Não é só por aqui que o partido no poder utiliza a Novilingua para mudar
os nomes das coisas, alguns exemplos locais:
Parque. Três praças
e uma rotatória.
Passarela. Pinguela.
Primeiro se coloca para ver como fica, depois se retira e se muda o projeto
para colocar de volta.
Obra pública. Aquela que não se sabe quando começa, quanto custará e quando ficará pronta.
Audiência pública. Quando cidadãos e poder público se reúnem para que o segundo informe das decisões que já foram tomadas e o que os primeiros opinem ou proponham não alterará o resultado.
E por aí afora. A utilização de um glossário para entender o que os
Companheiros falam é recomendado para quem tem interesse em acompanhar o dia a
dia da cidade.
De Augusto Nunes
Em fevereiro de 2010, para socorrer os brasileiros que nem sempre
conseguem entender o que diz a turma do PT, o comentarista Marcelo Fairbanks
coordenou a edição de um pequeno dicionário da novilíngua lulista, contendo as
expressões usadas com mais frequência tanto pelos pastores do rebanho quanto
pelas ovelhas. O esforço feito pela companheirada para rebatizar de “concessão”
a entrega do controle de três aeroportos à iniciativa privada induziu a coluna
a publicar um glossário atualizado do estranho dialeto. Confira:
aloprado. Companheiro
pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras encomendadas
pela direção do partido ou pelo Palácio do Planalto.
analfabetismo. 1.
Deficiência que ajuda um enviado da Divina Providência a virar presidente da
República. 2. Qualidade depreciada por reacionários preconceituosos,
integrantes da elite golpista e louros de olhos azuis.
asilo
político. Instrumento jurídico que beneficia todo companheiro ou
comparsa condenado em outros países por crimes comuns ou atos de
terrorismo.
base aliada. 1.Bando
formado por parlamentares de diferentes partidos ou distintas especialidades
criminosas , que alugam o apoio ao governo, por tempo determinado, em
troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no
Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em
geral. 2. Quadrilha formada por deputados e senadores.
blecaute. Apagão.
Bolívar (Simón). Herói
das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século
passado com o nome de Hugo Chávez.
bolivariano. Comunista
que finge que não é comunista.
Bolsa Família. Maior
programa de compra oficial de votos do mundo.
camarada de
armas. Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou
tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do
fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)
cargo de
confiança. 1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da
base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um
tremendo salário sem trabalhar. 2. Cala-boca (pop.).
cartão
corporativo. Objeto retangular de plástico que permite
tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e
sem risco de cadeia.
Comissão da
Verdade. 1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa
que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a
turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento. 2.
Entidade concebida para apurar crimes cometidos pelos outros.
companheiro. Qualquer
ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.
concessão. Entrega
ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores
administrados até então por governos do PT. (Verprivatização).
controle
social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT
para adivinhar o que o povo quer ver, ler ou ouvir. (Verdemocratização da mídia).
corrupção. 1.
Forma de ladroagem praticada por adversários do governo. 2. Forma de coleta de
dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio
justificado pelos fins. 3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.
Cuba. 1.
Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito. 2. Forma de
democracia que prende apenas quem discorda do governo.
cueca. Cofre
de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida
criminosamente.
democratização
da mídia. 1. Erradicação da imprensa independente. 2. Entrega do controle
dos meios de comunicação a jornalistas companheiros, estatizados ou arrendados.
(Ver controle social da mídia).
ditador. Tirano a
serviço do imperialismo estadunidense. (Ver líder).
ditadura do
proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo
de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o
povo quer.
erro. 1. Crime
cometido por companheiros. 2. Caso comprovado de corrupção envolvendo
ministros
ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.
Fernando
Henrique Cardoso. 1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla
maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra
de três votos no Acre só para provocar o PT. 2. Governante que, depois de oito
anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.
FHC. 1. Grande
Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo. 2. Assombração que vive
aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os
tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz. 3. Sigla que, colocada nas
imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos
observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.
líder. Ditador
inimigo do imperialismo estadunidense. (Ver ditador).
malfeito. Ato
criminoso praticado por bandidos companheiros.
