6 de janeiro de 2008

A Via Gastronômica



Alguns exemplos servem claramente para entender como são as coisas por aqui.

Inicialmente, alguns empresários de uma forma individual e desorganizada implantaram os seus negócios na que hoje passou a se chamar Via Gastronômica.

Alguns empreendimentos tiveram sucesso, outros não conseguiram cativar os desejos volúveis dos consumidores e fecharam as suas portas. Mas o passo inicial estava dado.

Aos poucos, um maior número de estabelecimentos escolheu a rua Visconde de Taunay e as suas imediações para se instalar e progredir. O poder público (e foram muitos os prefeitos e secretários que já passaram por aqui - desde que abriu o Parapluie, o Casablanca, o Slice, o Biergarten e tantos outros mais recentes) fez de conta que nada estava acontecendo, não soube antever a mudança que estava se iniciando e não tomou nenhuma providência. Deixou simplesmente “correr solto”.

O resultado está aí: uma pujante mostra do empreendedorismo e da criatividade do joinvilense, de empresários que foram capazes de antecipar uma demanda e investiram para atendê-la.

Quando os empresários perceberam que a falta de investimentos públicos e de medidas adequadas começou a inibir o desenvolvimento dos seus negócios, se uniram para buscar soluções conjuntas e propuseram, em parceria com o poder público, soluções que poderiam contribuir para a melhora da Via Gastronômica.

Não preciso comentar que fora a colocação de um totem, nada mais aconteceu e a situação só piorou. Imagino que, se por um lado os empresários do setor devem estar se sentindo frustrados e desiludidos, por outro lado devem agora acreditar piamente nas promessas que todos e cada um dos candidatos a prefeito, no pleito deste ano, farão.

É por isto que é bom que entremos num ano eleitoral, porque é o momento em que todas as promessas podem ser refeitas não só uma, mas mil vezes. Por algum estranho feitiço, os eleitores mesmo os mais esclarecidos, passam a acreditar que as coisas acontecerão.

É bom não perder a esperança, mas é melhor não se deixar iludir pelas falsas promessas e pelas empulhações.

Publicado no AN Cidade

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