31 de março de 2012

Pobre cidade rica


Pobre cidade rica

De tanto escutar que a prefeitura não tem dinheiro para nada. Que nenhuma obra pública importante pode ser levada adiante pela falta de recursos para fazer as desapropriações necessárias. Que a capacidade de endividamento da nossa cidade esta comprometida, que é preciso arrecadar ainda mais, confesso que quase acreditei.

Cada vez que o prefeito começa com a cantilena a minha primeira iniciativa era por a mão no bolso e ver se tinha uns trocados para oferecer. Porque o discurso é quase um discurso de pedinte. Daquele que já não tem mais credito e ficou sem dinheiro até para comprar o pão e o leite. Situação constrangedora para a cidade que insiste em se apresentar como a maior de Santa Catarina, a terceira maior economia do sul do Brasil, a Manchester Catarinense e por aí afora. Bater no peito e estar quebrado é uma situação para envergonhar a quaisquer um. Se não morasse aqui, diria que me produz vergonha aleia esta situação de extrema penúria.

Mas surgem dados que mostram que Joinville é sim uma cidade rica, que o seu orçamento é maior que o de muitas cidades de porte e população semelhante, que o que aqui se arrecada graças à pujança da nossa economia é significativo e deveria nos permitir estar numa situação mais confortável. O jornalista Jefferson Saavedra do jornal A Noticia informa que: “A receita de R$ 1 bilhão apurada em 2011 fica acima da media de municípios do mesmo porte. Londrina fechou com R$ 840 milhões e Juiz de Fora, também com 520 mil habitantes como Joinville, teve receita de R$ 830 milhões. Com população um pouco menor, Caxias do Sul teve R$ 962 milhões à disposição no ano passado. Uberlândia atingiu R$ 1,1 bilhão, mas têm 90 mil moradores a mais do que Joinville. As cidades com receitas bilionárias no interior paulista, na faixa do R$ 1,3 bilhão registrado no ano passado, como Sorocaba e Ribeirão Preto, já passaram dos 600 mil habitantes.”

O problema deverá neste caso ser encarado desde outra perspectiva. A da própria administração que se faz dos recursos públicos. O prefeito Carlito Merss divulgou nestes dias que o gasto em saúde aumentou dos 15% exigidos por lei para os atuais 32%, bem mais que os 26% da gestão anterior. Se gastar muito é um indicador bom, eu fico mais preocupado, pode ser que esta forma de avaliação tenha nos trazido até a situação atual. Os administradores defendem que se gaste bem e não que se gaste muito. Se a saúde municipal não estivesse vivendo uma situação de crise permanente até poderíamos encontrar quem concordasse com que o aumento é um bom indicador. O próprio peso da folha, do pagamento de juros e do principal da divida representa um peso significativo no orçamento do município e drena os recursos necessários, não só para a manutenção e recuperação do deteriorado patrimônio público, também para novos investimentos. Hoje é provável que uma analise mais criteriosa destes dados mostre indicadores elevados de desperdício, gasto excessivo e má administração. 

Vivemos numa pobre cidade rica e pagamos o preço por isso.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

30 de março de 2012

Cinturão verde - benefícios x ameaças


CONCEITOS E DEFINIÇÕES PARA CINTURÃO VERDE

O Cinturão Verde é o responsável pela qualidade de vida da metrópole ou cidade que se faz rodeada, na medida que apresenta 10 grandes benefícios:

1.       abriga os mananciais que abastecem a cidade e as cabeceiras e afluentes dos rios que cortam a área urbana;
2.       estabiliza o clima, impedindo o avanço das ilhas de calor em direção à periferia;
3.       auxilia na recuperação atmosférica filtrando o ar poluído, principalmente de substâncias particuladas;
4.       abriga grande biodiversidade de espécies;
5.       tem uso social – econômico (turismo rural) e sustentável
6.       protege os solos de áreas vulneráveis, onde se produzem chuvas torrenciais, amenizando as enchentes na malha urbana;
7.       garante parte da segurança alimentar das cidades;
8.       constitui reserva do patrimônio cultural;
9.       apresenta forte potencial para novas descobertas científicas;
10.   estimula as atividades autosustentáveis. 

Em contrapartida, podemos também listar as 10 maiores ameaças ao Cinturão Verde:

1.       Especulação Imobiliária;
2.       Impacta em grandes obras de infraestrutura;
3.       Decorre em legislação inadequada e geralmente descumprida (falta fiscalização);
4.       Regulamentação fundiária precária;
5.       Extração ilegal de recursos ambientais – florestais e hídricos;
6.       Potencializa a Mineração;
7.       Passa a receber grande quantidade de Lixo Urbano;
8.       Poluição atmosférica e hídrica;
9.       Depredação do ambiente por indivíduos não conscientes;
10.   Potencializa a desconcentração industrial com potencialização de demandas reprimidas (áreas de descarte de resíduos, necessidade de transporte, saneamento, urbanização, preservação e mobilidade e logística).

Contribuição de Sérgio Gollnick

27 de março de 2012

Para pensar acordado

"Em face a um obstáculo que é impossível superar, teimosia é estupidez." 

