15 de março de 2009

Muito Cuidado.


Fazer previsões neste momento conturbado da economia mundial é um atrevimento que entidades serias não deveriam cometer. Faze-lo de modo triunfalista sem conhecimento, parece um desserviço aos associados e a sociedade. Em períodos de alta volatilidade da credibilidade e de mais desinformação que informação, acreditar em discurso de políticos e economistas, transmite o mesmo nível de segurança que quiromantes, adivinhos e outros engabeladores.

Que uma entidade como a ACIJ emita pareceres sobre a situação econômica é uma atitude elogiável, que ao faze-lo se converta em porta-voz oficioso do discurso oficial compromete a sua credibilidade e não ajuda os seus associados a se posicionar adequadamente.

A seguir em azul texto publicado no Jornal A Noticia no dia 9 de Fevereiro. O alinhamento entre a entidade e o discurso oficial se superpõem e confundem. É perigoso um discurso ufanista sem outra base que as informações divulgadas pelo governo federal, que ainda defende a tese que estamos frente a uma marolinha ou uma pequena gravidez. Que de modo algum devemos nos alarmar. Que a banda pode continuar tocando as marchinhas de sempre.

Depois em vermelho o texto publicado pela CNI no dia 12 de Março, por tanto pouco mais de 30 dias depois do primeiro texto publicado pela ACIJ. A partir de pesquisa feita entre os próprios empresários, a CNI sinaliza numa direção oposta ao otimismo inconseqüente da entidade empresarial joinvilense. E mostra os primeiros sintomas de uma crise de gravidade e conseqüências superiores ao que esta sendo anunciado e divulgado.

Seria aconselhável que os associados da ACIJ e a sociedade em geral, siga com muita parcimônia, quaisquer analise feito pela entidade e que reduzir o risco de tomada de decisões erradas, outras fontes de consulta sejam consideradas. A nossa sugestão é que alem de economistas, ex-presidentes do Banco Central e ex-ministros da Fazenda, se incluam no rol de assessores com alta credibilidade a oráculos, magos e leitores de búzios, alem de quiromantes e adivinhos.


Um grande projeto de retomada do crescimento

As medidas que vem sendo anunciadas pelo Governo Federal para estímulo da economia,se efetivamente concretizadas,podem estabelecer um novo patamar de crescimento para o Brasil em 2009.

Adição de recursos ao PAC (de R$ 504 bilhões para R$ 642 bilhões),R$ 72 bilhões para novas unidades habitacionais (com a construção imediata de 500 mil casas), programa para substituição de refrigeradores, incentivo para revendas de automóveis usados, se somam a outras medidas já exitosas, como a redução do IPI para carros novos, que já reaqueceu o setor.

Diante disso, talvez não cheguemos aos 4% de crescimento preconizados pelo Ministro Guido Mantega, mas passamos a ter boas chances de aumentar o Produto Interno Bruto além dos 2%, meta até então considerada otimista.

Os mais diferente analistas internacionais concordam que os países do chamado BRIC (Grupo de nações em desenvolvimento composto pelo Brasil, Rússia,Índia e China) devem vencer mais rapidamente este período de insegurança e intranqüilidade no mercado.

O Brasil, com um importante mercado consumidor e fonte quase que inesgotável de recursos naturais, é apontado como um dos vetores fundamentais de superação da crise econômica internacional.

Ou seja, reunimos todas as condições de dar a volta por cima e colocar o país novamente nos trilhos, retomando os índices de desenvolvimento aos quais já vinhamos nos acostumando.

Claro que ajustes no orçamento são fundamentais, a medida que algumas demandas diminuem. Mas, a expectativa é de que a crise possa ser vencida mais rapidamente do que esperávamos,se Governo e Empresários trabalharem em cima de um grande projeto, que possa dotar o país de uma infraestrutura condizente com a sua capacidade produtiva.


Pesquisa Consulta Empresarial da CNI
Efeitos da crise agravaram-se nas indústrias


Brasília - Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 431 empresários mostra que, para mais da metade deles, os impactos da crise internacional sobre as indústrias aumentaram no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses de 2008.

Além disso, quatro entre cinco empresários disseram que os impactos da crise sobre a economia brasileira também cresceram no mesmo intervalo de comparação.

Segundo os resultados da Consulta Empresarial, realizada entre os dias 4 e 10 de março mês e divulgada nesta quinta-feira, 12 de março, 17% dos entrevistados disseram que os efeitos sobre as próprias empresas industriais aumentaram muito. Outros 38% disseram que os impactos sobre as empresas aumentaram no período.

Para 35% deles, os impactos se mantiveram nesse intervalo de comparação, enquanto que para 8% diminuíram, e para 2% diminuíram muito.

Com relação aos efeitos da crise sobre a economia brasileira, 58% responderam que houve aumento; 21% que aumentaram muito no primeiro trimestre de 2009 ante o último trimestre do ano passado. Para 13% deles, os impactos foram semelhantes. Outros 7% acreditam que os efeitos sobre a economia do País diminuíram e 0,5% avaliaram que diminuíram muito; 0,7% não souberam avaliar).

Em relação às medidas tomadas pelas empresas para driblar a crise, 54% dos entrevistados responderam que demitiram empregados ou que suspenderam serviços terceirizados. Mais da metade (53%) disseram que suspenderam contratações planejadas, 32% informaram que concederam férias coletivas e 27% disseram ter adotado banco de horas. A pergunta foi feita para aquelas empresas que já adotaram alguma medida e permitia múltiplas respostas.

Sobre a possibilidade de adoção de outras ações para conter os efeitos da crise, 36% das que informaram que vão adotar alguma precaução responderam que vão demitir empregados ou suspender serviços terceirizados. Outros 24% disseram que vão diminuir a jornada de trabalho e os salários e 22% responderam que vão suspender contratações planejadas.

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