, Quanto vai custar a conta?
26 de abril de 2008
Comentarios perdidos...
Neste blog não praticamos nenhum tipo de censura a menos que se trate de textos ofensivos ou com palavras de mau gosto.
Por tanto, se não foram publicados é porque devem ter se perdido na blogosfera.
Se tiver interesse, ainda em ver o seu comentario publicado, pode enviar de novo e publicarei com certeza.
24 de abril de 2008
Qual é o Jornal mais confiavel?
Projeto (fazendo) Arte na Rua III
Todas as contribuições são bem vindas. Na medida que perdemos urbanidade e civilidade o projeto cresce, e o numero de trabalhos apresentados aumenta vertiginosamente.
Os colaboradores deste blog tem inundado nossa caixa postal com imagens destes projetos, a equipe de curadores do projeto esta seleccionando os mais interessantes.
Nesta instalação que tem por titulo "Azul profundo" vemos um trabalho em que o monocromatismo adquire uma dimensão é uma força extraordinária, a sensibilidade do autor ao combinar dois tons de azul, o da fachada, com o da embalagem plástica. Surpreende e fascina.
O trabalho ainda apresenta um ponto adicional, ao incluir a força atávica da natureza na forma da cor crua e quente do papelão, natureza feita funcionalidade.
Nota 10 para a composição.
23 de abril de 2008
Projeto (fazendo) Arte na Rua II
Com a colaboração do Arqto. Arno Kuhmlen, incorporamos uma nova instalação ao nosso projeto (fazendo) Arte na Rua.
O trabalho apresentado hoje, é o resultado de uma técnica mista, que inclui desde o collage até a escultura, a composição escultorica, composta por um conjunto piramidal de volumes em material plástico multicolorido, porem com um predomínio do azul intenso.
O detalhe do collage, compondo e dando uma pitada de anarquismo a mensagem autoritária representada pela sinalização de transito.
O resultado final é um trabalho harmónico, atrevido, porem que tem o seu ponto principal, a sua apoteose no local escolhido.
O entorno enobrece o trabalho, que tem por titulo "Lixo azul" e que pela sua qualidade e arrojo, merece estar na nossa galeria de honra.
O trabalho serve também para alertar, sobre a perda gritante de qualidade de vida na nossa cidade e sobre como as nossas ruas estão aos poucos sendo convertidas em lixeiras.
Uma cidade do seculo XVIII
Do Arqto. Arno Kuhmlen, publicamos este texto, irreprensivel, que merece um amplo debate. O texto esta amparado por algumas fotografias auto explicativas, que mostram a cidade em que Joinville esta se convertendo.
O que esta acontecendo em Joinville?
Se os passeios estão um lixo, vamos transformá-los
Me pergunto: quem é o responsável ?
A resposta é simples e clara, todos. Porém a pergunta não tem resposta
A primeira pergunta do texto deveria então ser mudada: o que
As respostas devem caminhar pela falta de urbanidade (conjunto de
Todas as cenas mostradas nesta página foram feitas nos ultimos 6 dias
Deixo ainda outras duvidas minhas:
- Se em tese todo lixo é manuseado pelo morador da cidade,se este
- Quais os percentuais de leitos hospitalares que são ocupados por conta desta falta
Arno Kumlehn
Arquiteto e Urbanista
22 de abril de 2008
Projeto de ciclofaixa na Rua Dona Francisca...
...ganha premio internacional.
No Congresso Internacional de Cidades Surreais e Projetos Irresponsaveis (CICSPI) realizado em Timboctu, o projeto apresentado pela Prefeitura Municipal de Joinville ganho o Premio de Honra.
Os juizes destacaram a criatividade e a ousadia, não só de apresentar um projeto como este, principalmente de ter a coragem de implanta-lo.
Parabens!
Projeto (fazendo) Arte na Rua
A Prefeitura Municipal de Joinville, a traves da Secretaria de Infraestrutura e da Conurb, com a inestimavel colaboração da ekipeteknica do IPPUJ. Implantou um projeto de ciclofaixa que contribui a melhorar a segurança dos ciclistas. Ao impedir que os ciclistas usem a ciclofaixa, o risco de acidentes reduz em 95 %, porque os ciclistas ficam em casa, ou vão a pé.
A ciclofaixa, que forma parte das ultimas intervenções feitas pela prefeitura, esta inserida no projeto "Unindo o Nada a Coisa Nenhuma" o projeto que iniciou com a ciclofaixa da rua Otto Bohem, tem continuidade agora na rua Dona Francisca. Uma serie de trechos desconexos de ciclofaixas, que começam no nada e se prolongam até o vazio mais profundo, tem caracterizado esta nova fase da intervençaõ urbana, da EkipeTknica.
Com a proximidade do periodo eleitoral pipocam na cidade as obras eleitoreras, que como cogumelos aparecem depois das chuvas de outono, daqui a pouco teremos, estatisticamente falando, uma das maiores malhas de ciclovias e ciclofaixas do estado e quem sabe se não do mundo.
