1 de março de 2008

Decisão judicial acaba com a discussão.


Uma decisão judicial promete colocar fim à polêmica causada sobre a pretensão da Prefeitura de cortar as árvores da avenida Hermann August Lepper. A decisão do juiz da Primeira Vara da Fazenda Pública de Joinville, Carlos Adilson Silva é clara: “...defiro a liminar para determinar ao Município de Joinville que se abstenha de efetuar o corte das 40 (quarenta) figueiras plantadas ao longo da margem do rio Cachoeira na Av. Hermann August Lepper, até que comprove nos autos, a realização de estudos técnicos que concluam pela necessidade efetiva do pretendido corte.” Em seguida à decisão, o juiz fixou a pena de multa ao valor de R$ 5 mil por árvore em caso de desobediência.

O início da polêmica aconteceu quando em uma atitude deliberada a Prefeitura fez o corte das sete figueiras que existiam nas margens do rio Cachoeira no trecho que fica em frente à Prefeitura, com o objetivo de construir o Boulevard Cachoeira. Em seguida o prefeito Marco Antônio Tebaldi anunciou o corte do restante das árvores.

A disputa, portanto, que se desatou na cidade por conta da proposta de corte e retirada das figueiras da Beira Rio tem servido para que a sociedade manifeste o desejo por um projeto urbanístico onde o verde tenha mais espaço. Enquanto isso o estado geral das nossas áreas verdes de regiões urbanas vai diminuindo dia a dia.

A própria Prefeitura já havia se manifestado no sentido de deixar o corte das árvores de lado ao perceber o estrago que essa atitude traria junto à opinião pública em ano eleitoral. Contrariado pela derrota frente à população, o prefeito Marco Tebaldi chegou a declarar em tom de ameaça: “As árvores vão continuar onde estão. Agora, sinceramente, espero que não haja nenhuma tragédia”. Porém esta promessa havia sido feita apenas verbalmente. Com a decisão judicial em resposta à ação elaborada pelo advogado Marcos Schettert, a Prefeitura é obrigada a manter o que prometeu: Não cortar as figueiras.

Soluções para as arvores
O argumento utilizado pela Prefeitura para justificar suas intenções pelo corte é de que o crescimento das raízes das arvores plantadas na Beira-rio estaria ameaçando a estrutura no local, como tubulação de esgoto, rede de água e até a rede de gás implantada há alguns anos. Mas não faltam alternativas técnicas para evitar prejuízos. Duas idéias já foram apresentadas para essa contenção, pelos paisagistas Roberto Drefahl e Jordi Castan, juntamente com o arquiteto Sérgio Gollnick: a primeira seria a construção de um deck de madeira, e uma outra solução poderia ser a abertura de uma vala de 1,5 metros de profundidade, entre as árvores e a avenida, para conter o avanço das raízes. Para os defensores das figueiras, seja qual for a solução adotada, a proibição do corte das arvores significa uma vitória na luta pela qualidade de vida.

Publicado na Gazeta de Joinville

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