(Simone de Beauvoir) 

26 de março de 2012

A historia se repete


A historia se repete

A pesar do discurso repetitivo e insistente que agora as coisas são feitas de forma diferente, que nunca antes na historia de Joinville e outras frases de efeito e mensagem semelhantes o que se vê é mais do mesmo, em alguns casos, igual em outros até pior.

A imagem que ilustra este post é uma charge de Paulo Gerloff postada no jornal A Noticia faz agora quatro anos, no período prévio ao inicio do período eleitoral, só que na gestão anterior, a que hoje é responsabilizada por tudo de ruim que acontece em Joinville e que esta administração depois de mais de 3 anos dando cabeçadas não consegue se desvencilhar do pesado fardo da dita administração anterior.

Se no passado recente a historia de Joinville pode ser considerada uma tragédia pelos seus efeitos nefastos sobre o presente e a sua projeção no futuro, agora a historia se repete na forma de comedia, uma comedia de erros. As obras públicas não conseguem ser concluídas no prazo, nem dentro do orçamento, mostram envelhecimento e desgaste precoce e a alegada melhor qualidade não é perceptível pelo eleitor joinvilense, que em alguns casos demonstra ter perdido definitivamente a paciência.

O risco maior é ainda que repitamos a mesma historia não uma vez, mas duas ou quem sabe até três. Imaginar que possam voltar a administrar a cidade os mesmos que já o fizeram e não mostraram competência para isso é preocupante. A menos que cheguemos à conclusão, e parece que alguns já o fizeram, que todas as alternativas são a mesma m3#d@ e que não há solução no horizonte.

Preocupante o quadro que se apresenta no futuro próximo. Até aqui só a constatação que a historia se repete uma, duas, três vezes e que depois da tragédia e da comedia, a próxima etapa pode ser uma tragicomédia, uma comedia de erros ou simplesmente um vaudeville interpretado por atores de segunda.

25 de março de 2012

Livros, livros, livros


Um marco arquitetônico para Joinville


Uma obra de arte

Finalmente ficou concluída a passarela que une de forma permanente uma e outra margem do Rio Cachoeira. A ligação entre dois ícones da nossa arquitetura local, o Centreventos e a Câmara de Vereadores é completada com uma obra de arte da nossa engenharia. Nem poderia ser diferente, ambas as construções mereciam uma passarela que rivalizasse em elegância e criatividade com dois dos principais marcos arquitetonicos de Joinville.

Finalmente temos uma obra, planejada, projetada e executada nesta gestão que nos provoca uma vontade irresistível de gritar: “Agora sim!”, depois de tanta obra menor, de inauguração até de sinaleiros, de praças com o pomposo titulo de parques, finalmente temos um novo referencial urbano, uma obra que teria merecido ser premiada num concurso internacional de idéias, uma obra que reúne em poucos metros toda a elegância, arrojo e leveza que a engenharia local é capaz de colocar numa única obra.

A passarela rivaliza com algumas das pontes de pedestres mais famosas do mundo, sejam elas da beleza do Puente de la Mujer, projetada por Santiago Calatrava para unir as duas margens de Puerto Madero, em Buenos Aires , ou a passarela que une as margens do Rio Clyde,  em Glasgow, no Reino Unido. Para não deixar de ser um pouco bairrista, a nossa passarela tampouco pode ser comparada em beleza, com a construida em Can Gili, Granollers na Espanha. Nenhuma delas, por citar algumas das centenas de passarelas que podem e devem ter servido de inspiração aos nossos profissionais locais, chega perto da nossa passarela.

É bom que finalmente abandonemos esta mediocridade que parecia enquistada em Joinville e busquemos novos desafios, acreditemos que podemos sim, nos comparar com o que há de melhor no mundo da engenharia, da arquitetura, do design e que podemos competir de igual a igual com os melhores do mundo. Quem poderia não se emocionar com a beleza de uma obra como esta? Como alguém poderia ficar insensível a tanta criatividade, a um uso tão comedido dos recursos públicos? Como alguém poderia deixar de elogiar a qualidade, o profissionalismo, a lisura e a transparência com que são tratadas as obras publicas? E hora de acreditar que sim, que é verdade que as coisas aqui em Joinville agora são feitas de forma diferente, que não se fazem mais como se faziam antes.

Milhares de turistas virão a Joinville exclusivamente para visitar esta nova jóia da arquitetura continental. Centenas de estudantes de engenharia de todo o pais, olharão impressionados, a leveza da passarela e desejaram ser capazes de desenvolver os complexos cálculos matemáticos que conseguiram reunir numa única peça a elegância, a escolha dos materiais adequados e o conhecimento técnico que culminaram nesta obra prima. E poderemos estar de novo orgulhosos de nossa cidade. Nem deveria ser preciso dizer que este texto é fruto do flerte com a mais pura fantasia.

