Antes mesmo que a campanha eleitoral de
inicio, sem que os candidatos tenham sido homologados pelas convenções partidárias,
os pré-candidatos se lançam a busca dos votos, mais que a sua busca, se lançam
a caça do eleitor. No Brasil ao contrario que na maioria de democracias o voto
é obrigatório. Nem os partidos, nem os candidatos precisam se esforçar em
convencer o eleitor a votar. A estratégia de campanha tem como foco exclusivo
direcionar os votos para o candidato.
O Brasil tem ainda outras peculariedades que
fazem da caça ao voto um esporte único, a primeira é o elevado nível de
analfabetismo funcional, a segunda a geléia ideológica em que os partidos tem
se convertido e que faz que em nome da governabilidade se juntem em coligações
os inimigos de ontem para derrotar os amigos de anteontem. Numa situação que para
qualquer eleitor medianamente informado é difícil de compreender é seguir.
É mais fácil para um político em campanha se
concentrar na caça dos votos dos menos esclarecidos. Além de ser mais
influenciados por discursos inflamados e grandiloqüentes representam hoje no
Brasil a maior parcela do eleitorado. No país o analfabetismo funcional atinge
cerca de 68% da população. Se somados a esses 68% de analfabetos funcionais os
7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não
possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou
seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente
alfabetizadas. O candidato não precisa se expor em debates frente a platéias melhor
informadas, mas esclarecidas e em geral mais criticas. Pode se concentrar em
pescar nos cardumes em que os votos são mais fáceis de convencer.
Os partidos políticos, por outra parte,
tampouco contribuem muito para que o eleitor possa escolher melhor. Em geral só
o confundem ainda mais. Ao compartir o mesmo palanque com os mesmos que ontem
ou anteontem eram seus inimigos mortais, ao aparecer lado a lado em santinhos e
outdors o eleitor vai construindo a imagem que são todos iguais, que são todos,
farinha do mesmo saco, e que por tanto é a mesma coisa votar em um ou em outro.
Sem outra proposta ideológica que chegar ao poder e conseguir empregar o maior
numero de companheiros e apaniguados, os partidos hoje atuam mais como agencias
de emprego que como verdadeiros foros de debate político e o resultado é este
que aqui esta.
O mais provável é que ao conhecer o resultado
das próximas eleições, a máxima de Ulysses Guimarães que pior que este
congresso só o próximo será verdadeira uma vez mais.
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