O projeto parece mal planejado, implantado de uma forma atabalhoada e pior executado do que ja é habitual, impropio da capacidade tecnica que repousa, mal aproveitada, nos quadros do nosso executivo municipal.
A implantação deste tipo de trabalhos, não é condicente, nem com o gabarito dos nossos profissionais, nem com as demandas e necessidades da cidade e menos ainda, com o valor dos impostos que como contribuintes pagamos. Transparece o elevado grau de improvisação e precariedade com que são tratados os joinvilenses.
A falta de um projeto de mobilidade urbana adequado, faz que as ações fiquem descoordenadas, resultado muito mais de espasmos aleatorios, que de um planejamento urbano serio e abalizado. É claro que, aos poucos os ciclistas desistem de usar as suas bicicletas, temerosos que estão das suas vidas, ja não temos quase ciclistas, utilizando a ciclofaixa. Depois os entendidos dizem que não precisa ciclofaixa ou ciclovia porque não tem ciclistas.
O Projeto ( fazendo ) Arte na calçada ficou maior...
A nova proposta passa a incorporar as ações do projeto anterior e adquire uma nova logotipia e novo projeto visual, passa a ser divulgado com o nome de Projeto ( fazendo) Arte na Rua.
21 de abril de 2008
Um parque para Joinville - Propostas
Uma das areas com maior potencial para a instalaão de um parque para Joinville e o imovel hoje o cupado pela 62 BI. A localização e o tamanho da area, fazem desta uma das melhores alternativas.
O fato que toda a area pertença a um unico proprietario ( Governo Federal - Ministerio da Defesa) deveria facilitar a operação.
Existe a necessidade de preservar os predios historicos e mesmo preservando é possivel ter um parque ideal, com areas verdes, espaços para lazer, caminhadas e atividades culturais.
A rua inteligente
A Colômbia tem um projeto interessante, que permite discutir a ocupação e o uso do espaço urbano, no pé de cada fotografia tem uma referencia clara.
A cidade de poucos, A cidade de muitos ou a cidade de todos.
e aqui em Joinville qual é o nosso modelo de cidade? para quem estamos planejando a cidade, para poucos ou para todos?
20 de abril de 2008
Um parque para Joinville
Se Joinville hoje não tem um parque digno deste nome, e não devemos cometer o erro de confundir os parques ecológicos como o Parque Caieras ou o Parque Morro do Finder, como os parques que Joinville quer e precisa. É porque simplesmente nunca foi uma prioridade dos nossos governantes de plantão.
A construção da Arena Joinville, do Boulevard Cachoeira, ou as reformas milionárias das praças Nereu Ramos e do Mercado, tem sido algumas das prioridades que a administração municipal tem escolhido.
Pode parecer que numa cidade que enfrenta ainda sérios problemas nas áreas de saúde, segurança e infra-estrutura, a implantação de um parque não deva ser uma prioridade, como laias nunca tem sido.
Mas alguns dados podem ajudar a complementar a campanha, liderada pelo Jornal A Noticia. O primeiro e que de acordo com estudos feitos as cidades que tem e fazem uma manutenção adequada de parques, praças e áreas verdes publicas em bom estado, reduzem a violência urbana, porque espaços públicos de qualidade afugentam os marginais e são utilizados pela população.
Também as cidades que tem parques, melhoram a saúde da sua população, ao estimular a pratica de caminhadas, de exercícios aeróbicos e de esportes ao ar livre. Do mesmo modo as cidades em que a prefeitura cuida das praças e parques, mantem os jardins dos edifícios e residências melhores, mais bonitos e contribui a melhoria da qualidade de vida.
Ainda a cidade que tem parques públicos e ruas arborizadas, ganha uma melhor qualidade do ar, melhora o micro clima, ao amenizar o calor do verão, e reduz o barulho, pela capacidade que as arvores tem absorver as ondas sonoras.
AS cidades com mais e melhores áreas verdes, vem nas suas ruas e jardins, um maior numero de pássaros e outros animais da fauna nativa, que passa a dispor de espaços verdes seguros e adequados.
Bem vinda a iniciativa, agora vamos trabalhar para que tenha êxito.
texto publicado no Jornal A Noticia
Incentivo$, Quanto vai custar a conta?
Nada ajudaria mais a garantir a transparencia que faltou ate agora, que colocar valores a estes incentivos.
Quanto seria o ITBI?
Quanto o IPTU, para uma área construída daquele tamanho de m2?
Quanto é o valor da TLL?
Quanto é o valor do ISS envolvido na construção da obra?
Quanto a o valor da COSIP?
Quantos Reais representa a parte de renuncia fiscal do ICMS?
E tudo esto multiplicado por 15 anos, representa quanto?
Nada melhor que colocar os valores e poder dividir pelo numero de empregos criados.