24 de março de 2012

A cor das canetas


A COR DAS CANETAS

Em nossas despedidas minha Mãe sempre falou “juízo.” O tempo possibilitou o entendimento do real significado de juízo para além do simples cuidado ou prudência. Juízo é a faculdade intelectual de aprender para poder comparar, formar opinião, prognosticar, votar e julgar. Arquitetônico, é o espaço construído onde se administra a justiça.

Quantidades e qualidades das relações “no mundo e com o mundo” 1 formam nossos juízos, com conotações sociais e ambientais, de forma plural e critica, de conseqüências e temporalidades. O homem altera e transforma o ambiente de sua vivência de forma cada vez mais rápida, individual e pouco apego a ecologia social na distribuição e interação dos espaços e na busca da reprodução sustentável do meio. Aonde levaremos a cidade no futuro próximo com essa velocidade, em qual curva ou muro provocaremos o acidente coletivo se não tivermos juízo? Quantos privilegiados conseguem visualizar na pressa a estrada e sinais a seguir em meio à barafunda e balbúrdia instaladas nos debates e procedimentos para aprovação de nossa legislação urbanística.

Ensina Silva, que “há certa complexidade no tema, que importará duvidas e controvérsias,”2 e nesse sentido temos alertado sobre as inconsistências ou faltas desde antes da aprovação do Plano Diretor de Joinville em 2008 e nas leis complementares, ao Executivo e Legislativo municipal, como membro do primeiro Conselho da Cidade e muitas outras manifestações públicas. Reafirmo que em seus artigos constam termos: sem sustentação legal, que geraram insegurança jurídica e ambiental, do urbanismo predatório, na falta de precaução e de pseudo-inovação eufemística para o espraiamento urbano sobre áreas rurais, na omissão de diretrizes e instrumentos de políticas urbanas inovadoras e fundamentais para otimização e economicidade da cidade que retardarão ou impedirão o efeito da urbanificação.3

Da Carta Cidadã de 88 e do Estatuto da Cidade (2001) vemo-nos obrigados a redigir temas urbanísticos com caneta de tintas de várias cores. As tintas social, ambiental e econômica devem ser lidas através da participação democrática e concretizadas através de mapas mais multicoloridos. Temos observado mapas de cor única, discurso individualista, na desqualificação pessoal ou na garantia do assento da decisão apenas da parte proprietária dos meios produtivos ou de cooptados.

Minha mãe tem razão: “JUÍZO.”

Arno Kumlehn
Arquiteto Urbanista

1. Freire, Paulo. Educação como prática de LIBERDADE, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1969, p. 39;
2. Silva, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro, São Paulo, Malheiros, 2010, p. 68.
3. Bardet, Gastón. L’URBANISME, Paris, PUF, 1975, p. 5. Urbanificação é o ato de corrigir, renovar ou reestruturar os efeitos da urbanização.

23 de março de 2012

Vivendo e aprendendo


Dizia Santo Tomás de Aquino que: "A teimosia nasce da arrogância." A insistência, de uns e outros, em querer mudar o zoneamento de áreas rurais para permitir a sua ocupação urbana e com isso promover o aumento do perímetro urbano, mantém viva e atual a sabedoria de Santo Tomás. 




20 de março de 2012

Pirotecnia arqueológica


Pirotecnia arqueológica

O que desconhecemos é sempre maior que o que aprendemos, somos eternos aprendizes. A revitalização da Alameda Bruestlein tem proporcionado novos conhecimentos. O primeiro é que é possível revitalizar algo que não esteja morto. Há nestes dias uma obsessão, quase patológica, em revitalizar, requalificar, atualizar, reformar. O segundo é mais interessante é que a arqueologia não é só, como erroneamente se imaginava, o estudo científico do passado da humanidade, mediante os testemunhos materiais que dele subsistem a arqueologia tem se adequado aos tempos em que vivemos e passou a utilizar um conceito mais amplo e elástico de “passado” deixou de ser o ontem, num conceito amplo e passou a ser o anteontem, quase que em sentido literal.

A Rua das Palmeiras era até muito pouco tempo atrás, exatamente isso, uma rua, com paralelepípedo, com carros estacionados e circulando. A penúltima intervenção que mudou o seu perfil e contexto foi perpetrada na década de 70, coisa por tanto de pouco mais de 40 anos. Uma eternidade no entender dos estudiosos de uma cidade que recém celebrou os seus 161 anos, menos de um minuto para uma sociedade que ocupa a terra há pouco mais de 50.000 anos. Se nos atemos aos relatos históricos, fartamente documentados, sobre a Alameda, o paralelepípedo existente foi retirado e foi feito um aterro para converter o espaço que era dos carros numa área gramada e em canteiros floridos. A menos que o barro empregado para realizar o dito aterro, fosse originário de alguma área de valor arqueológico e histórico, o que parece que não é o caso e se trata do mais prosaico barro de jardim. O valor arqueológico do que lá possa ser encontrado deve ser baixo ou nulo.

