Não sem esforço, aos poucos temos conseguido expulsar as bicicletas das nossas ruas e do nosso quotidiano. Primeiro pela priorização do carro e pelo domínio gradual de um modelo de transito mais violento, mais agressivo. Depois pela falta de investimentos que permitam ao ciclista circular com um mínimo de segurança, evitando que precisem disputar nas ruas o seu espaço com carros, motocicletas e inclusive com ônibus. A lei do mais forte vence.
No passado Joinville contava com algumas ciclovias, pedaços esparsos de caminho que uniam porções do nada a partes de vazio. Trechos inconclusos de ciclovias que nunca foram concluídos e que não estavam integrados entre sim. Convertendo circular em bicicleta, cada vez mais, em um jogo arriscado, com final previsível.
Que numa cidade plana como Joinville, não se priorize e se estimule o uso da bicicleta é um desatino, e deveremos pagar um preço alto no futuro, por tanta bobagem como estamos vendo e fazendo.
A nova intervenção da prefeitura municipal, no que se deu o nome de ciclo faixa e que tem como único objetivo, puder apresentar na corrida eleitoral, que se aproxima, a informação errada e tendenciosa, que Joinville aumentou nesta gestão os quilômetros destinados aos ciclistas. Nada mais longe da verdade.
As chamadas ciclo faixas não são mais que ciclo enganações, que em nada estimulam o uso da bicicleta, que não oferecem segurança ao ciclista e que continuam sem estar integradas a nada.
Não cumprem a sua função e servem só para garantir para o discurso vazio e irresponsável. É perigoso acreditar que este tipo de intervenções terá outro resultado que não seja desestimular ainda mais o uso da bicicleta e aumentar o numero de acidentes de transito envolvendo ciclistas.
Os responsáveis técnicos destes projetos, aqueles que os implantaram e as autoridades que autorizaram a sua construção devem ser responsabilizadas, não só pelo mal uso de recursos públicos, também e muito especialmente por colocar em risco a vida dos cidadãos.
Temos bons exemplos de ciclovias em cidades próximas de nós como Blumenau e Balneário Camboriu, mas defendo o direito das nossas autoridades de cometer os seus próprios erros e a não querer aprender com os acertos dos outros, sempre que isto não envolva recursos públicos.
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