12 de setembro de 2009

Calçadas Democraticas




Calçadas democráticas

Se algum espaço representa uma cidade são as suas calçadas, nenhum espaço é mais significativo, nenhum mais democrático. As cidades e Joinville não é diferente, mostram nas suas calçadas o respeito que tem, ou não com os seus cidadãos.

Os contra-sensos se superpõem ao senso comum, por um lado a calçada é de responsabilidade do proprietário, que por ela deve zelar, tanto pela sua manutenção como pela sua limpeza. Pelo outro o município cobra das empresas de publicidade por veicular nelas placas de publicidade, transvestidas de defesas de transito, ou cobra aluguel dos bares e restaurantes que colocam nelas mesas e cadeiras.

Na maioria das nossas ruas, principalmente nos eixos, como as Ruas João Colin, Blumenau, Albano Schmidt ou a Santa Catarina, aonde as calçadas tem desaparecido com o rebaixo indiscriminado do meio fio e a transformação do espaço dos pedestres em estacionamento, em flagrante descumprimento da lei e com a cumplicidade das autoridades, que se omitem e fazem de conta que não enxergam.

Em quanto na região central nos últimos 20 anos foram destinados recursos públicos para reformar completamente as calçadas em mais de uma ocasião, com modelos e técnicas diversas, que tem nos proporcionado um efeito multicolorido, confuso e ao mesmo tempo alegre, a maioria das ruas da cidade carece de calçadas dignas deste nome e quando existem devem ser custeadas com os recursos próprios de cada proprietário.

O poder publico contribui para a situação atual, com a omissão na fiscalização já citada e a destinação de recursos, uma e outra vez, para as mesmas áreas, subtraendo recursos que deveriam ser destinados a outras áreas da cidade. Ao mesmo tempo que negligencia o cuidado e manutenção das calçadas, dos espaços sob sua responsabilidade, como as calçadas do arquivo histórico e a Casa de Cultura ou a calçada da cidadela Cultural Antártica, por citar alguns exemplos.

Se as calçadas são de fato os espaços públicos por excelência a omissão com que são tratados evidenciam uma forma peculiar de ver e viver a cidade, inibem o seu uso pelos pedestres e projetam um modelo de cidade, que não corresponde com o que Joinville quer e merece.

Publicado no Jornal A Noticia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...