Ninguém mais acredita
que exista nenhuma informação, menos ainda nenhum segredo que possa estar a
salvo dos modernos sistemas de espionagem. Hoje é possível comprar, em lojas
especializadas, equipamentos e geringonças tecnológicas que permitem registrar
e transmitir todo tipo de conversas e imagens, até ontem restritas ao âmbito da
intimidade.
Os arapongas amadores
e os que fazem disso uma profissão, não são nem aprendizes se comparados a capacidade
tecnológica e recursos a que tem acesso grandes corporações e principalmente
governos. Nada escapa hoje aos modernos sistemas de escuta telefônica ou de
vigilância eletrônica. É um segredo a vozes que não há dados a salvo e que
todos podem ser acessados com o conhecimento e os meios adequados. O Brasil tem
computadores poderosos como o “T Rex” da Receita Federal e softwares como o “Harpia”
que permitem armazenar e processar centenas de milhares de informações
simultaneamente ou sistemas como o “Guardião” capaz de gravar escutas
telefônicas.
No nível internacional
faz já muitos anos que se conhece a existência do sistema Echelon com
capacidade de registrar e gravar todo o trafego telefônico do mundo e se esta
tecnologia é utilizada pelos serviços secretos ocidentais para bisbilhotar tudo
o que se fala no mundo, devemos pressupor que existam outros semelhantes
operados por chineses e russos. Toda esta gigantesca capacidade tecnológica
fica convertida em nada se comparada ao sistema PRISM operado pela NSA, a
secreta organização americana que deixa a outrora poderosa CIA no chinelo e da
que tivemos confirmação da sua existência pelo vazamento feito por Edward
Snowden, atualmente o inimigo publico numero um.
O que não dá para
entender é para que investir tantos milhões se a maioria das pessoas se expõe
até muito além do bom senso na rede. Mostram tudo, divulgam tudo e parecem
acometidos por ataques violentos de exibicionismo. Parafraseando Andy Warhol, a
internet permite que todos tenham seus 15 minutos de fama. Hoje acabamos
conhecendo mais intimidades sobre pessoas que nem conhecemos, nem sequer
sabemos quem são e não chegam nem ao nível de sub-celebridades de que de
algumas pessoas próximas, mas que optaram por preservar um mínimo de
privacidade.
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