Seria uma conta clara e transparente, porque nada limpa melhor que a luz do sol, com o seu poder desinfectante.
Porque é impórtante que voce saiba? Porque meu amigo é voce quem vai pagar a conta. Sempre que se utilizam recursos publicos, é voce quem paga a conta, e nada mmelhor que saber quanto vai ser o tamanho da garfada.
19 de abril de 2008
Projeto (fazendo) Arte na Calçada V
O Projeto ( fazendo) Arte na Calçada, apresenta hoje um dos seus trabalhos mais recentes, localizado na rua Max Colin, a obra de dimensões espetaculares, contrasta pelas suas proporções, com os trabalhos apresentados até o momento.
A escultura, de autor desconhecido, é uma elegante estrutura tubular em aço preto, que se perfila avançando sobre a rua, criando um arco incompleto. A obra que tem por titulo “Abraço Interrompido” que representa um abraço estilizado, a cidade querendo abraçar o céu, um abraço de um braço só. Um trabalho que consegue um equilíbrio perfeito entre a escolha dos materiais e o ousado da sua concepção. Se por um lado o aço tubular preto é um material bem incorporado na paisagem urbana, a ousadia do autor esta na dimensão na obra e na força da sua interrupção, a aparencia de trabalho inconcluso evidencia a coragem e a maturidade do autor.
A obra tem as mesmas caracteristicas que os demais trabalhos que compõem a mostra e evidencia a preocupação da prefeitura municipal para levar a arte a todos os cantos da cidade.
( Esta iniciativa cultural não conta com o apoio da FCJ - Fundação Cultural de Joinville e tampouco recebe nenhum tipo de incentivo ou subvenção, nem é custeada com recursos públicos )
Para conhecer mais deste projeto veja também:
Projeto (fazendo) Arte na Calçada IV
Projeto (fazendo) Arte na Calçada III
Projeto (fazendo) Arte na Calçada II
Projeto (fazendo) Arte na Calçada
18 de abril de 2008
A cidade imaginaria
A cidade imaginaria
A incansavel capacidade que este governo municipal tem, para criar projetos, para desenvolver propostas, para imaginar uma outra cidade, é digna de elogio.
Para toda e quaisquer coisa que alguém possa imaginar a prefeitura municipal tem mais de um projeto, as alternativas se acumulam em gavetas e caixas empoeiradas. A maioria das soluções, que os projetos propõem acaba ficando obsoleta, antes de ver a luz.
A capacidade de inventar soluções que nunca serão executadas, de confundir fantasia e realidade, pode em alguns casos levar aos ocupantes de cargos eletivos a viver num mundo paralelo, em que não é mais possível discernir o certo do errado. Um caminho perigoso e confuso que é difícil de percorrer.
Os meus filhos cresceram sem poder passear em nenhum dos onze parques projetados, apresentados em cores e maquetes pelo IPPUJ, em não poucas reuniões e palestras. Projetos que mesmo depois de muitos anos e muitos reais continuam sem ser implantados e parecem cada vez mais distantes.
Hoje duas cidades distintas ocupam o mesmo lugar, uma é a cidade imaginaria só visível, para políticos e os seus íntimos, a traves de um fantascopio, invisível a olho nu, para os demais mortais. É a Joinville irreal que nunca sai do papel, e que só cobra vida, na fantasia de nossos dirigentes, que acabam acreditando nesta outra fantasia.
Para nós fica a Joinville real, a das ruas esburacadas, sem espaços para o lazer, sem áreas verdes publicas a Joinville cinza, a do transito lento, dos engarrafamentos, das obras inacabadas, das inaugurações incompletas. A Joinville, que aos poucos vai perdendo o seu brilho de outrora.
Em alguns momentos as duas cidades se cruzam, por instantes é possível vislumbrar na lanterna mágica as duas Joinvilles, Os desenhos coloridos dos projetos, perdem o brilho, a fantasia da computação gráfica, não sobrevive à claridade da luz do sol. E aos poucos as pessoas percebem que a nossa cidade é a real, à de cada dia, a das filas, dos buracos, que tem poeira na época de seca, a do barro na época de chuva.
A outra é uma fantasia, que existe só nas cabeças e nos sonhos dos nossos dirigentes, e os sonhos, sonhos são.
Publicado no Jornal A Noticia
17 de abril de 2008
Incentivos, para que incentivos?
Devemos comemorar que uma empresa como a GM, tenha tomado a decisão de se instalar
Quantas centenas de outras empresas escolheram este estado, pelas suas características e pela sua posição geo-estratégica, pela sua pujança e pela sua gente. Sem ter convertido a sua decisão empresarial, num mercado persa, num leilão.
Que seja preciso conceder incentivos e vantagens e antes de mais nada, o reconhecimento que a competitividade catarinense precisa de estimulos adicionais, por tanto, o próprio estado e os municípios reconhecem, que atual carga tributaria é elevada demais, e precisa ser revista.
