19 de maio de 2010

Resposta ao post a Cartografia e os Amanuenses


Este blog recebeu o texto que segue em azul, enviado também para opinião@an.com.br, para sua eventual publicação. o texto é uma resposta a cronica publicada no jornal A Noticia no dia 17 de Maio, com o titulo " A Cartografia e os Amanuenses" que fazia menção ao galimatias cartográfico em que esta submersa a nossa premiada prefeitura municipal, que recentemente recebeu importante prémio da Sociedade Brasileira de Cartografia.

Este post já tinha alertado para o problema e a carta assinada por Patricia de Castro Pedro e Eloy Labatut de Oliveira, reforça e comprova com maior precisão e conhecimento os problemas que já tínhamos identificado.

Sei que o espaço “opinião” é para textos de apenas 500 caracteres, mas é impossível responder um assunto específico, tratado na Edição do dia 17 de maio, na crônica de Jordi Castan em um espaço tão curto.


Os problemas da cartografia acontecem quando outros profissionais tentam fazer o que não é de sua competência. Existe um profissional especializado para transformar a realidade em mapas: o engenheiro cartógrafo. Mas, infelizmente, devido a popularização de ferramentas como gps, sites de mapas, softwares de geoprocessamento e, ainda pior, softwares de desenho que não consideram fatos importantes da cartografia, algumas pessoas acham que é simples fazer um mapa. É como se um engenheiro quisesse fazer uma cirurgia só porque tem bisturis e pinças e sabe manuseá-las. Não basta ter as ferramentas, mesmo sabendo usá-las, é preciso conhecer conceitos e fundamentos que embasam toda a ciência geodésica, tais como: sistemas de projeção, sistemas geodésicos de referência, sistema de coordenadas, escala e, principalmente, a precisão e acurácia. Se não fosse necessário, porquê existiriam cursos de Engenharia Cartográfica e pós-graduações (mestrados e doutorados) em geodésia?



A solução para estes problemas passa por diversos fatores, mas um passo inicial precisa ser dado: a contratação de profissionais devidamente habilitados, já aprovados em concurso para tratarem do tema. No concurso realizado em 2001 pela Prefeitura de Joinville, nenhum dos aprovados foi convocado. O concurso caducou, novo processo seletivo foi realizado e agora fica a esperança: será que estes profissionais serão chamados para trabalhar? Ou continuaremos com mapas elaborados por profissionais que, mesmo com muita boa vontade e se esforçando para fazer o melhor, não possuem do conhecimento técnico necessário para este trabalho tão específico e tão fundamental para a ordenação e planejamento do território?


Sabemos que o novo mapeamento de Joinville já foi realizado para a área urbana e está sendo feito para o restante do município, através de empresas contratadas para isso. Todavia, sem a existência de profissionais de cartografia, efetivados mediante concurso público, quem irá conferir e fiscalizar o trabalho realizado por estas empresas? E, ainda mais importante, quem garante a continuidade deste trabalho?


Já passou da hora das cidades, não apenas Joinville, terem profissionais específicos para tratar de problemas específicos. E não falo apenas da minha área, a cartografia, mas de todos os problemas da cidade, por exemplo: quando Joinville vai ter engenheiros de transporte para resolver o caos do trânsito?



Att.

Patricia e Eloy


Patricia de Castro Pedro
RG 684632-3; CREA/SC 73401-9
Eng. Cartógrafa
Mestre em Ciências Geodésicas
Prof.ª Topografia e Geodésia, Geoprocessamento

Eloy Labatut de Oliveira
Geógrafo
Autorizo a publicação do texto desde que com os devidos créditos.

2 comentários:

  1. Os constantes alertas sobre o
    planejamento pictórico e mono democratico do IPPUJ
    começa a ser percebido.

    "Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo"

    Abraham Lincoln

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  2. Obrigado por publicizar a nossa opinião.

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