Vários segmentos da sociedade civil e do poder público periodicamente
lançam campanhas para conscientizar a pedestres e motoristas da importância e
da necessidade de respeitar a faixa de pedestres. Nestes dias o próprio jornal
A Noticia tem acompanhado a odisséia que representa atravessar na faixa em
diversos pontos da cidade.
Um olhar mais atento sobre as faixas de pedestres nos permite
identificar como num tema tão prosaico aparecem representadas todas as virtudes
e as mazelas da sociedade em que vivemos.
Circular pela Rua Nove de Março de carro é uma aula de educação para o
transito completa em poucas quadras. Os pedestres são os primeiros que atravessam
aonde mais lês convém, as faixas em geral são ignoradas. A quantidade de faixas
de pedestres nas poucas quadras compreendidas entre a Rua João Colin e a Rua
Itajai não são suficientes, porque a maioria dos pedestres ainda atravessa fora
delas. Nas faixas dotadas de sinaleiro a impressão é que a maioria dos
pedestres sofre de daltonismo, porque atravessam, ou melhor, se jogam na frente
dos carros que por la se aventuram, especialmente quando a luz vermelha esta
acessa para os pedestres. Alguns além de atravessar no vermelho encaram com
olhar irado os motoristas que precisam dar uma boa freada para não levar dois ou
três por diante.
Poucos motoristas respeitam as faixas e os que se atrevem a fazê-lo em
locais de maior movimento de pedestres podem permanecer detidos por longo tempo,
porque os pedestres não deixam de atravessar, isto é mais freqüente em pontos
como na frente de um Shopping ou perto dos terminais de integração. Para os que
temos o costume de nos deter e ceder a passagem a melhor recompensa é às vezes
um amplo sorriso, na maioria das vezes nada e ponto.
Se a avaliação for feita fora das ruas centrais é possível verificar o nível
de abandono da pintura das faixas, poucas sobrevivem, a maioria está apagada e
não é visível. O Código Brasileiro de Transito prevê dois modelos de faixa depedestres, a mais tradicional, utilizada em Joinville, que consome mais tinta,
é mais visível e melhor para locais com maior fluxo de veículos. O segundo
modelo é mais simples, mais econômico e poderia ser utilizado em boa parte das
ruas de Joinville em que hoje não há nenhuma faixa. Constantemente nos dividimos
entre o todo e a nada. Faixas pintadas e repintadas constantemente e outras
apagadas e para as que nunca há recursos suficientes.
Quem sabe uma boa
administração dos mesmos recursos não faria que fossem pintadas mais faixas, em
mais pontos da cidade e com menos custo. Para completar os guardas municipais
fariam bem em deixar o bloquinho e a caneta e educar para o transito os
pedestres que atravessam as ruas como que passeia pelo quintal de casa.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
Caro Sr. Castan
ResponderExcluirSe me permite, vou meter o bedelho nesse assunto que vem me incomodando a anos, desde que a nova lei do trânsito entrou em vigor. Morava eu na época em Florianópolis.
Lembro muito bem o enorme desserviço prestado pela RBS, ao divulgar os "direitos do pedestre". Tentando esclarecer os cidadãos, acabou passando a mensagem de que o pedestre tinha direito a tudo, bastando botar o pé para obrigar os carros a parar. Deu a entender que isso valia até onde havia semáforo, mesmo vermelho para o pedestre. Resultado: Nas primeiras semanas varios atropelamentos e muitos muitos xingamentos aos motoristas "bandidos".
Levaram anos pra consertar a barbeiragem.
Outra coisa que sempre me deixou indignado é a insistencia das conurbs da vida em pintar as faixas sempre exatamente na esquina? Ao motorista "bandido" não resta outra opção a não ser parar sobre ela, para ter visão do tráfego à sua frente. Se obedecer à legislação, ficará preso atrás da faixa sem a mínima chance de enxergar o movimento. Bastaria pintar a faixa cinco ou seis metros aquém da esquina e tudo se resolveria. Só conheço uma cidade que faz isso. Criciúma.
Quanto à pintura das faixas Sr. Castan, o problema é tinta barata de má qualidade. Existem tintas especiais para isso, que duram muito tempo. Mas são mais caras. Aí...já viu né?
E ainda tem aquelas faixas pintadas bem no meio de vias expressas ou corredores de trânsito como a nossa João Colin por exemplo. Parar numa delas, é abalroamento garantido (já aconteceu comigo, em Florianópolis, onde os problemas são os mesmos). Aí, novamente a culpa é do motorista "bandido"
Por isso Sr. Castan, felicito-o pelo comentário oportuno, mostrando o poder público e o próprio pedestre também tem responsabilidades.
É preciso sim, orientar o pedestre de que em cruzamento onde haja semáfaro, ele tambem tem que obedecer o sinal. A faixa de pedestre muito pouco obedecida, tanto pelos pedestres quanto pelos motoristas, acaba sendo um elemento causador de acidentes, especialmente aquele na rua Blumenau esquina com Rua dos Ginásticos, onde um quase que se emenda no outro.
ResponderExcluirParabéns pelo comentário !!!
ResponderExcluirNo Brasil que copia tudo , menos a educação , surgiram campanhas nos anos 80/90 nos comparando com a Suécia , Suiça ou uma Dinamarca ; um trânsito lindo , onde o pedestres parava em frente a uma faixa e o mundo devia "parar" para ele atravessar !!! Mias isso era nos anos 90 e em países bem mais educados que o nosso (infelizmente!)
Os abusos dos pedestres são muitos e concordo com o Nelson que hoje a mídia transforma o motorista num "Bandido".
Pra que a prefeitura gastar com sinal para pedestres , em Joinville é jogar dinheiro fora !!!
Hoje mesmo no AN do comentário do Sr, Castan está a análise da faixa na rua Dr. joão Colin , o tempo médio de espera é 25 segundos ! Ao meu ver tempo excelente !!eu como motorista espero bem mais nos inúmeros sinaleiros desta via !
Só sei que nesta cidade de ciclovias que ligam nada a lugar nenhum , de especialista que querem viadutos só para ter , da proliferação de semáforos e radares (vem mais 100 por aí!) , da guarda de bloquinho na mão ,... nós motoristas não temos projetos nenhum para facilitar um pouco nossa vida , parece q a gente não paga imposto, não tem direitos , e por aí vai....