As concessões de incentivos específicos, que contemplam uma única empresa, sempre são uma ferramenta perigosa, desde o ponto de vista político e a sua transparência é menos diáfana, representa uma decisão difícil de ser justificada. Por outro lado, as iniciativas, que tem como objetivo atender setores da economia catarinense e que beneficiam por igual a todas as empresas de um determinado setor, são alternativas democráticas, transparentes e justas. Porque não segregam e no beneficiam de uma maneira distinta empresas iguais. O Estado de Santa Catarina, tem recentemente tomado medidas para beneficiar a toda a indústria da pesca, ou a todas as empresas de tecnologia, num exemplo de lisura e transparencia a ser aplaudido.
Joinville esta encaminhando um projeto de lei a Câmara de Vereadores, que se aplica exclusivamente a empresas que gerem mais de 400 novos empregos, proposta injusta, que exclui a mais de 99 % das empresas da cidade.
É justa a reivindicação dos setores que se sentindo discriminados e prejudicados, exigem simplesmente ser tratados do mesmo modo, querem receber tratamento igual. Uma lei que beneficie a mais empresas será mais justa, gerara mais empregos e aumentara a geração de impostos e tributos.
Incentivos Fiscais
Lembrar que os textos mais novos são os primeiros que voce encontra no blog.
É lamentavel que o executivo municipal esteja perdendo uma oportunidade como esta para atender as justas reivindicações dos empressarios de micro e pequenas empresas. A prefeitura não informou o tamanho da renuncia fiscal que concedeu a GM.
A capacidade de geração de empregos, muitos mais de 500, e ainda pulverizados em todos os bairros da cidade e em todos os setores economicos. O comprometimento que estes empresarios e as suas entidades tem com Joinville e com o seu desenvolvimento, são importantes para a construção da cidade forte e empreendedora que é Joinville.
Quanto é o valor desta isenção? esta é a verdadeira pergunta que deve ser respondida e que a prefeitura não tem divulgado. Quanto dinheiro representa?
A enorme dificuldade que esta administraç~]ao tem para lidar, não só com as criticas, mas especialmente com as opiniões distintas, que não quer dizer que sejam divergentes, simplesmente pelo fato de ser diferentes e não estar alinhadas com a unicidade de pensamento que nos coloca no nivel das sociedades mais radicais e menos democraticas.
Seja bemvinda a GM e quantas mais empresas e empreendedores que escolham esta cidade para contribuir com o seu desenvolvimento
Transcrevemos a continuação a cronica do Jornalista Luiz Verissimo, que com o titulo "Em Defesa da GM" e " Certeza" contrapõe a texto anterior do Arqto. Sérgio Gollnick, em azul o texto do Verissimo em vermelho os meus comentarios.
Em defesa da GM
Acompanhamos desde o início as negociações da GM com a Prefeitura e o Governo do Estado, inclusive os benefícios concedidos e aqueles negados.
Nada ajudaria mais e traria mais transparencia ao processo, que conhecer exatamente os termos desta negociação, os valores reais da renuncia fiscal, para sair do campo do achismo e do conceito e poder dimensionar o real tamanho da renucia do municipio.
É importante colocar esta questão nos dois lados da gangorra. O primeiro é a renúncia fiscal e uma comparação com o número pequeno de geração de empregos, cerca de 500. Pequeno? Sim, pois uma empresa de call center, em menos de um ano, chegará aos dois mil empregos diretos. Só a Tupy vai aumentar quase a metade só para atender a demanda da GM e outras montadoras. Tem razão Sérgio Golnick em alertar para o “benefício da dúvida”, como o fez na edição de ontem na coluna de opinião deste jornal?
Só é a falta de transparencia que gera duvidas, quanto mais clara e diafana seja a informação que a prefeitura forneça, menos duvidas pairarão sobre o processo da GM
Aliás, todos achavam que só aqueles que são contra tudo e contra todos da atual administração municipal é que fossem contestar a vinda da GM. Até o PT de Joinville, que por vezes adota esta prática, carimbou sua aprovação com a presença de seu líder maior na solenidade ACIJ.
Certeza
Enquanto o urbanista Sérgio Golnick defende o benefício da dúvida, a coluna tem a absoluta certeza: a GM representa uma nova fase para nossa indústria, que vai intensificar sua vocação de fornecedora para o promissor setor automotivo. Atrás da GM virão outras empresas que não receberão nenhum incentivo fiscal e que acabarão gerando o triplo de empregos, no mínimo. Este é o outro lado da gangorra.
Quantas? Quais? e quantos empregos gferarão as empresas que a GM atraira para Joinville? Quantos impostos adicionais estas empresas gerarão? Na epoca em que tive oportunidade de participar da administração Luiz Henrique, na prefeitura de Joinville, a Whirpool ( na epoca Multibras - Embraco) fez um trabalho enorme para atrair para Joinville e região os seus fornecedores, um grupo importnate de empresas se instalaram em Joinville naquela epoca, como a CRW, Ilpea, Masisa e muitas outras. O que fica no ar, Quanto? Frente a dados não quedam duvidas, o resto são só conjeturas de parte e parte. A menos claridade, mais duvidas e mais transparencia menos duvidas e maiores certezas.
