27 de abril de 2011

Ignorantes, falidos e felizes (3)

continuação:


O cidadão desrespeita o cidadão. Falta-nos educação e respeito pelo coletivo – pelo bem e patrimônio coletivo. Não nos importamos com a qualidade de vida do morador do outro bairro. Não nos importamos com a segurança do comerciante do outro bairro. Logo, o morador do outro bairro também não se importa conosco.

Duas reportagens do fantástico: “ninguém quer ser pediatra” – “mulher joga bebe no lixo”

Quanto custa formar um pediatra?
Quanto o plano de saúde paga ao pediatra por uma consulta? ... nas coxas.
Quem quer investir e estudar 8 anos e receber R$ 20,00 por uma consulta de 40 minutos?

Quanto custa formar um cidadão?
Quanto custa um cidadão, da gestação até o momento em que se torne socialmente produtivo? Quem paga essa conta?

Sairia mais barato para o governo dar casa para o casal que não tivesse filho. O casal, então, poderia crescer, se estruturar, produzir e acumular; e aí sim, decidir se teria um filho ou não. Mas com certeza de qualidade de vida.

Chegamos, então, ao âmago da questão. Gente. Tem muita gente. Tem gente demais.
A mulher jogou o bebe no lixo. Ela já tinha seis. SEIS!!!
Será que ninguém – administrador, sacerdote, parente ... cidadão - se incomoda em saber que esta criatura esta gerando um problema social para daqui a vinte anos? Hein?
Ah!O governo cuida.
Pó, meu! Nós somos o governo. Daqui a vinte anos, o imposto cobrado da minha filha de 9 anos vai dar suporte a uma geração, que esta chegando agora, sem nenhuma estrutura.
Planejamento demográfico nas coxas.
Obs: a frase ficou esquisita, mas até que seria uma solução. ... me perdoe.

Onde esse povo vai morar?
Onde esse povo vai estudar?
Onde esse povo vai trabalhar? Consumir? Estacionar? Cuidar da saúde? Se aposentar?
E o lixo gerado nesse processo?


Prédios de 30 andares em ruas que só permitem um carro no meio, se outros estiverem estacionados junto às guias. Planejamento nas coxas.

E o esgoto desse povo todo? Existe planejamento? Nas coxas.
Construtoras, imobiliárias, comercio ... nós sabemos no que estamos nos metendo?

Sun Tzu diz (em A arte da Guerra) – “se o exercito vai mal, a culpa é do general.”

A culpa é do administrador – não quero saber se é de agora ou de outrora.
Todos, sem exceção, usaram Joinville, sua população e sua riqueza, como trampolim para outras esferas administrativas .... geralmente longe daqui.
Eu não quero saber se o pato é macho, ...... eu quero ovo.

Estamos no meio de um jogo de pirâmide social.
Vivemos em busca de consumidores para nossos produtos.
Não nos importamos de onde eles vêm e nem como sobrevivem, desde que continuem a consumir nossos produtos.
As administrações comemoraram a chegada ao patamar de 500.000 cidadãos.
Por quê? Pra que?
Quem ganha com isso? Temos ou vislumbramos um aumento de nossa qualidade de vida?
Nossa vida hoje é melhor do que há 20 anos?

Temos mais confortos e menos tempo para usufruir deles.
Temos mais conhecimento e permanecemos na ignorância.
A felicidade que deveria ser usufruída agora, é lançada para o futuro, usada como justificativa para o sacrifício do presente.

Receio que nosso destino seja pior do que “falidos, ignorantes e felizes”.

Perdoe se me estendi

Um grande abraço

Sérgio Duprat

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