2 de março de 2009

Blog, Onibus e Debate


Quando a Prefeitura Municipal colocou na rede, as planilhas do transporte coletivo, sinalizou um caminho de transparência e de abertura do dialogo com a sociedade. Aonde este caminho vai conduzir, parece ainda uma incógnita.


É uma historia de elefantes e peixes, não lembro que tenha sido escrita nenhuma fabula, sobre os dois representantes do reino animal, o elefante reconhecido pela sua memória quase que eterna, os peixes supostamente sem capacidade para lembrar.


Por um lado as empresas são os elefantes nesta fabula moderna, com mais de 30 anos de serviços prestados, representam a capacidade de lembrar. Cada discussão, cada debate, cada negociação esta gravada na sua mastodontica memória, uma historia de pequenas e grandes vitórias e derrotas, de aumentos de tarifa e de mudanças das regras do jogo, numa se criou a tarifa embarcada, com preço diferenciado, na outra se reduziu o valor do ISS, numa se criou um adicional para renovação da frota, na outra se implantou a passagem única. Cada uma das mudanças teve impacto sobre o preço, sobre o calculo, sobre as regras do jogo. A população parece identificar um ganho permanente das empresas em prejuízo do usuário, percepção esta que começa a gerar um forte desgaste na imagem das próprias empresas.


Pelo outro, os sucessivos administradores municipais, que sem ter o mesmo conhecimento, a mesma experiência e principalmente por ter perdido as ferramentas de controle e gestão do sistema, hoje completamente nas mãos das empresas, parecem se comportar mais como os peixes coloridos de um aquário. Tomando decisões ou não as tomando ao léu, de acordo com a temperatura da água, ou do sabor e da quantidade da ração que recebem.


Algumas das duvidas que surgem são: se a renovação da frota é feita por um adicional na tarifa, paga pelos usuários, a frota não deveria ser melhor, mais nova e mais ecoeficiente? Parece que a renovação é uma opção das empresas que a usam como barganha quando na verdade isto é uma obrigação com o usuário que já pagou por ela.. Se o ISS foi reduzido para compensar as empresas pela construção dos terminais de integração, uma vez concluído o investimento, esta redução no custo, não deveria ter sido repassada a tarifa? Que sentido faz onerar ainda mais a tarifa, com impostos municipais? Claro que tem outras duvidas, e aos poucos elas surgem com mais intensidade.

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