A GM absorverá mão de obra especializada graças ao seu alto índice de automação. Seus fornecedores – residentes ou aqueles que irão se transferir – irão pagar todos os impostos municipais e estaduais, além de contribuírem para o incremento da nossa economia, em especial ao setor do comércio. Contestar a renúncia fiscal e o pequeno número de empregos é o mesmo que criticar seu time por ter tomado dois gols numa decisão de campeonato, sem mencionar os sete que fez na vitória. Certamente não deve ser o caso de Sérgio Golnick, ex-secretário de planejamento da Prefeitura.
A confirmação da instalação da fabrica de motores da GM, em joinville, tem despertado uma polemica interesante sobre a politica de incentivos fiscais.
Reproduzimos o texto do Arquiteto Sérgio Gollnick
O BENEFÍCIO DA DÚVIDA
A vinda da General Motors é, sem dúvida alguma, uma das mais importantes conquistas de Joinville nos últimos anos em função de todas as repercussões econômicas que este tipo empreendimento traz para a cidade e região. Há muito tempo Joinville esforça-se em atrir uma empresa de “griffe” mundial, talvez para dar autenticação à sua história de empreendedorismo. Se isto é necessário ou não tenho lá minhas dúvidas, pois temos empresas de “griffe” mundial que aqui nasceram, prosperam e muito nos orgulham.
Ocorre que, juntamente com este anuncio, vieram à tona os benefícios e incentivos que a GM estará recebendo. Até aí, em princípio, nada demais. A questão está no fato de que a GM vai gerar algo em torno de 400 empregos diretos tendo como benefício uma série de isenções tributárias ao longo dos próximos 15 anos. A redução da carga tributária é uma luta da sociedade há anos, pois o excesso de tributos inibe a capacidade de empreender, inovar e gerar empregos. Portanto, os benefícios concedidos de forma exclusiva e direcionada são, ao meu entender, uma “facada nas costas” do empresariado local.
Alguém sabe quanto custarão os empregos anunciados pela GM para a sociedade? Sendo a GM uma das maiores empresas do mundo, será que ela não deveria pagar, assim como as demais empresas aqui instaladas pagam, os seus tributos normalmente? É correto que a nossa cidade e o Estado abram mão de uma arrecadação de milhões de reais em nome da geração de tão poucos empregos? Para mim, a resposta parece simples e direta: é claro que não! A política de incentivos fiscais só tem sentido como estímulo para a instalação de empresas inovadoras, limpas, que gerem novos empregos, que não gerem concorrência desleal e, como condição “sine qua non”, apresentem um extrato de contas, ano a ano, contabilizando os retornos propostos para a sociedade das contrapartidas, sob pena de cessar e até retroagir os benefícios fiscais concedidos caso o retorno social e econômico não venha a ser cumprido.
Do ponto de vista empresarial e capitalista, especialmente para uma empresa com a cultura norte-americana, a meta será sempre obter o ”lucro máximo”. Tenham certeza que os incentivos fiscais jamais serão convertidos, na sua grande parte, em empregos correspondentes, em responsabilidade social ou em retorno para a sociedade que a patrocina. O excedente financeiro vai virar remessa de lucros ao país sede que está agonizando uma amarga crise. Precisamos de uma fórmula mais clara e menos impetuosa na política incentivos para a atração de novos empreendimentos, caso contrário, abrir mão destes recursos nada mais é do que praticar renuncia fiscal.
Alguns pequenos empresários externam, de forma tímida, sua indignação, pois as medidas anunciadas pela Prefeitura e pelo Estado somente atendem grandes empresas, deixando aqueles realmente necessitados de incentivo fora do jogo. É a tal “mania de grandeza” que nos persegue. Não obstante a isto, a Prefeitura irá, mais uma vez, ignorar as diretrizes do Plano Diretor retalhando a cidade sem nenhuma análise mais aprofundada de suas conseqüências, sem estudos de impacto e sem um plano compreensível. O agravante é que a especulação imobiliária, que aparentemente domina por influência parte do poder político vem, passo a passo, conseguindo seu intento de transformar estoques de terra não urbanos, sem infra-estrutura e impróprias à expansão da cidade, em verdadeiros oásis de lucro. A inexistência da infra-estrutura será provida pelo poder público com o dinheiro da sociedade. A GM é bem vinda, mas a oferta de incentivos precisa ser direcionada aos que realmente merecem ou necessitam e, a sociedade precisa compreender, de forma clara, quais são e em quanto tempo os resultados que serão colhidos a suas custas.