Se o objetivo do importante trabalho de pesquisa é identificar restos da civilização que existiu em Joinville na época da obra, final da década de 70 será possível achar restos e traços daquela cultura de hominídeos, ou estaremos assistindo uma vez mais a um belo jogo de cena, porque as escavações não têm avançado abaixo do nível da rua existente.  Mas confesso que gostei de ver os coletes vermelhos dos arqueólogos, o seu trabalho preciso e precioso, a sua paciência e atenção na busca de tesouros arqueológicos de povos que ocuparam esta região antes que nós.

Gente mal intencionada assevera que fora de cachimbos para fumar crack, preservativos, champinhas da extinta cerveja Antarctica de Joinville ou garrafas de Mayerle Boonekamp, pouco mais de valor deverá ser achado. Asseguram ainda que o trabalho que esta sendo realizado é pura pirotecnia arqueológica, num momento em que o Museu de Sambaqui esta interditado. 


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

19 de março de 2012

Ano 2012 - Ano eleitoral


O tempo é o senhor da razão

O Editorial do Jornal A Noticia de hoje, põe o dedo na ferida, faz um alerta e chama a reflexão. E o faz quando ainda há tempo, para que sejam corrigidos os equívocos até aqui cometidos.


19 de março de 2012. | N° 1435
OPINIÃO DE A NOTÍCIA

Regras urbanas
Se todas as comunidades se envolverem na busca de qualidade de vida, como estão fazendo os grupos adversários da verticalização citados na edição de domingo de “AN”, certamente uma Joinville melhor será construída. Cidadania também é conquistada com engajamento. Mas as autoridades responsáveis pela palavra final em regras urbanísticas, seja Prefeitura ou Câmara, precisam estar atentas para evitar que o planejamento da cidade seja completamente desfigurado. Ou que seja construído com base em grupos de pressão, com a coletividade deixada em segundo plano.

Montar uma equação que atenda aos interesses de todos é impossível, devido às complexidades de uma cidade de mais de meio milhão de habitantes. Mas é possível, sim, montar um planejamento e obedecer a diretrizes sem alterações das regras a todo momento. Entende-se a necessidade de alterações motivadas pelo dinamismo das relações sociais e econômicas. Só que o modelo colcha de retalhos não só desvirtua o planejamento global como também pode trazer vantagens e prejuízos, dependendo do grupo.

Se determinada região foi escolhida para o adensamento, todos sabem das consequências da maior ocupação, sejam positivas ou negativas. Claro que o tempo poderá comprovar que a área não tem como receber mais construções e pode-se corrigir a lei. Por ora, o volume de mudanças de zoneamento é tão grande em Joinville nos últimos anos que não dá para crer que os impactos foram analisados devidamente em todos os casos. Com o tempo, eventuais equívocos cobram seu preço.

Para pensar acordado


"Aquele que não prevê as coisas longínquas expõe-se a desgraças próximas."

Confúcio

Adequado para transito, educação, enchentes, planejamento urbano, cultura, saúde, sustentabilidade, etc...

17 de março de 2012

No A Noticia de hoje

ENTIDADES EMPRESARIAIS REAGEM AO FATIAMENTO


 As entidades empresariais (Acij, Ajorpeme, CDL e Acomac) vão se reunir com a Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj) na segunda-feira. Em pauta, a resistência à ideia de vereadores que querem aumentar o número de espaços que poderiam ser transformados em lotes de até 240 m² para além dos já negociados no Conselho da Cidade.


 O tema voltou à discussão por pressão de lobistas do setor imobiliário. Mais ainda: em áreas rurais, este grupo quer reduzir o tamanho de lotes de 2,5 mil m² para 600 m². “Se mudarem isso tudo, poderemos ter uma pequena São Paulo, aqui, com excessivo adensamento, e nós somos contra”, reage o presidente da Ajorpeme, Gean Correa. 

A ganancia de uns esta extrapolando os limites do bom senso e faz que acendam todos os sinais de alerta. Aumentar o perímetro urbano seria um erro histórico. Aumentará o custo da cidade, incidirá sobre a tarifa do transporte coletivo, obrigará a aumentar a oferta de serviços públicos em áreas que hoje são rurais e fará de Joinville uma cidade menos eficiente. Uma conta que todos pagaremos para atender hoje a interesses especulativos.

Mais segurança ou mais multas?


Mais segurança ou mais multas? 


A Conurb está mais interessada na segurança das pessoas ou em cobrar multas?



As recomendações do TCE (Tribunal de Contas do Estado) levaram a Conurb a suspender temporariamente a licitação para alugar aproximadamente 100 radares e lombadas eletrônicas, pelos que a empresa pagará um valor aproximado aos R$ 23 milhões. O objetivo declarado é o de melhorar a segurança no trânsito de Joinville. Mas a verdade pode ser bem diferente.

 A Conurb desenvolveu, ao longo do tempo, um modelo de negócio de uma simplicidade assustadora: precisa multar para pagar seus custos operacionais. A receita originária das multas de transito é a fonte de recursos principal - e praticamente única - para pagar salários, alugar veículos e equipamentos e fazer frente às suas despesas operacionais. O que transforma a arrecadação através das multas em uma necessidade.

