12 de maio de 2010

Escapismo


Escapismo


Cresce entre a população a sensação que o prefeito foi seqüestrado por uma infranqueável guarda pretoriana que o mantém afastado da sociedade. O sentimento que esta atitude gera é a de querer o Carlito de volta. Conseguir uma audiência tem se convertido em missão impossível e o prefeito tem insistido em não receber inclusive os representantes da sociedade organizada. Enviando em seu lugar representantes, que alem de não representa-lo, acabam gerando mais atritos e confusão com suas declarações intempestivas e pouco inteligentes, opiniões que dificilmente poderiam ser atribuídas ao prefeito.


Ao longo dos últimos 25 anos, todos e cada um dos prefeitos, sem exceção receberam e dedicaram as solicitações a reivindicações da sociedade organizada à atenção que é de direito. Alguns inclusive a pesar de manter claramente posições pouco próximas às reivindicações, não deixaram de receber em audiência e escutar em primeira mão as reivindicações, queixas e anseios dos cidadãos que como prefeito tem o dever de escutar e representar.


Surpreende e decepciona que o prefeito, que tem um patrimônio de vida publica construído no dialogo e no seu contato com a realidade cotidiana, tenha mudado tanto em tão pouco tempo. Que o perfil e a personalidade do prefeito eram outros, fica provado pelo resultado da sua eleição pela maioria dos joinvilenses. Em algum lugar deve ter ficado, aquele Carlito. Porque definitivamente este senhor que hoje ocupa a prefeitura, não pode ser o mesmo.


Quando o político se afasta e começa a perder o contato com a sociedade que o elegeu, Pode significar um suicídio político. Ao evitar o contato, com eleitores ou não do prefeito, Carlito Merss passa uma mensagem confusa a sociedade. Tem quem acha que o prefeito evita as pessoas para não escutar criticas e cobranças. Tem inclusive sido representado por pessoas que não tem nem o carisma nem o nível para representá-lo e que acabam lhe prestando um desserviço, aumentando se cabe, a separação entre o prefeito e os munícipes. O grupo de comissionados que forma a zelosa guarda pretoriana que rodeia o prefeito e o protege do seu contato com a sociedade, age como se o tivessem seqüestrado, pela forma como impedem o acesso das pessoas ao prefeito. É uma estratégia equivocada, especialmente se o prefeito quiser continuar a vida política em 2012 e ainda mais equivocada se pretende transferir um suposto capital eleitoral, que se esvai como fumaça na brisa.


Joinville ganharia muito se o prefeito trocasse a participação em inauguração de sinaleiros e outras atividades prosaicas, por mais tempo para escutar a sociedade diretamente, sem intermediários que podem estar ocultando a real situação, com o objetivo inclusive de esconder a sua própria incompetência., Quando os joinvilenses deixem de solicitar audiências, será tarde demais.


Publicado no jornal A Noticia

5 comentários:

  1. Sem querer ser chato, e já sendo... Eu bem que avisei!!!
    Mas, falando sério, a última frase do texto me fez lembrar do velho e saudoso governador Franco Montoro. Só para lembrar, tratava-se do primeiro governador democraticamente eleito, depois dos nomeados pelos militares. Portanto, bagunça na rua, passeata etc. era coisa que ainda assustava. Pois bem, certo dia, uma multidão de professores fez uma manifestação na frente da secretaria da Educação. Eram milhares!!! Eu fiquei assustado (tinha, então, uns 20 aninhos) e esperava os cavalos da polícia a qualquer momento para descer a borracha nos caras. Ao meu lado, o secretário Paulo de Tarso Santos, que havia sido ministro da Educação de Jango, de quem ouvi, junto com um belo sorriso: "Que maravilha!!!, o povo na praça sem medo de polícia". Eu respondi que estava com medo daquela turba invadir a secretaria. Foi quando Montoro disse algo que jamais esqueci: "Junqueira, tenha medo quando as pessoas não estiverem nas ruas, mas tramando algo nos porões".

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  2. A ultima frase não é casualidade, lembrei muito bem de ter escutado de você esta historia. E foi exatamente esta a mensagem.
    Obrigado pela lembrança

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  3. Desculpem-me mas vou discordar um pouco das colocações. Concordo com a percebida "ausência" ou, como esta na moda, "blindagem" do atual prefeito. A bem da verdade ele apenas continuou o que já era pratica na Prefeitura de Joinville, adotando o mesmo procedimento dos anteriores, com a nuancia de que eles, os anteriores, não tinham no seu perfil a promessa do contato fácil, salvo nas eleiões é claro. O problema do atual prefeito é de que ele havia dito em campanha que seria o governo da transparência, do debate, do acesso fácil e, isto é que o coloca pior do que os anteriores, confirmando a pratica petista. Deixamos de ter governantes arrrogantes, prepotentes ou ditadores e estamos sob a égide de um novo tipo a ser adjetivado: ardiloso; doloso; embusteiro; enganador; falaz; impostor; obreptício; patranheiro; sub-reptício; trampolineiro ou quem sabe trapaceiro.
    Enfim, edjetivar a atitude dos governantes é a coisa mais fácil neste país e, desconhecendo o autor podemos sustentar a ausência do compromisso pela seguinte frase: "Como o mentiroso não quer voltar para aquilo que é real, algumas vezes ele foge para longe daqueles que descobriram a verdade, como a escuridão que foge quando é acessa uma lampada."

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  4. olha vejo o carlito sempre ...ja encontrei em restaurante,mercado ,feira e em todos os eventos publicos .entao acho um pouco de exagero que ele tem que escutar o povo concordo mais o povo tbm tem que deixar ele trabalhar ....

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  5. A pesar do comentário anterior ser anônimo, optamos pela sua publicação,por não ser ofensivo e porque defende uma linha de raciocino equivocada, que deve ser esclarecida.
    A vida social ou publica do prefeito não deve e não pode ser confundida com a sua agenda de trabalho. Estaria errado que as pessoas aproveitassem a próxima inauguração de um sinaleiro ou o fato de encontrar o prefeito no restaurante para converter o encontro numa audiência formal.
    O prefeito e principalmente escolhem sua agenda e suas prioridades. A decisão é dele o resultado, veremos com o tempo.

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