22 de março de 2009

Planejamento Urbano e Transporte Coletivo

Quando Joinville discute, uma e outra vez a cidade, o planejamento urbano ou a falta dele e abre um debate sobre o transporte coletivo, o aumento da tarifa e os projetos para o seu aprimoramento e desenvolvimento futuro.

Vale a pena ler o texto publicado no jornal Folha de São Paulo neste domingo. É recomendável ler também o post anterior



"É impossível pensar a cidade apenas a partir do transporte público"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

Mais jovem entre os dez arquitetos convidados para o projeto de renovação urbana de Paris, Djamel Klouche, 42, nasceu na Argélia e desde os 18 vive na França, onde é professor na Escola de Arquitetura Versailles. Na semana que vem, embarca para o Brasil, onde desenvolve uma parceria com a PUC-Rio e a Universidade Federal do Rio de Janeiro para a revitalização urbana da zona norte da cidade. Ainda em Paris, conversou com a Folha sobre seu projeto para a capital francesa.

FOLHA - Você é bastante jovem em relação aos arquitetos selecionados. Essa diferença se manifesta na hora de repensar a Grande Paris?
DJAMEL KLOUCHE
- Ser a equipe mais jovem inclui uma certa responsabilidade nesse processo de reflexão. A ideia de planejar a partir do zero, como muitos arquitetos dos anos 60, é atualmente inviável. O que me pareceu mais importante nesse processo foi pensar a Paris que de fato já existe, com métodos de reciclagem arquitetônica e rearticulação de territórios.

FOLHA - Quais foram suas principais influências?
KLOUCHE
- Tenho uma relação próxima com Tóquio e com alguns japoneses da equipe. Não posso dizer que tomo essa cidade por modelo, mas ela me serve como referência para pensar a relação centro/periferia. A França, e mesmo a Europa, costumam criticar os bairros unicamente residenciais. Eu, ao contrário, gosto de repensar a ideia da casa metropolitana e me inspiro em alguns bairros da capital japonesa e no relacionamento entre zonas comerciais e residenciais.

FOLHA - Seu projeto foi criticado por dar muita atenção aos carros...
KLOUCHE
- Muitos arquitetos gostam de pensar que a cidade funcionará inteiramente baseada no transporte público. É impossível. Penso em carros elétricos, menores e não poluentes. Articulados, sim, ao transporte público e às bicicletas.

FOLHA - Como lidar com o dilema da modernização contra a preservação arquitetônica?
KLOUCHE
- Gosto especialmente de pensar o centro de Paris. Muitos falam na construção de torres, mas não sou a favor. É preciso criar maneiras de fazer com que esse material histórico desempenhe um papel contemporâneo, reformulando os interiores e repensando o significado da arquitetura

FOLHA - Como você vê a nova rede de trens proposta pelo secretário do Desenvolvimento?
KLOUCHE
- Não acho que seja uma solução de todo ruim. É evidente que prefiro trens de superfície a trens subterrâneos, não resta dúvida.
Mas ainda acredito que seja possível conciliar as duas coisas -trechos de superfície e trechos subterrâneos. Ele se propõem a construir 130 quilômetros de metrô em dez anos.
Se conseguir, é algo revolucionário. Não podemos pensar como se se tratasse de um trem para turistas da Disney.

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