No trânsito também há soluções simples, econômicas e rápidas. O problema é que estas soluções não enchem de dinheiro as esfomeadas arcas da empresa. Pouco tem a ver, neste caso, se a Conurb é uma empresa de economia mista ou uma autarquia como está sendo proposto. O problema reside claramente no modelo do negócio. Ter que multar não é o melhor nem para a cidade, nem para os motoristas, nem para o trânsito.

Um exemplo bem simples que permite ilustrar a situação. A rua Helmuth Fallgater tem, no trecho entre o terminal urbano Tupy e a Delegacia do Boa Vista, duas lombadas eletrônicas de 40 km localizadas na frente da Escola Presidente Medici e da Igreja do Evangelho Quadrangular. Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Haja ou não culto, haja ou não aula. Às 2:00 da madrugada, sem alunos na rua, ou às 11h30min, horário de saída, o seu funcionamento é o mesmo. Os veículos, ao se aproximarem, reduzem a velocidade, em alguns casos até freiam bruscamente, para não serem multados. A sua função é burra, porque não obrigam a detenção do carro, só obrigam a uma redução da velocidade. Continuam funcionando mesmo quando o motivo que justificou a sua instalação deixou de existir.

Há duas sinaleiras, acionadas manualmente, a primeira na frente do terminal urbano Tupy e a segunda na faixa de pedestres entre a Igreja Católica e a Creche Bakita. Os sinaleiros são acionados exclusivamente quando os pedestres precisam atravessar a rua. Caso contrário, o trânsito flui normalmente, sem redução de velocidade, sem freadas, sem perigo. Quando acionado o sinaleiro a luz vermelha obriga o veiculo a deter-se completamente e os pedestres podem atravessar a rua em total segurança. 

A diferença entre um e outro sistema é que um multa enquanto o outro não. Que um detém completamente o veículo para que o pedestre possa atravessar em completa segurança. Que um só é acionado quando é verdadeiramente necessário e o outro esta aí esperando que alguém passe a 46 km frente a uma escola vazia. A arrecadação só aumenta, porque há cada vez mais bocas para alimentar.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

15 de março de 2012

Apostas

Corre um bolão para saber qual será o próximo prédio público a ser interditado.

A alternativa com maiores chances é o Gabinete do Prefeito.
Na área cultural as opções são minimas. Não há mais prédios que possam ser interditados.

Mistérios urbanos

Na Rua Aubé há um pedaço de ciclofaixa que liga o nada a coisa nenhuma. Até aí não há nada novo porque este padrão de ciclofaixas é habitual na maioria das ruas da cidade. O interessante é o comportamento dos ciclistas que circulam pela Rua Aubé, a imensa maioria utiliza o lado da rua que não tem ciclofaixa, com o que o risco de acidente aumenta. Os que optam por circular pelo lado da rua que tem ciclofaixa, preferem faze-lo fora dela e escolhem circular pela calçada.

Alguém explica?

13 de março de 2012

Minha Casa Minha arrozeira




Minha casa, minha vida... sem ônibus, sem lazer, sem escolas.



No bairro Boehmverwald, uma plantação de arroz foi transformada no maior projeto do programa MCMV (Minha Casa Minha Vida) do Estado. O conjunto Trentino será formado por 496 apartamentos, no Trentino 1, e outros 288, no Trentino 2. O projeto prevê que 784 famílias se beneficiem do programa do Governo Federal. Numa conta rápida, estamos falando de mais de 3.000 pessoas morando no que até poucos dias atrás era uma arrozeira. Algum problema? Aparentemente não. Agora com os apartamentos praticamente prontos - só faltando marcar a data para o foguetório, os discursos e a politicagem - é que começam as cobranças.

O bairro Boehmerwald carece da infraestrutura adequada para receber, de uma só vez, uma demanda tão grande e pontual. A oferta de vagas nas escolas próximas ao conjunto Trentino deverá ser reforçada e novas vagas criadas. A saúde deverá também prever o crescimento da demanda que estes novos moradores do bairro, com toda razão, vão exigir. Até as linhas de ônibus precisarão aumentar suas frequências para atender a uma demanda que inicialmente não estava prevista.


DOIS ANOS DE ATRASO - O poder público, mesmo tendo conhecimento há mais de dois anos, de que esta nova demanda se produziria na região, não se preparou, não agiu preventivamente. Agora começará a pressão - sobre as mesmas autoridades que deram o aval à construção de um pombal numa arrozeira - para que as novas necessidades sejam atendidas de forma rápida.

O curioso é que o planejamento urbano serve - ou melhor dizendo, deveria servir - para evitar que se coloque o carro na frente dos bois. Autorizar projetos habitacionais em áreas anteriormente destinadas à agricultura, e que careciam da infraestrutura adequada para atender este tipo de empreendimentos, significa que agora, depois dos apartamentos entregues aos seus proprietários, será preciso fazer o que deveria ter sido feito antes. Simples assim. 

