20 de março de 2008

Uma lufada de ar fresco


Já quase estava desistindo de imaginar que uma administração municipal pode e deve funcionar com os mesmos princípios e critérios que norteiam as empresas e organizações privadas, definindo metas, trazando objetivos e sendo pautada pela eficiência.

Na realidade convivemos no Brasil, com dois mundos paralelos, um publico e outro privado, uma Brasil oficial e um Brasil real, a cada dia o distanciamento é maior entre os dois, os seus valores, parâmetros e objetivos são distintos e divergentes.

Aparece agora na Câmara de Vereadores um projeto, que mesmo com escasas possibilidades de êxito, representa uma oportunidade de repensar estas duas realidades.

O projeto de Emenda a Lei Orgânica do Município, se propõe a obrigar ao executivo a elaborar e cumprir o plano de metas. Em outras palavras o prefeito que ganhe a próxima eleição, terá a obrigação de cumprir as promessas feitas na campanha. Convenhamos que obrigar a alguém a cumprir as promessas feitas, não deveria nem ser novidade, nem ser necessário ter uma lei obrigando, para ter chegado a este ponto, é porque de fato as coisas saíram um pouco de controle.

Estamos tão acostumados a escutar promessas que sabemos que nunca serão cumpridas, que ficamos imunes a este tipo de discursos e os nossos políticos, prometem com a facilidade e a segurança de quem tem a certeza que não vai cumprir.

Criando um mundo irreal, um mundo de ficção, onde inclusive alguns, chegam a ficar irritados quando alguém cobra o cumprimento de promessas feitas ou da palavra empenhada. Chegando ate a ficar ofendidos.

A constituição de 1988 estabeleceu no seu artigo 37 o principio da eficiência, que propõe que as ações do poder publico devem atender a alguns dos princípios básicos que a iniciativa privada utiliza desde faz décadas, os da qualidade, produtividade e eficiência.

A proposta, mesmo sendo uma lufada de ar fresco no conturbado cenário atual, precisa ser aprimorada, acrescentando punições, pelo seu não cumprimento, para evitar que seja, se aprovada, uma lei inútil, sem efeito.

Os nossos vereadores,darão a comunidade joinvilense, um exemplo de independência, isenção e de comprometimento com o futuro, se apóiam a iniciativa e a complementam com emendas e propostas que a melhorem e garantam o seu cumprimento. Joinville teria muito a ganhar

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