16 de abril de 2008
Ativo ou Passivo
Importante este novo papel do jornal, que cria um espaço aberto e democrático, para que todos possam se manifestar e que ainda permite que o poder publico tenha a oportunidade também de responder.
O que chama a atenção é porem não as reclamações e criticas feitas, que são procedentes. o que surpreende são as respostas, dos diversos órgãos públicos envolvidos. As respostas atendem ao mesmo padrão, primeiro, o de reconhecer que não tinham conhecimento do problema levantado, e que a partir deste momento passavam a tomar conhecimento. Segundo, o reconhecimento que são as reclamações e indicações dos cidadãos os que determinam as ações dos órgãos da prefeitura e Terceiro que serão feitos os estudos e analises necessários para tomar uma decisão. A Forma de trabalhar é claramente reativa, Agir depois que as coisas acontecem. Sempre por tanto um passo atrás, sempre corretivamente. Confeso que esperava mais, acredito que tanto a Seinfra, como a Conurb, devem ter nos seus quadros profissionais competentes, Que tem a obrigação, não de dar respostas evasivas e sim resolver imediatamente e de uma forma definitiva os problemas levantados.
Um bom governo, que esteja direcionado a atender os cidadãos, deve se antecipar, planejar, deve conhecer não só os seus eleitores, deve conhecer as suas ruas, as suas necessidades e buscar propor as soluções que evitarão os problemas. Sem que seja preciso fazer as coisas duas, três vezes.
Evidencía, alem de falta de planejamento, um grave descontrole das ações voltadas ao atendimento dos Joinvilenses. Mais grave ainda significa gasto desnecessário, retrabalho, ter que fazer mais de uma vez, porque na maioria das vezes ou não se fez ou se fez mal.
Joinville merece uma administração ativa, eficiente, que faça bem feito, que use bem os recursos arrecadados dos contribuintes, que esteja na frente, que enxergue longe, pra frente e alto. Não que corra esbaforida para remendar e consertar o serviço mal feito.
A Mãe Joana
A primeira intenção seria falar da cidade sem dono, mas seria injusto com os milhares de Joinvilenses de nascimento ou por adoção, que escolheram esta cidade, para prosperar, trabalhar e ser felizes. Que são os donos legítimos desta cidade. Joinville não tem dono, tem Donos. Cada um de nós.
Depois pareceu mais adequado falar da cidade sem lei, mas de novo, não seria correto ignorar o emaranhado de leis, portarias, decretos, costumes e hábitos que regem e regulam o dia a dia desta cidade.
Então se Joinville tem donos e tem lei, porque a cidade esta no estado em que se encontra? Porque tem decaído tanto? Porque nas ruas, menos movimentadas um buraco pode permanecer por lustros ou décadas? Porque se a rua é mais movimentada, o buraco dura anos e nas ruas principais o tempo pode ser contado em meses? E em nenhum dos casos tem exagero.
Porque o mato toma conta das poucas praças que temos e a erva de passarinho invade as árvores das ruas? Órfãs que são de uma poda e de uma limpeza.
Porque a faixa de pedestres na frente de escolas e hospitais, faz meses que são uma lembrança apagada?
Porque os espaços públicos são convertidos em negócios privados? Porque não se replantam as árvores que o tempo e o descaso têm eliminado? Porque deixamos que a nossa cidade perca aos poucos primeiro e de uma forma acelerada depois as belezas e os encantos que tem feito dela a Cidade dos Príncipes?
Pode ser que todo seja causado pela omissão dos donos, que somos todos nós. Ou tal vez porque as leis que deveriam servir de garantia e defesa dos nossos direitos e deveres, tem servido para nos afastar das nossas raízes e tem nos convertido em forasteiros na nossa casa.
Joinville tem aos poucos perdido os seus encantos, tem ficado grande, não conseguindo manter as crescer as características e as virtudes que encantaram e cativaram a forasteiros e os que aqui nasceram. Se os Joinvilenses de berço ou por opção quiserem, ainda tem tempo de consertar.
15 de abril de 2008
Incentivos Fiscais
Avaliar a politica de incentivos e isenções fiscais, sera objeto de um texto mais concreto em breve.
13 de abril de 2008
Projeto (fazendo) Arte na Calçada IV
A obra que a Prefeitura Municipal de Joinville, incorporou ao Projeto (fazendo) Arte na Calçada, se localiza, nesta ocasião na rua Blumenau, o trabalho que tem por titulo "Natureza Morta" é uma intervenção de uma inegável força poética, mostra a crua realidade urbana, o trabalho de artista desconhecido, utiliza materiais naturais entre os que se destaca a madeira de Ligustro e um pequeno jardim, de influencia oriental com Grama preta (Ophiopogon japonicum).
O contraste entre a dureza do concreto da calçada e o verde incipiente da grama preta, que tenta substituir o verde perdido da árvore cortada, da qual só resta um toco requeimado pelo sol.
