Temos dificuldade em lidar com a perda. A perda daqueles de quem gostamos é ainda mais difícil de superar. Tem um muito de egoísmo, nesta nossa dificuldade para lidar com a perda das pessoas que amamos.
O falecimento do Sr. Baltasar Buschle é uma perda para uma sociedade, como a nossa, tão carente de modelos de moral e ponderação. A sua perda nos deixa mais pobres, pobres em sabedoria, em ética e generosidade.
Ele era um caso raro de unanimidade, numa sociedade muitas vezes indiferente como a joinvilense. Poucos, muito poucos, conseguiram transitar com a mesma desenvoltura pelo mundo político, empresarial, social e espiritual. Como tantos outros, joinvilense por adoção. Preocupado com Joinville, nunca foi indiferente ou omisso aos problemas, os desejos ou os anseios da cidade. Nesta atitude residia a sua credibilidade. Nada lhe era alheio.
Tive a sorte de ser o seu vizinho de cerca, porque não tem um muro que separe os nossos jardins, da sua janela olhava e fotografava o jardim e nos presenteava com uma perspectiva diferente do mesmo espaço. Trocamos, durante quase 15 anos, conversas e leituras, dele ganhei bons conselhos, que não sempre soube aproveitar na sua totalidade. Perco, como todos, um amigo e no meu caso um leitor, dos textos que compartilho com vocês aqui neste espaço.
A minha ultima conversa com ele, foi no sábado, e só agora, percebo o quanto tinha de despedida. Sempre atento e ávido por informações, quis saber tudo sobre a minha ultima viagem, cobrou a minha ausência nos últimos dias. Comentou os meus textos e me animou a continuar e não perder o olhar critico sobre a cidade e os cidadãos. Falou que Joinville precisava de críticos, que é a critica a que nos faz refletir e nos ajuda a melhorar.
O seu exemplo permanecerá por anos, como um referente e um modelo a seguir, para aqueles que tiveram a oportunidade de gozar da sua amizade e convívio.
Publicado no Jornal A Noticia
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