11 de janeiro de 2013

El seny i la rauxa (*)


El seny i la rauxa

“Seny i Rauxa” definem em duas palavras a forma de ser do povo catalão. A eterna dicotomia entre o “seny”, que se define como sentido comum é a sensatez, a cordura. A ponderação mental que predispõe a uma justa percepção do entorno e estimula aos naturais daquela terra a agir com justiça, compreensão e bom senso.

A sensatez esta baseada num conjunto de costumes e valores ancestrais. É difícil imaginar que o bom senso surja do acaso, da sorte ou do azar. A preservação destes valores e princípios se transmitia e ainda hoje se transmitem de pais a filhos por médio de provérbios, aforismos e fabulas.  Se analisados a partir da perspectiva atual a maioria dos provérbios tradicionais perderam boa parte do seu sentido. Os valores a partir dos que se constrói a identidade de uma sociedade mudam ao longo do tempo. Também aqui em Joinville é difícil imaginar que os valores do trabalho duro, o economizar para ter no futuro, a fabula da cigarra e da formiga, possam continuar validos, numa sociedade que privilegia o ganho fácil, a lei de Gerson ou vê com bons olhos o malandro esperto, o Joãozinho ou o seu equivalente.

No caso da Catalunha surge alem da sensatez outro elemento que molda e transforma o espírito catalão a “rauxa” que poderíamos traduzir por arrebato, a indignação. Reside no equilíbrio entre a sensatez e a capacidade de se indignar a força desta forma de ser. É este conflito permanente entre os princípios contraditórios que de forma similar estão presentes no ying e yang do budismo que são inerentes a cultura cristã. A eterna luta entre a virtude e o pecado, simbolizados por São Jorge o padroeiro da Catalunha, e sua luta contra o dragão. O dragão que pode tomar as formas mais variadas, a corrupção, à cobiça, o autoritarismo ou a arrogância e a opressão contra os fracos e desvalidos.

A fabula que melhor ilustra este sentimento e esta forma de ser e de pensar é a da ratazana magra, que estando quase morta de fome viu a oportunidade de fartar a sua fome na forma de um pintinho preso numa gaiola. Magra como estava, facilmente conseguiu atravessar entre a grade da gaiola e devorar o pintinho indefeso. Depois de satisfeita a sua fome, percebeu que não podia mais escapar da gaiola que agora tinha se convertido na sua prisão. Do mesmo modo é fácil identificar quem acaba preso pela cobiça na trama que formam o conjunto de leis concebidas para defender o cidadão e a sociedade dos abusos dos que as desrespeitam movidos pela ganância e falta de escrúpulos.

Não percamos nem a sensatez, nem a capacidade de indignação e usemos estes valores para construir uma sociedade mais justa.

Um comentário:

  1. Adorei sua fabula e devo lhe dizer que temos uma ratazana entre nós, não sei se ela é ousada demais, acredita na impunidade ou pior, acredita na passividade desse povo, espero que como na sua fabula ele devore o pinto, que este esteja com muita gordura e colesterol, para engordá-lo bem rápido e ficar não preso, mas morra estrangulado pela ganância.

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