É um caso isolado? Nada disso. No bairro Vila Nova, outro empreendimento semelhante do Minha Casa Minha Vida, também implantado numa antiga arrozeira, receberá aproximadamente 600 novas famílias, que representarão mais de 2.000 novos moradores. Gente que passará a exigir novos espaços de lazer, vagas nas escolas próximas, mais médicos, mais remédios nos PAs do bairro e mais e melhores ônibus. Tudo isso sem falar nas demandas de educação, saúde, lazer e mobilidade, por citar só algumas.

E assim cresce esta Joinville que não planeja, que avança sobre a sua área rural, que paga o preço da improvisação e da falta de planejamento e que aumenta, de forma mascarada, o seu perímetro urbano, convertendo arrozeiras e campos de cultivo em futuros focos de problemas. 


P.S.
Não tenho e nada poderia ter contra o programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece una oportunidade de moradia digna para milhares de brasileiros. Porém, continuo firme na minha cruzada contra a ausência de planejamento.

11 de março de 2012

Epaminondas e a laranja


EPAMINONDAS E A LARANJA!

Um professor perguntou a um dos seus alunos do curso de Direito - Se você quiser dar a Epaminondas uma laranja, o que deverá dizer

O estudante respondeu - Aqui está, Epaminondas, uma laranja para você.

O professor gritou, furioso - Não, não e não! Pense como um profissional do direito!

O estudante respondeu - Ok, então eu diria:

Eu, por meio desta, dou e concedo a você, Epaminondas de tal, CPF e RG nºs.,
estado civil tal, profissão tal, residente e domiciliado no endereço tal, e somente a você, a propriedade plena e exclusiva, inclusive benefícios futuros, direitos, reivindicações e outras dicações, títulos, obrigações e vantagens no que concerne à fruta denominada popularmente laranja, em questão, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes, transferindo-lhe todos os direitos e vantagens necessários para espremer, morder, cortar, congelar, triturar, descascar com a utilização de quaisquer objetos e, de outra forma, comer, chupar, tomar ou, de qualquer forma, ingerir a referida laranja, ou cedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou petições, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo, fica assim sem nenhum efeito no mundo cítrico e jurídico, valendo este ato entre as partes, seus herdeiros e sucessores, em caráter irrevogável e irretratável, declarando que o aceita em todos os seus termos e conhece perfeitamente o sabor da laranja, não se aplicando ao caso o disposto no Código de Direito do Consumidor.

E o professor então comenta - Melhorou bastante, mas não seja tão sucinto...

Contribuição de Arno Kumlehn

10 de março de 2012

Verde urbano


O automóvel é uma vaca leiteira


É bom começar esclarecendo que “vaca leiteira” é uma expressão coloquial (significa geração de caixa) e que neste texto é usada de forma retórica. Ultimamente as pessoas andam com os nervos à flor de pele e se sentem interpeladas por qualquer tolice.

O carro é a vaca leiteira que sustenta uma parte importante da nossa economia pública, na outra ponta é preciso incluir os custos com a imobilidade, os investimentos necessários para construir duplicações, binários e elevados, o aumento dos custos no sistema de saúde para fazer frente aos acidentes de transito e a irreparável perda de jovens, que na flor da idade perdem a vida ou são mutilados em números que superam o de muitos países em guerra.

Cada vez mais o tema mobilidade está em pauta. Na verdade, quanto menor o nível de mobilidade urbana, mais o tema é debatido. Transporte público, elevados, bicicletas, ciclovias, faixas de pedestres é por aí afora são objeto de textos, debates e devaneios de uns e outros. Em comum, o fato de demonizar o automóvel e ver a sua expansão e aumento como um fato inevitável. Os maiores inimigos do carro se situam entre os ocupantes de cargos no poder público e os diretamente vinculados ao transporte coletivo, estes últimos por motivos óbvios.

É conveniente revisar alguns dados que podem ajudar a entender melhor esta situação em que, por um lado, se demoniza o carro e, pelo outro, se estimula a sua expansão e se trabalha para manter o maior nível de mobilidade individual. O carro é, no Brasil de hoje, uma vaca sagrada, de úberes fartos e generosos. Isso ocorre desde que se iniciou o irreversível sucateamento da malha ferroviária, para criar as condições propícias ao desenvolvimento do mercado rodoviário. Quando se fez a aposta de trocar um modal por outro, o Brasil tomou uma decisão estratégica: o tempo e os fatos têm se encarregado de mostrar o acerto ou não da decisão.

Hoje a nossa economia está atrelada ao carro. A arrecadação da própria prefeitura é dependente dos recursos originados pelo automóvel. O joinvilense paga mais de IPVA que de IPTU. O total arrecadado com IPTU em 2011 foi de R$ 67 milhões. O IPVA representou R$ 87 milhões e destes a metade fica no município e a outra vai para o Estado. Para ter noção de grandeza, os R$ 43,5 milhões que correspondem a Joinville são um valor maior que o empréstimo do BNDES, na cifra de R$ 40 milhões, que é apresentado como a solução para a maioria dos problemas de trânsito da cidade. Estas contas não incluem os valores arrecadados com multas, que estão na ordem de R$ 12 milhões ao ano, ou o ICMS que incide sobre o álcool, a gasolina e o diesel que os nossos veículos consomem e que representa outra parcela significativa das receitas públicas.


