A desincompatibilização
de uma dúzia e meia de participantes do primeiro escalão da administração
municipal serviu para dar o tiro inicial de uma corrida de obstáculos que
concluirá em outubro com a eleição municipal.
É
esta uma corrida injusta e desigual, porque em quanto uns correm a peito
aberto, sem muitos recursos e dependendo das contribuições voluntarias, outros
partem com vantagem, protegidos por uma legislação injusta e que facilita a
recondução dos atuais vereadores. Arroupados por quase uma vintena de
assessores, que mantém contato permanente com os eleitores, com veiculo e combustível
sem limite para visitar as bases, com uma infinita conta de telefone, com
computador a disposição e tudo custeado com recursos públicos, a campanha pela
reeleição de um vereador é uma tarefa mais fácil que a que tem que enfrentar
aqueles que para poder contar com uma estrutura semelhante devem contar com
recursos próprios significativos ou com recursos contabilizados pela campanha
depois de iniciado oficialmente o período eleitoral.
Não será
raro que mesmo tendo aumentado o seu salário acima da inflação e contra a
vontade da maioria da população, boa parte dos atuais legisladores sejam
reconduzidos ao cargo. Tampouco será nenhuma surpresa se alguns dos vereadores
contam com recursos significativos para enfrentar a corrida eleitoral, recursos
vitaminados pela aprovação de leis que o ministério público considera que não
atendiam ao principio da impessoalidade. A pessoalidade neste caso poderia ser
identificada facilmente se o financiamento da campanha cumprisse todos os
requisitos de transparência que a lei exige e que permitiriam identificar quais
os financiadores de cada campanha.
Uma
alternativa para que esta corrida tão desigual permita o emparelhamento de
todos os concorrentes com as mesmas chances, só poderia acontecer se houvesse
uma mobilização a favor da não renovação de nenhum dos atuais vereadores. Uma
iniciativa que estimulasse a chegada ao legislativo de uma nova geração de
cidadãos, que sem experiência política previa, chegaria ao poder desprovida das
mazelas e vícios que enquistam a política local.
A utópica
alternativa, pode não garantir um legislativo melhor, mas sem duvida nos
proporcionara a oportunidade de um novo legislativo. Uma oportunidade única para
não renovar as praticas que em alguns casos afrontam o eleitor que se
sente traído, envergonham o joinvilense e provocam o repudio da sociedade.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
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