Soberba e aprendizado
Nos últimos 20 anos, participei de mais de uma dezena de projetos de cooperação internacional, envolvendo entidades de uma dúzia de paises em quatro continentes. De cada nova experiência guardei a oportunidade de aprender, de olhar as coisas desde outras perspectivas e principalmente a constatação de como somos ao mesmo tempo idênticos e diferentes.
Em comum asiáticos, africanos, latino-americanos e europeus tem a vontade de aprender, de fazer melhor, de desenvolver, as suas empresas, a sociedade em que vivem. Reconhecer que não sabemos que não temos resposta para todo, é uma parte necessária do processo de aprendizado. Só a partir deste momento que podemos começar a aprender. Ninguém pode aprender aquilo que acha que já sabe. Porque a capacidade de aprender esta totalmente tomada pelos preconceitos, pelas respostas já definidas aos problemas que nem entendemos direito. A soberba nos impede aprender, sem aprender, cometemos uma e outra vez os mesmos erros, entrando numa repetição constante de respostas erradas, que não resolvem os problemas apresentados.
Só a partir que desistamos da soberba e fizermos um exercício de humildade, estaremos preparados para começar a aprender, só depois que o cérebro seja capaz de se despir dos preconceitos e esvazie completamente as respostas de sempre, estará preparado para ser preenchido com novas idéias, com novos conceitos, que venham a substituir os antigos ou confirmem as soluções, para os problemas que um dia sim e outro também a cidade precisa enfrentar e resolver.
O chamado “Urbanismo Oficial” alega ter as respostas para todos os problemas, inclusive para aqueles que nem foram identificados ainda. Os joinvilenses não têm podido experimentar, todavia o milagre dos remédios mágicos prometidos pelos detentores de todas as respostas. Tem quem ache que só a partir de um exercício de humildade extrema e depois de desnudar se completamente de preconceitos e de soberba, estarão, os urbanistas oficiais, preparados para começar o longo périplo do aprendizado e poderão alcançar o gozo da sabedoria. Hoje uma meta a todas as luzes inalcançável.
Até lá, como os asiáticos, africanos, latino-americanos e europeus já aprenderam, não será possível aprender nada do que achamos que já sabemos e permaneceremos transpirando ignorância, propondo obviedades, alimentando e engordando a arrogância que nos impede de desenvolver e prosperar.
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