O texto do arquiteto Arno Kuhmlhen, desperta a reflexão sobre o tipo de cidade que queremos a partir da discussão de um tema pulsante a atual, o crescimento desproporcional e descontrolado dos problemas inerentes ao transito das cidades, entre as que devemos considerar a nossa.
A falta de uma visão estratégica para a Joinville, por parte dos órgãos publicos de planejamento e a implantação de propostas parciais e capengas, fazem que a cada dia nos afastemos mais da cidade ideal possível, para avançar num modelo anarquico de desenvolvimento urbano, em que parece que o governo perdeu faz tempo o controle e o foco.
Os municípios brasileiros têm muito a aprender com os problemas de transito da cidade de São Paulo. Oportunidades para mudar ou melhorar o amanhã existem, e estão nas mãos dos usuários das cidades.
Uma das formas é acompanhar a elaboração dos novos Planos Diretores, obrigadas às cidades que são pela Lei n° 10.257/01, que no ritmo de congestionamento tramita pela maioria das casas legislativas municipais brasileiras, sem por parte delas, pelo executivo e pela sociedade civil receber sua devida importância. O Plano Diretor é o instrumento político de desenvolvimento da cidade, e orienta a construção e as oportunidades contidas no espaço urbano, visando melhorar as condições de vida da população.
Devemos ficar atentos aos modelos que por ventura sejam adotados em suas diretrizes, que irão afetar a vida futura dessa cidade, no que tange ao uso e ocupações de solo e consequentemente ao sistema viário e transporte, meio ambiente e sustentabilidade, saúde, etc... A cidade passa a ser refém da nova lei, ou aos interesses nela inscritos, na maioria das vezes, não visíveis nos textos tecnico legais, como fossem letras minúsculas de contratos que ninguém lê. Exemplo dessa observação está na priorização que a sociedade fez em favor do transporte individual em detrimento ao transporte coletivo que apresenta como resultado os milhões de reais que se perdem nos congestionamentos, pelo consumo de matriz energética, perda de produtividade e tempo livre.
A segunda forma se avizinha, os pleitos municipais nos darão ótima oportunidade para avaliarmos os programas de governo, que devem conter propostas de soluções para problemas da cidade, inclusive o problema de circulação viária, programas estes, que deveria ser transformado em contrato entre cidadão e governante eleito, com valor para cobrança judicial.
Devemos continuar nos perguntando que cidade queremos, ou que tipo de sociedade somos, para permitir que tudo seja levado dessa forma em que não vislumbramos em curto prazo solução, e, portanto vamos deixando passar.
Arquiteto e Urbanista
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