MST. 1. Entidade
financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a
agricultura. 2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso
mesmo, não sabem plantar nem colher.
no que se
refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem
besteira.
nuncaantesnestepaís. 1.
Expressão decorada pelo Primeiro Companheiro para ensinar ao rebanho que o
Brasil começou em 1° de janeiro de 2003 e que foi ele quem fez tudo, menos
Fernando Henrique Cardoso.
ou seja. Expressão
usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, por não saber o que dizer, vai
berrar o que lhe der na cabeça.
pedra
fundamental. Obra do PAC inaugurada antes de começar a ser
construída.
privatização: Entrega
ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores
administrados até então por governos inimigos do PT. (Ver concessão).
recursos
não-contabilizados. 1. Caixa dois. 2. Dinheiro extorquido sem
recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo,
empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem
licitação.
Todos
sugeridos pelo timaço de comentaristas, mais 21 verbetes foram oficialmente
incorporados ao glossário atualizado da novilíngua lulista. Confira:
anistiado político. Companheiro que só não
aprovou o regime militar para garantir uma velhice confortável como pensionista
do Bolsa Ditadura.
conselho de ética. Grupo formado por
pessoas que não acham antiético roubar o cofrinho de moedas da filha, tungar a
aposentadoria da avó ou vender a mãe.
Copa do Mundo. Negócio da China.
consultor. 1. Companheiro traficante de
influência. (Ex: Antonio Palocci é consultor). 2. Companheiro que facilita
negócios escusos envolvendo o governo e capitalistas selvagens. (Ex: José
Dirceu é consultor). 3. Companheiro que, enquanto espera um cargo no governo
federal, recebe mesadas e indenizações de empresas que favoreceu no emprego
antigo ou vai favorecer no emprego novo. (Ex: Fernando Pimentel é consultor).
contrato sem licitação. Assalto aos cofres
públicos sem risco de cadeia.
convênio. Negociata envolvendo um
ministério e ONGs fantasmas ou empresas pertencentes ao ministro, amigos do
ministro ou parentes do ministro.
financiamento de campanha. Expressão usada por
integrantes da quadrilha chefiada por José Dirceu e por testemunhas de defesa
em depoimentos na polícia ou na Justiça sobre o escândalo do mensalão.
inundação. Desastre natural provocado por
chuvas fortes que, embora se repitam em todos os verões desde o século passado,
continuam surpreendendo o governo.
Mensalão. Maior escândalo que não
existiu entre todos os outros ocorridos no Brasil desde o Descobrimento.
mercadante. Companheiro que revoga até o
que considera irrevogável.
meu querido/minha querida. Expressões usadas por
Dilma Rousseff quando está conversando em público com jornalistas ou ministros
e não pode soltar o palavrão entalado na garganta.
ONG. Organização não-governamental
sustentada por negociatas governamentais.
PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento). Maior
concentração de canteiros de obras abandonados do planeta.
Predo II. Dom Pedro II segundo Lula. (Ver Transposição
do São Francisco)
presidenta. Forma de tratamento usada por
candidatos a Sabujo do Ano ou companheiros com medo daquele pito que fez José
Sérgio Gabrielli cair na choradeira.
reforma ministerial. 1. Substituição de
ministros pilhados em flagrante pela imprensa independente. 2. Substituição de
ministros obrigados a deixar o cargo para disputar a próxima eleição. 3. Troca
de seis por meia dúzia.
revisão de contrato. Reajuste de
sobrepreços e propinas.
Sírio-Libanês. Hospital a que recorrem
Altos Companheiros com problemas de saúde para que o SUS, que está perto da
perfeição, tenha mais vagas para os miseráveis, os pobres e a nova classe média
inventada pelo IPEA. (ver SUS).
SUS. Filial em tamanho gigante do
Sírio-Libanês reservada a quem não tem dinheiro para internar-se na matriz.
(ver Sírio-Libanês).
Transposição do São Francisco. Tapeação
multibilionária inventada pelo ex-presidente Lula para ser promovido a Dom
Pedro III. (Ver Predo II).
trem-bala. Trem fantasma que
partiu da cabeça de Lula e estacionou na cabeça de Dilma Rousseff, onde vai
atravessar o século em companhia do neurônio solitário.