A equação mobilidade urbana versus imobilidade urbana precisa considerar outras variáveis além da visão simplista de ônibus X VLT ou bicicleta X carro. Implica um debate sobre o modelo de cidade e a implantação de um plano de mobilidade urbana que faça desta uma cidade mais eficiente, mais competitiva e preparada para o futuro. 


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

6 de março de 2012

Para pensar acordado

"Pensar é o acto de capturar a realidade por meio das ideias."


Ortega y Gasset

Democratizar ou espernear: é com você.


Democratizar ou espernear: é com você,

por Gustavo Pereira da Silva*

A expressão cunhada jus esperniandi não está nos dicionários. Resulta da cultura dos tribunais, da psicologia e da observação do comportamento humano. O direito de espernear tem o significado de insurreição contra uma situação adversa – a conduta adotada por integrantes da Prefeitura desde que a Justiça concedeu liminar em ação ajuizada por um grupo de moradores, integrantes de mais de uma dezena de associações de bairros, ONGs e entidades civis, insatisfeitos com a velocidade com que o PLC 69-2011, a nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT), avançava na Câmara.

Mas se a decisão proferida pela Justiça dá sinais de que há algo de errado, muito nos surpreende a tentativa de constranger publicamente os autores da ação. São tantas as versões sobre o mesmo fato desde que a Justiça concedeu a liminar, que este ditado cai como uma luva: “Aquele que tem duas versões sobre o mesmo fato, em realidade não tem nenhuma”. Esqueceram-se que nas reuniões na Câmara, entidades, associações de moradores e ONGs pediram por mais dois ou três meses de discussão do projeto e algumas audiências públicas, para rever aspectos pontuais da LOT.

Há documentos assinados pelas comunidades da Estrada da Ilha, Estrada do Oeste, São Marcos, América, Pirabeiraba, Santo Antônio, Saguaçu, Aquidaban etc., requerendo mais consultas públicas. Se as oficinas tivessem sido realizadas, a LOT atenderia ao requisito da gestão democrática e não haveria motivo de judicialização.

Mas eis que a Lei de Murphy deu o ar de sua graça e o cenário mudou. É preciso esclarecer a desinformação em curso, pois se o Poder Judiciário, o baluarte da democracia, sumariamente reconheceu que os decretos assinados pelo prefeito que nomearam os integrantes do Conselho da Cidade não andaram bem, é estranho recorrer ao tapetão midiático para justificar o injustificável, sem aguardar o resultado final do processo. Não há argumentos contra o batom na cueca.

Se o Conselho da Cidade estava às mil maravilhas, por que convocar um novo Conselho da Cidade um dia após a ciência da decisão judicial desfavorável? É este o plano B do Poder Executivo? Estigmatizar pessoas, distorcer fatos, desinformar a sociedade? Vamos agir com respeito, assumir os próprios erros e fazer o que o bom senso comum diz: dialogar com os cidadãos para resolver o imbróglio com toda a serenidade que a nossa cidade merece. Afinal, algumas audiências públicas não fariam mal a ninguém, mas, enquanto isto não acontece, é assegurado a todos o direito de espernear.
*advogado

4 de março de 2012

Trote na Univille


TROTE

Essa prática imbecil de trote, causa várias vítimas todos os anos.
A mas recente, foi a estudante da Univille na última sexta-feira.

Será que esses trotes não podem ser feitos com ações como doação de sangue,  visitas a asilos, arrecadação de cestas básicas para famílias carentes e outras beneficentes.
Seriam ações que além de ajudar ao próximo trariam a simpatia da população.
Hoje como é feito a “comemoração”, não passa de uns idiotas tentando ridicularizar seus colegas também idiotas.

E não dá para entender o porquê, de se  exteriorizar uma comemoração que só cabe a amigos e parentes.

Isso que faculdade hoje, só não faz quem não quiser. A distância inclusive.


Paulo Curvello

Ano 2012 - Ano eleitoral


Amor e traição

3 de março de 2012

Português para estrangeiros e nativos


A presidenta foi estudanta?

 Não tendo o português como língua materna, não poucas vezes cometo erros, alguns justificaveis, outros imperdoáveis. corre na internet este texto que deve ser compartilhado com outros lusófonos sejam eles nativos ou estrangeiros.

Uma belíssima aula de português de Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná.

Acho interessante para acabar com a polêmica de "Presidente ou Presidenta"
Existe a palavra: PRESIDENTA?
Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
 Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionarem à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.

 Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".

Um bom exemplo do erro grosseiro seria:

"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.

Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigentapolítica, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".

Por favor, pelo amor à língua portuguesa, ...

2 de março de 2012

Estacionamento rotativo

imagem - Fabrizio Motta/ND

O estacionamento rotativo

Passado um tempo prudencial e depois da volta as aulas é possível começar a sentir o impacto do cancelamento do contrato entre a Conurb e empresa concessionária do Cartão Joinville.

