O texto publicado no jornal A Noticia de hoje, reforça com consistência e clareza o desatino que representa a retirada das azaléias da JK e o desnecessário deste tipo de iniciativa. Com abordagem técnica e criteriosa o texto não deixa margem para duplas interpretações.
Azaleias, por Anselmo Fábio de Moraes
Existem certas coisas que não há como entender. Parecem coisas de quem não tem o que fazer ou de gente que está com as ideias fora do lugar.
Passar na avenida JK e ver as retroescavadeiras retirando as azaleias foi de doer. Quando a gente pensa que o estoque de sandices esgotou, pimba: lá vem um iluminado da Prefeitura com uma nova. Tenho que reconhecer que quem está “cuidando” de Joinville tem se superado diariamente.
Na imprensa, leio que o projeto é uma forma de revitalizar a via e torná-la mais arejada; que o trecho é escuro e fechado por causa das árvores e da altura das azaleias. Querem dar uma cara nova à avenida, por ser uma das principais de Joinville.
Só pode ser gozação. Trocar uma cerca viva, que vem cumprindo a sua função há anos, por uma de ferro, e as flores permanentes da azaleia por flores de época induz claramente a desperdício de recursos públicos e a um conceito do construir o espaço urbano desprovido de lógica e de fundamentação teórica e prática.
A azaleia é conhecida pela sua resistência à poluição do ar, portanto, adequada àquele local que tem intenso fluxo de veículos e está ali há anos formando uma cerca viva, protegendo os motoristas no encontro das luzes dos veículos, impedindo a travessia de pedestres por lugares impróprios, purificando o ar pela fixação de poeiras e fotossínteses de gases, reduzindo a velocidade de ventos, favorecendo a infiltração de água no solo, servindo de abrigo à fauna e amortecendo ruídos. Enfim, exercendo uma função ecológica, no sentido de melhoria daquele ambiente urbano, e estética, no sentido do embelezamento daquela via pública e, consequentemente, da cidade.
Então, por que cortá-las? Pelo que se lê, para substituí-las por plantio de flores de época, baixas e coloridas, e instalação de cerca de ferro a um custo de R$ 186 mil.
Para quem alega ter uma prefeitura sem recursos e endividada, mexer no que está quieto, fazendo obra deste tipo, ainda mais sabendo que se criarão novas despesas, visto que flores de época trocam-se de quatro em quatro meses (o canteiro da JK tem em torno de 1.050 m² que terão perto de 21 mil mudas a cada troca), há uma baita incoerência. Parece até que o prefeito procura fazer alguma obra, só para dar “satisfação” aos joinvilenses bocudos que ficam dizendo que ele não faz obra nenhuma.
hans.moraes@gmail.com
Fico imaginando como teria ficado bonito se eles tivessem destinado tantos recursos ($$ e tempo) as azaleias que já estavam ali.
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