A permanência do poste do concreto da iluminação publica, cria uma metáfora da verticalidade perdida, cada vez mais as árvores que compunham o verde urbano, estão sendo substituídos pelo cinza do cimento. Pela verticalidade morta dos postes de concreto.
Do mesmo autor, outros trabalhos idênticos, podem ser apreciados na maioria das ruas centrais e nos bairros América, Atiradores e Costa e Silva, o que se por uma lado evidencia o carater democrático e descentralizado do projeto, serve também para mostrar que a falta de cuidado e atenção com as árvores, as calçadas e os espaços urbanos, não são um fato novo.
( Esta iniciativa cultural não conta com o apoio da FCJ - Fundação Cultural de Joinville e tampouco recebe nenhum tipo de incentivo ou subvenção, nem é custeada com recursos públicos )
Para conhecer mais deste projeto veja também:
Projeto (fazendo) Arte na Calçada III
Projeto (fazendo) Arte na Calçada II
Projeto (fazendo) Arte na Calçada
9 de abril de 2008
Caos anunciado
Existe na sociedade um sentimento que o setor publico não se destaca por priorizar na escolha das suas propostas, a genialidade, a ousadia ou a criatividade. Por isto as soluções que surgem dos órgãos de planejamento urbano em geral estão mais perto do previsível, do possível, na maioria dos casos as propostas transpiram opacidade.
As nossas cidades, e Joinville esta na media, começam a se ressentir desta falta de brilhantismo, de audácia e começam antes do que deveriam a ter que assumir o custo desta mediocridade.
Porém às vezes somos surpreendidos pela genialidade, pelo inusitado. Quando se autoriza a construção de um hospital
Permitir a implantação de pólos geradores de tráfego, em areas ja congestionadas da cidade, sem a realização do estudo de impacto de vizinhança, é um contra-senso imperdoável, uma atitude irresponsável.
Este tipo de decisões, levam a prever, que o futuro proximo de Joinville será bem menos fluido e mais caótico e que a nossa qualidade de vida regredira um passo mais.
É absolutamente necessário que para autorizar a implantação de novos empreendimentos, que apresentem alto potencial de geração de tráfego ou possam impactar o entorno urbano sejam feitos os imprescindíveis estudos de impacto de vizinhança, que servirão para poder antecipar o impacto, seja positivo ou negativo, que cada novo pólo representara para a cidade, os custos que gerará e como deverão ser cobertos pelo empreendedor.
Que não abunde a genialidade, não é um problema insolúvel, agora que nem o bom senso seja tomado em conta, é grave e nos conduz de uma forma firme e constante na direção de uma cidade desorganizada e caótica.
Como o caos já esta anunciado desde hoje, não será nenhuma surpresa quando chegue e passe a fazer parte do nosso quotidiano.
7 de abril de 2008
O Espaço Publico
O texto de hoje é do arquiteto Sérgio Gollnick, habitual colaborador deste blog.
ESPAÇO PÚBLICO
De tantas deficiências que a cidade apresenta, a falta de espaços públicos destinados à população é uma das mais críticas, praticamente inexiste ou pior, paulatinamente os espaço públicos deixam de existir quando se avalia a relação da taxa de urbanização com a disponibilidade destes espaços. Isto é o resultado da inexistência de boas políticas urbanas e de práticas democráticas.
Não somos modernos e atuais, por isto propiciamos uma construção social individualista. Isto não se revela nem se configura a partir do nada, é sim uma construção histórica, que vem sido alinhavada ao longo do tempo pela configuração de uma estrutura econômica e social de exploração do outro. Como agravante, vivemos um período de invenções intelectuais e técnicas, desenvolvidas, principalmente, para se tirar proveitos, criando um domínio muito perigoso focado unicamente no poder político.
O aliciamento oficial da consciência coletiva tem gerado grande apatia e falta de criatividade fazendo crer num falso bem estar, resumido na concentração do poder político em poucas mãos. Expomos diariamente conflitos e aumento de demandas sociais refletidas em diferentes âmbitos da sociedade, principalmente no que diz respeito ao contexto da cidade legal. As formas de domínio de uma cidade são muito abrangente, que se iniciam nas práticas políticas, passando pelas econômicas, sociais e que terminam, em Joinville, com a violação contínua do espaço público da cidade.
Este espaço público é o espaço pertencente à coletividade onde se deveria praticar o encontro, o livre acesso, as trocas sociais, a construção da memória coletiva expressas, de forma bem simplista, pelos parques, pelas praças, pelos passeios, por calçadões, pelas ruas, por lugares de convívio onde se permitam o lazer o ócio, onde se postam os conflitos geradores de expressão e que proporcionam a troca cultural e comercial. Estamos cada dia mais distantes desta oportunidade e acabamos nos conformando com lugares “produzidos”, com nomes pomposos como “vias temáticas” que tem como único propósito garantir o retorno econômico à iniciativa privada, focados num entretenimento de duvidosa qualidade e padrão.
