A idéia que empresas públicas possam ser eficientes se me faz cada dia mais difícil de aceitar.
A mistura de politicagem, legislação e incompetência formam um tripé formidável.
Seria precisa uma tribo completa de heróis ou semideuses para se enfrentar e
vencer a força inesgotável da burocracia. Imaginar que na nossa realidade o
transporte público, a tratamento do esgoto, a recolhida do lixo e dezenas de
outros serviços públicos possam ser mais bem prestados por empresas publicas
eficientes, enxutas e focadas na busca de resultados é algo tão alucinante como
os melhores filmes de ciência ficção em 3D. Tampouco a maquina publica esta orientada e
comprometida com a melhoria da eficiência, a redução de custos e o aumento da
produtividade. As estruturas públicas se convertem num fim nelas mesmas.
Preocupadas quase que exclusivamente em garantir a sua perenização e em criar a
maior rede de proteção social e laboral que o dinheiro público possa pagar, até
a exaustão das arcas publicas e a inviabilidade do modelo. O mesmo se repete de
norte a sul do globo, de Europa e África do Sul, da Ásia a América meridional.
Se bem é verdade que não é uma exclusividade nacional, estamos
desenvolvendo as técnicas mais avançadas neste campo, as nossas Câmara de
vereadores, as nossas prefeituras e até o nosso judiciário criam a cada dia
novas benesses, vantagens e sinecuras que só servem para empregar ou atender
apaniguados e drenar a velocidade e com intensidade cada vez maior os recursos
públicos.
A fabula que melhor mostra esta realidade é a dos dois infernos. Neste
historia dois amigos falecem repentinamente com pouca diferença de tempo e ao
chegar à porta do céu, são informados que o seu lugar é o inferno. Ao chegar
lá, Lúcifer os estava esperando ansiosamente e lhes propõe a opção de escolher
entre os vários tipos e opções que o inferno oferece, desde o inferno alemão,
ao japonês, passando pelo brasileiro. Depois de explicar detalhadamente que o
velho sistema de fogo e calor tinha sido substituído por um modelo mais sustentável
e de menor consumo energético, que consiste em que cada hospede recebe
religiosamente um balde de esterco fresco na cabeça duas vezes por dia, uma
pela manha e a outra pela tarde. Os dois amigos preferem em função das suas
origens étnicas escolher infernos diferentes, o de olhos azuis escolheu o
inferno alemão, o outro preferiu o inferno brasileiro. Passados alguns anos e
para promover o intercambio de tecnologias e de conhecimentos entre os diversos
modelos de infernos e poder avaliar o seu efeito sócio educativo se organizou
um congresso reunindo todos os infernos. Os dois amigos se reencontram na fila
para fazer as suas inscrições para o congresso e enquanto o que tinha escolhido
o inferno alemão emitia um fedor e apresentava um estado geral lamentável,
aquele que escolheu o inferno brasileiro estava alinhadíssimo com o seu terno
de linho cru e estava pulcramente vestido e perfumado. O primeiro protesto com veemência
frente a evidente discriminação e escutou do amigo, que de fato os dois
infernos seguem o mesmo ritual, dos baldes diários de esterco fresco por
hospede e dia. Só que no seu caso, mesmo depois de tantos anos, ainda não tinha
recebido o primeiro. Porque o dia que tinha balde, não tinha esterco, quando
tinha esterco e balde faltava o responsável pelo trabalho e esta situação se
prolongava por anos a fio.
E fácil pressupor que a fabula pode ser adaptada a maioria de serviços públicos
e retrata bem a situação de boa parte de nossos serviços e repartições
publicas.
Também não acredito no Brasil em empresa pública, que hoje acaba sendo cabide de emprego, baixa produtividade. Não acredito em empresas privadas atendendo a área pública, pois para estas participarem acabam precisando propinar e ficar a mercê dos que estão no poder.
ResponderExcluirAcredito sim que precisamos urgente fazer campanhas para informar que ser honesto, estudar, respeitar e trabalhar podemos nos tornar bons políticos e empresários.
Antes que 100% da população acreditem que o errado é certo. E olha que estamos muito próximos disto.