A primeira constatação é que o acesso a uma vaga de estacionamento nas ruas do centro de Joinville ficou mais difícil, voltou a pratica de estacionar o carro na frente da loja durante todo o dia e sem a rotatividade compulsória achar uma vaga passou a ser uma tarefa mais difícil. Os resultados não podem ser considerados validos para um estudo cientifico e profundo como o que a Conurb deve estar fazendo nestes dias para avaliar o funcionamento do sistema rotativo, ou será que não esta fazendo? Mas a quase totalidade dos motoristas contatados confirmou que sentiram a diferença. No meu caso que sempre que possível sou pedestre, no centro, a única mudança foi o desaparecimento das meninas de amarelo, que deixaram o centro mais cinzento de novo.

A segunda constatação é que paguei mico com os cartões de estacionamento que tenho no carro e imagino que centenas de outros motoristas devem estar com a mesma sensação. O presidente da Conurb, numa mostra do elevado nível de sensibilidade com os cidadãos recomendou que fossem rasgados. Eu aprendi que só tolo rasga dinheiro e os cartões que não foram utilizados tem um valor que deve ser reconhecido pela Conurb. Não adianta olhar para o outro lado e fazer de conta que não tem nada a ver com o problema. A empresa que operava o cartão o fez amparada numa licitação e o mesmo poder publico que concedeu  a uma empresa privada a exploração de um espaço publico é responsável e não vejo como pode continuar fazendo de conta que não tem nada a ver com o problema.

A terceira é que o numero de vagas incluídas no contrato parecem excessivas, principalmente nas áreas periféricas ao centro, aquelas em que o avanço das vagas pagas não parece que tenha sido o resultado de nenhum outro estudo técnico que não fosse o de aumentar a arrecadação. Sempre houveram vagas ociosas não utilizadas nestas ruas. Qual foi a base para que o contrato fosse aumentando o numero de vagas até chegar as quase 1.800 dos últimos meses é outro ponto que deve ser avaliado.

A percepção unanime é que houve improvisação e imprevidência por parte da Conurb, na forma de gerenciar o problema ocasionado pela sua própria falta, alguns qualificariam de desídia. A empresa deveria nos próximos dias apresentar os estudos e as propostas que possam servir para melhorar o sistema ou continuar olhando para o outro lado, recomendado que os usuários rasguem os cartões e assumam o prejuízo do sua ineficiência e inoperância.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

Aberta a temporada de caça


Aberta a temporada de caça

Antes mesmo que a campanha eleitoral de inicio, sem que os candidatos tenham sido homologados pelas convenções partidárias, os pré-candidatos se lançam a busca dos votos, mais que a sua busca, se lançam a caça do eleitor. No Brasil ao contrario que na maioria de democracias o voto é obrigatório. Nem os partidos, nem os candidatos precisam se esforçar em convencer o eleitor a votar. A estratégia de campanha tem como foco exclusivo direcionar os votos para o candidato.

O Brasil tem ainda outras peculariedades que fazem da caça ao voto um esporte único, a primeira é o elevado nível de analfabetismo funcional, a segunda a geléia ideológica em que os partidos tem se convertido e que faz que em nome da governabilidade se juntem em coligações os inimigos de ontem para derrotar os amigos de anteontem. Numa situação que para qualquer eleitor medianamente informado é difícil de compreender é seguir.  

É mais fácil para um político em campanha se concentrar na caça dos votos dos menos esclarecidos. Além de ser mais influenciados por discursos inflamados e grandiloqüentes representam hoje no Brasil a maior parcela do eleitorado. No país o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população. Se somados a esses 68% de analfabetos funcionais os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizadas. O candidato não precisa se expor em debates frente a platéias melhor informadas, mas esclarecidas e em geral mais criticas. Pode se concentrar em pescar nos cardumes em que os votos são mais fáceis de convencer.
Os partidos políticos, por outra parte, tampouco contribuem muito para que o eleitor possa escolher melhor. Em geral só o confundem ainda mais. Ao compartir o mesmo palanque com os mesmos que ontem ou anteontem eram seus inimigos mortais, ao aparecer lado a lado em santinhos e outdors o eleitor vai construindo a imagem que são todos iguais, que são todos, farinha do mesmo saco, e que por tanto é a mesma coisa votar em um ou em outro. Sem outra proposta ideológica que chegar ao poder e conseguir empregar o maior numero de companheiros e apaniguados, os partidos hoje atuam mais como agencias de emprego que como verdadeiros foros de debate político e o resultado é este que aqui esta.
O mais provável é que ao conhecer o resultado das próximas eleições, a máxima de Ulysses Guimarães que pior que este congresso só o próximo será verdadeira uma vez mais.

1 de março de 2012

A chuva inspira a arte


Na sétima edição da Bienal de Lisboa foi apresentada a Intervenção de Fernando Brízio em espaço urbano que já tinha sido apresentada durante a ExperimentaDesign de 2009 e reapresentada na bienal deste ano. A intervenção bem que poderia passar a formar parte do acervo do MAJ (Museu de Arte de Joinville) tem tudo a ver com a nossa cidade.




 Foto: Evelise Grunow


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