Precisamos entender que o lugar público no espaço da cidade é aquele a que todos têm acesso sem custo financeiro direto. Utilizar o dinheiro público e o planejamento oficial para transformar áreas da cidade apenas como espaços e meio de trocas econômicas é um dos equívocos “estratégicos”
Nossos espaços públicos, que deveriam ser planejados e administrados pelo poder municipal, têm sido alvos de intervenções por agentes externos, como por exemplo, especuladores imobiliários ou grupos ligados à especulação comercial, que se locupletam com o poder estabelecido passando por cima de leis, códigos de ética, do espírito de coletividade, impondo seus interesses sobre alterações ou usos dos espaços públicos visando somente o maior crescimento econômico individual. Isto é, para mim, uma forma de corrupção do espaço urbano público que é incabível e inaceitável.
O mundo moderno de acesso a tudo e de tantas facilidades deve nos permitir um novo olhar, fazendo voltar a pensar e a querer novos conceitos de espaço, espaços ambientalmente saudáveis e seguros, com explícito privilégio ao pedestre e ao deslocamento coletivo, cada qual com seu lugar especifico sem uma concorrência espacial e desleal.
Precisamos urgentemente de uma qualidade ambiental da vida urbana e de uma lógica mais humanista e ambientalmente saudável criando, conquistando e qualificando os espaços destinados à circulação de pedestres como as nossas calçadas, parques, praças, calçadões e todo tipo de ambiente que proporcione a interação social. Este será um dos desafios para que em nossa cidade se possa exercer a cidadania plenamente e que ela seja realmente boa para se viver.
Arquiteto e urbanista
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6 de abril de 2008
Ipe rosa ameaçado na avd. Marques de Olinda
A luz das recentes atitudes e posicionamentos do EKIPETKNICA da prefeitura municipal de Joinville, este magnifico exemplar de Ipe rosa, localizado na Avd. Marques de Olinda, pode correr risco.
Se a prefeitura considerar que esta árvore apresenta perigo para os veículos ou que as suas raízes podem estragar o asfalto, os técnicos podem autorizar o corte.
É bom ficar atento, porque uma árvore destas caracteristicas e desenvolvimento, deveria ser tombado pela Fundema e não correr risco de ser derrubado pela motoserra.
Na imagem a direita, veja o efeito das raízes sobre a calçada. Neste caso o tipo de calçada escolhida pelos propietarios permite o desenvolvimento da sistema radicular, com um mínimo de risco, ao permitir que a calçada acompanhe o desenvolvimento natural das raízes.
Hipotecando o futuro (*)
Por conta do alto custo das desapropriações a cidade tem o seu futuro comprometido. Se as desapropriações são caras, se deve a dois motivos, o primeiro que é o próprio poder publico, quem contribui ao aumento do valor dos imóveis, um exemplo bem recente, a Avda. Marques de Olinda foi construída só pela metade, como resultado do investimento feito, os imóveis que ficam nas suas proximidades e especialmente os que estão localizados no que deveria ser a sua duplicação, aumentam de valor, se acreditamos nas informações das imobiliárias, em media 30 %, em alguns casos bem mais. Agora a prefeitura informa que a obra não será concluída porque o preço das desapropriações é muito alto e a obra ficaria muito cara. O mesmo motivo para justificar a não execução da duplicação da rua Otokar Doerfhel e da rua Ministro Calogeras, obras alias previstas no plano diretor de 1973, e que nunca saíram do papel.
O segundo porque ao implantar os projetos só de uma forma parcial, contribui para aumentar os seus próprios custos, e por tanto os nossos, porque e do bolso dos contribuintes que saem sempre todos os recursos.
A pergunta que fica no ar é, porque o poder publica administra tão mal? Quem de nós no seu pleno juízo aumentaria o preço do que precisará comprar? Não existe uma resposta única. O que é verdade e que um dia depois de outro, Joinville deixa de se desenvolver de uma forma consistente, deixa de estabelecer as bases de um futuro de sucesso, pela falta de previdência, de planejamento, pela ausência de uma visão de longo prazo. Porque nos pautamos pela priorização do imediatismo, da facilidade momentânea, do mais barato.
Os nossos avós já nos ensinaram que o barato sai caro, que a falta de previdência nos cobrara no futuro um alto preço. O que os nossos avós não nos explicaram foi que o futuro seria o nosso presente.
É indigno desta geração, atender as suas necessidades e as suas ambições econômicas à custa do sacrifício e do aumento dos custos para as próximas. Devemos responsabilizar os administradores públicos que com a sua ma gestão, hipotecam o futuro. Uma cidade ou um estado, não podem ser administrados a partir da ótica de eternidades de quatro anos, nem de oito, se aceitamos a reeleição.
As sociedades devem ser planejadas pensando nas próximas gerações e não olhando as próximas eleições. Porque esta conta que pensamos ingenuamente em empurrar para outros pagar, esta caindo no nosso colo, muito antes do que seria previsível