Os parques que não chegam
A novela dos parques se alastra mais que telenovela mexicana, a cada semana novos capítulos, como numa novela barata, a tia que tinha sido assassinada pelo amante argentino, no capitulo 237, volta linda e formosa no capitulo 413. E o protagonista depois de 20 plásticas e retoques, volta tão jovem e esticado que começa a namorar com uma amiga da neta.
Que Joinville dançou nesta historia, já começou a ficar claro para todos. Na cidade das oportunidades perdidas, a opção foi reformar, remendar e requalificar parques que já existiam, como os do Morro do Finder, do Boa Vista, o Caieras e inventar outros que nem teriam como sair do papel como o Kaesemodel e o das Nascentes ou que só serão parques algum dia no nome, como a Porta do Mar ou o das Aguas.
Os joinvilenses têm expressado em repetidas ocasiões os seus desejos, por um parque de verdade, os exemplos mais lembrados são o do Parque Barigui em Curitiba ou o Parque Malwee em Jaraguá, para citar exemplos próximos.
O parque que os cidadãos desejam esta formado por áreas verdes abertas, com espaço para ciclovias, passeios, com gramados para caminhar,namorar, brincar ou simplesmente poder evadir-se momentaneamente de uma cidade cinza e barulhenta. A demanda concreta é por espaços para usar. As grandes ofertas de lazer atuais são a calçada do 62 BI, que não precisou dos recursos do Fonplata e a rua de Lazer na Hermann August Lepper que funciona menos de 8 horas por semana e que tem se convertido numa opção concreta para esta Joinville sem espaços de lazer e entretenimento.
O poder público perdeu a oportunidade de dotar a cidade de um parque de verdade e optou por uma coleção de obras menores, inadequadas, complexas e caras, que não atenderão as demandas e expectativas. Não devemos alimentar grandes ilusões, Joinville terá gastado recursos significativos, aumentado o seu endividamento e continuará carente dos espaços de lazer que precisa. Por outro lado é importante e meritório que o IPPUJ tenha reconhecido que houve má condução na negociação do financiamento em 2006, que causou os problemas que vem se alastrando, ao longo de toda a novela.
Minha proposta é trocar de canal de TV, assumir que continuaremos sem um parque digno deste nome e recomeçar a luta para que Joinville tenha um parque de verdade. Que seja o parque que a sociedade quer e deseja e que responda a todos os anseios.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
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