11 de abril de 2012

Contas que não fecham


O Brasil esta vivendo um momento excepcional, o vigor da nossa economia é tal que é possível encontrar no mercado local todo tipo de produtos originários de praticamente todos os cantos do globo. Este nível de internacionalização da nossa economia que evidenciam o nível de globalização que alcança a nossa sociedade. Um bom indicador pode ser uma simples visita a algum dos supermercados de Joinville. Será possível encontrar desde leite francês, batatas fritas da Malásia, geleias da Alemanha, cebolas da Holanda ou cervejas de praticamente qualquer país do mundo. A mesma realidade esta presente em qualquer das grandes redes comerciais do país. Parafusos, pratos, bugigangas das mais variadas produzidas nos quatro cantos do mundo são oferecidos a preços mais competitivos que os dos similares nacionais.

O país iniciou a fabricação de um dos smartfones mais comercializados no mundo. O seu preço, aqui está entre os mais caros do mundo, a diferença e tal que um consumidor brasileiro pode escolher entre comprar o aparelho no país ou pelo mesmo preço viajar aos Estados Unidos, ficar dois dias num bom hotel, comprar o mesmo telefone e ao fazer as contas depois de considerar o custo da passagem, da hospedagem e do telefone ainda economizará 50 Dólares. O governo brasileiro sensibilizado por esta brutal diferença de preços, incentivou a produção e desonerou quase totalmente este importante item da cesta básica do trabalhador brasileiro. O resultado desta política de incentivo é que ainda hoje é mais econômico comprar o dito telefone no exterior que aqui no Brasil.

O caso da nossa industria automotiva é semelhante. A comparação de preços entre modelos idênticos da mesma marca fabricados no Brasil, no México, na Tailândia ou na Austrália, por citar casos concretos, evidencia que temos a honra de pagar os preços mais elevados pelos mesmos produtos. Situação parecida experimentam as jovens mães que optam por viajar a Miami para fazer a compra  de todo tipo de utensílios necessários ou não, para dar as boas vindas aos futuros bebes. Que seja mais econômico viajar milhares de quilômetros para fazer as compras expõe um desequilíbrio da economia e um contrassenso difícil de aceitar.

Parece evidente que alguma coisa deixou de fazer sentido neste modelo econômico em que impostos e taxas por um lado e margens de ganância escandalosas pelo outro, formam a maior parte do preço que pagamos por qualquer produto e fazem deste um país cada dia mais caro e menos competitivo.



Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC


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