21 de julho de 2013

Defesa dos voluntários



A resistência dos bombeiros militares em aceitar a emenda ao projeto de poder de polícia é um exemplo de que as corporações de voluntários se converteu em alvo predileto. Com a emenda, o poder de polícia nas cidades de Santa Catarina onde há convênios com os voluntários, como Joinville, continua com as prefeituras. Onde há atuação dos militares, o poder de polícia vai para essas corporações. Em resumo, os voluntários só querem continuar o seu trabalho, sem eventuais interferências. Nem fazem questão de ter o poder de polícia (na prática, o poder de interditar), só querem manter suas atuais funções. E há ainda outra ameaça: a a ação apresentada no STF (ainda não julgada) pela Federação Nacional das Entidades de Oficiais Militares Estaduais contra a lei catarinense que possibilita aos bombeiros voluntários o convênio com as prefeituras. Por que tamanha ameaça aos voluntários?

A luta constante para acabar com os bombeiros voluntários, para apresentá-los, para quem não os conhece, como sendo despreparados, pouco ou mal equipados e incapazes de oferecer segurança a população é uma boa prova que a sua existência irrita ao ponto de pregar a destruição das corporações voluntários. Seu denodado esforço é a maior prova que as corporações voluntárias são um exemplo que incomoda e evidenciam uma outra realidade possível.

A defesa civil, o combate ao fogo e aos desastres naturais é na maioria dos países desenvolvidos uma tarefa da sociedade. Desnecessário apresentar de novo os dados que provam o quanto as corporações voluntárias são mais econômicas, em média custam cem vezes menos que as militares. Ou repetir o quanto são mais enxutas, eficientes e em muitos casos até melhor equipadas. A sociedade já sabe que elas são melhores e é nesta percepção da população que reside a sua maior força e sua credibilidade e a fonte do seu respeito.

Numa época em que o brasileiro descobriu a força da sua mobilização, não se me ocorre nenhum motivo melhor, mais digno e mais justo para tomar a rua para defender os bombeiros voluntários contra a sanha corporativista que quer destruir instituições históricas tão nobres e legitimas. Num momento em que as mobilizações são contra isso ou contra aquilo, defendo que saiamos as ruas por um grande movimento a favor dos bombeiros voluntários. Mostrando o forte respaldo que tem da sociedade que eles protegem e a que servem, colocando inclusive em risco a sua própria vida.


Os voluntários tem essa credibilidade e merecem hoje mais que nunca o nosso apoio, não só na forma de comissões empresariais e de lideranças políticas, também na forma de cada um de nos que acredita e defende este modelo. É hora de encabeçar um abaixo assinado, com tantas assinaturas como seja possível e uma mobilização popular que percorra ruas e praças para mostrar aos nossos deputados o erro que cometeriam sancionando uma lei que, sem a emenda, será  perversa e equivocada para os voluntários.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

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