A revista Veja, da qual não sou nem leitor nem
assinante, estampa na sua capa desta semana uma pergunta inquietante: “Você
concorda que Brasília deveria abandonar a galáxia distante onde está e voltar
ao Brasil?”. Imediatamente me veio à mente o filme MIB (Men in Black) de
1997, protagonizado por Tommy Lee Jones, Will Smith e a encantadora Linda
Fiorentino. Depois foram feitas outras versões e já está hoje na terceira.
O filme apresenta a possibilidade, até hoje
fantasiosa, de que seres extraterrestres vivessem normalmente aqui na Terra.
Depois de ver a capa da "Veja", não me resta nenhuma dúvida de que o
filme é premonitório. Os nossos políticos não podem ser seres normais, não
podem ser terrenos... ou seria mais correto dizer terráqueos? Não é Brasília
que deve voltar à Terra, desde a galáxia distante em que a "Veja"
assegura que se encontra. Brasília existe, é real e está no Planalto Central.
Eu mesmo já estive lá mais de uma dezena de vezes. Os políticos de Brasília,
como em todas as capitais e todos os municípios brasileiros, foram abduzidos
por seres de outra galáxia, alienígenas que estão entre nós para destruir a
nossa civilização ou o que resta dela.
É impossível imaginar que, enquanto milhões de
brasileiros saem às ruas a pedir uma mudança, estes senhores possam estar
passeando em jatinhos da FAB, pagos com o nosso dinheiro para assistir jogos de
futebol, casamentos, visitar amigos e levando juntos parentes e namoradas. Nos
últimos 5 meses foram 65 vezes. Tudo enquanto às portas dos estádios as pessoas
enfrentavam a polícia pedindo reformas, protestando contra a corrupção e contra
o mau uso do dinheiro público. Dentro dos estádios, alheios a tudo, tinha
políticos posando de torcedores.
A invasão está espalhada por todos lados. Nas assembleias legislativas, importantes projetos de lei outorgam o título de capital da carne, ou da banha, ou do jiló a esta ou aquela cidade. Enquanto isso, a saúde, a educação e a segurança desmoronam, como resultado da má gestão, do gasto exagerado e da própria roubalheira.
Nos municípios do interior, pequenos sátrapas dispõem dos recursos públicos como se fossem próprios, e contratam jardins de inverno, aquários, carros com motorista e quilometragem ilimitada ou qualquer outra bobagem que lhes dê na telha. Tudo ao mesmo tempo que recebem em audiência os representantes da sociedade que defendem a redução do custo do transporte público ou o passe livre. Para ter uma noção de como a situação escapou do controle, entre 2005 e 2012 os municípios brasileiros contrataram mais de 1.500.000 de funcionários e a proporção de funcionários públicos em relação à população cresceu 32% sem que os serviços públicos tenham melhorado. No caso de Joinville, a maior empregadora do município é a Prefeitura, com mais de 11.000 funcionários. Cada dia são necessários mais impostos para pagar os custos de uma máquina que não para de crescer.
A invasão está espalhada por todos lados. Nas assembleias legislativas, importantes projetos de lei outorgam o título de capital da carne, ou da banha, ou do jiló a esta ou aquela cidade. Enquanto isso, a saúde, a educação e a segurança desmoronam, como resultado da má gestão, do gasto exagerado e da própria roubalheira.
Nos municípios do interior, pequenos sátrapas dispõem dos recursos públicos como se fossem próprios, e contratam jardins de inverno, aquários, carros com motorista e quilometragem ilimitada ou qualquer outra bobagem que lhes dê na telha. Tudo ao mesmo tempo que recebem em audiência os representantes da sociedade que defendem a redução do custo do transporte público ou o passe livre. Para ter uma noção de como a situação escapou do controle, entre 2005 e 2012 os municípios brasileiros contrataram mais de 1.500.000 de funcionários e a proporção de funcionários públicos em relação à população cresceu 32% sem que os serviços públicos tenham melhorado. No caso de Joinville, a maior empregadora do município é a Prefeitura, com mais de 11.000 funcionários. Cada dia são necessários mais impostos para pagar os custos de uma máquina que não para de crescer.
Não me resta qualquer dúvida: os políticos que
elegemos não são deste planeta, eles são de outro mundo. Ocupam corpos com
aparência de humanos, falam como humanos, se comportam em público como se
fossem seres humanos. Mas não o podem ser. É impossível que esta gente seja tão
insensível ao sofrimento deste país, que não vejam as filas na madrugada, as
escolas interditadas, o patrimônio público deteriorando-se, os professores mal
pagos e o aumento descontrolado da criminalidade.
Estes alienígenas devem possuir algum tipo de poder hipnótico que, retransmitido pelas ondas do rádio ou da televisão, fazem que os eleitores deste país sejam acometidos de ataques sorumbáticos e votem nas maléficas urnas eletrônicas, justamente nos candidatos alienígenas. Porque é difícil aceitar que representem um corte da nossa sociedade. Não pode ser que sejamos tão ruins. São uma abdução em massa ou uma invasão extraterrestre. Só isso poderia explicar uma situação como a que vivemos. E é evidente que a nave mãe que os trouxe não quer levá-los de volta.
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