30 de junho de 2013

Joinville é uma cidade criativa?


Os territórios criativos

Ao mesmo tempo que há quem acredite que é melhor uma sociedade mais homogênea, há quem defenda que uma sociedade mais heterogênea contribui mais para a criatividade, para a inovação e para o desenvolvimento. Apostar ou não por uma cidade criativa é uma decisão estratégica e terá impacto a curto, médio e longo prazo.

A sociedade não é criativa por decreto. A criatividade estrutura-se em princípios concretos. O primeiro é que uma sociedade criativa precisa de uma “classe criativa” que se constrói em torno de três T‟s, identificados como Tecnologia, Talento e Tolerância. Há uma preferência dos indivíduos e das organizações “criativas” por lugares diferenciados, tolerantes e abertos a novas ideias. É justamente nesses ambientes, nos que é possível identificar níveis mais elevados de inovação e desenvolvimento tecnológico. Só uma boa conjugação destes fatores permite às cidades atrair e reter pessoas criativas. 

Além dos 3 T´s, é necessário identificar “ indicadores de criatividade”, se bem é possível escolher diversos indicadores, os principais, no modelo proposto por Richard Florida, no seu livro: “A ascensão da Classe Criativa” são:

 O índice gay, baseado na ideia de que a atitude relativamente à homossexualidade é um bom elemento de avaliação da tolerância para com a diferença. Mede a percentagem de casais homossexuais existente numa determinada cidade; 

·       O índice de boemia, é o que tem como objetivo medir a dinâmica “boemia” de uma região, ou seja, contabiliza a quantidade de artistas (escritores, arquitetos, realizadores de cinema e de teatro, músicos, etc.), e também representa uma medida direta de produtores culturais e de recursos e condições para o desenvolvimento da criatividade; 

·         O índice de Coolness, baseia-se no índice de boemia, mas inclui a dinâmica da vida social e cultural, nomeadamente a “vida noturna” e locais onde existe um ambiente “energético e vibrante”. Este índice mede na população com idade entre os 22 e os 29 anos a sua diversidade, as suas tendências em termos de vida noturna e cultural e; 

·         O índice de melting pot, mede a percentagem da população nascida no estrangeiro. Nem preciso dizer que quanto maior, melhor.


Interessante a partir destes dados e indicadores fazer uma leitura do nível de criatividade ou do potencial criativo de Joinville. Logo, logo surgem os que incluirão a nossa Via gastronômica entre um dos pontos a ajudar a melhorar os índices locais. Já vou avisando. Não é disso que estamos a falar. O tema é mais serio do que isso. Se aspirarmos a ser uma cidade criativa e quisermos estar inseridos numa bacia criativa temos muito trabalho a fazer. E se olhamos para o que estamos fazendo, pode ser necessário pensar até numa correção importante de rumo. Coisa de 180 graus, por exemplo.

Publicado no jornal A Notícia de Santa Catarina

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