A proposta de abrasileirar nomes de planetas e constelações, escritas em latim nas ruas do bairro Jardim Paraíso, é da maior relevância. Poucos temas podem ser mais importantes para debates com a sociedade, pelo muito que contribui para a construção da cidadania e da identidade joinvilense.
Só quem, como eu, precisa repetir três ou quatro vezes por telefone o nome da rua, para um cliente no interior do Mato Grosso ou da Bahia, pode imaginar como nomes de difícil pronúncia e escrita dificultam os negócios.O nosso escritório está localizado na rua Helmut Fallgatter e a experiência deve ser muito parecida com a que vivem os moradores das ruas Ottokar Doerffel, Gothard Kaesemodel ou Albrecht Schmalz, entre tantas outras que homenageiam justa e meritoriamente joinvilenses que mereceram o reconhecimento da cidade. A população, com a sua sabedoria, converteu Wittich Freitag em Vitor Freitas na eleição que o fez prefeito de Joinville.
Os nossos vereadores poderiam concentrar os seus esforços legislativos também em outra direção, a de resgatar a auto-estima dos cidadãos que não têm as suas ruas identificadas. A maioria das ruas de Joinville nunca recebeu nenhum tipo de identificação. Não estou me referindo à longínqua periferia, estou me referindo também das ruas dos bairros mais próximos ao Centro. A resposta é que, por ser um serviço terceirizado, é de responsabilidade de uma empresa que explora contrato de publicidade. Portanto, a Prefeitura e a Conurb nada podem fazer. Lavam as mãos e olham para outro lado, como quem não tem nada a ver com o assunto.
No passado recente, algumas das ruas mais tradicionais receberam placas de identificação, que incluíam, além da sua denominação atual, o nome histórico, como uma forma de recuperar e valorizar a história de uma cidade que insiste em tratar tradição e memória com uma mistura de esquecimento e descaso.
A falta de placas de identificação da maioria das ruas de Joinville poderia ser resolvida, nesta era digital, com soluções simples e econômicas, como distribuir para cada eleitor um GPS que registrasse todas as ruas da cidade. Ao passo que vamos, será mais fácil dar o equipamento para que joinvilenses e turistas possam se localizar do que colocar uma placa em cada cruzamento, prática simples esta que outras cidades já adotaram faz centenas de anos.
Publicado no jornal A Noticia
Caro Sr. Castan,
ResponderExcluirMuito oportuna a sua crônica "As ruas de Joinville", na edição de hoje (10/05) do jornal A Notícia.
Realmente, a identificação de ruas em Joinville é um desastre. Quando possui nome, não possui placa. Quando possui placa, não se consegue lê-la. Coitados dos carteiros da ECT.
Mas existe em Joinville uma outra aberração a esse respeito. Trata-se da identificação de ruas (quando as há) naquele sistema barato importado de Curitiba se não me engano, com faixas plásticas verticais coladas aos postes da Celesc.
Como os postes nunca estão plantados exatamente na esquina, e sim vários metros rua adentro, torna-se impossível visualizar o nome da rua transversal. Isso nos obriga a entrar na rua, uma após a outra, para tentar ler a placa.
Para incrementar um pouco mais, o brilhante inventor do sistema coloca o nome na vertical, obrigando-nos a torcer o pescoço para a leitura. Isso quando o nome não está atrás do poste...
Para quem vem de automóvel, seguindo uma rua a procura de uma transversal, isso significa que ele terá que parar em todas as esquinas, e pelo método de tentativa e erro, chegar ao endereço pretendido.
Seria cômico se não fosse trágico (desculpem o chavão).
Para complementar, percebo também que a numeração das ruas nem sempre segue a necessária sequência numérica, obrigando o cidadão a idas e vindas desnecessárias.
Grato
Caro Nelson
ResponderExcluirAgradeco o seu comentario e concordo, lamento o descaso do governo municipal com este tema.