7 de janeiro de 2013

A pequena Manchester




Que uma cidade que se orgulha e pavoneia de ser o 25 o PIB do Brasil, a maior cidade de Santa Catarina, a terceira economia do sul do país e dezenas de outras coisas mais, possa fechar por férias é uma contradição.

Poderíamos como alguns países já determinaram mudar a sede administrativa ao longo do ano. África do Sul, por exemplo, consegue ter três capitais, Pretoria que é a capital administrativa, Johanesburgo a capital financeira e Cidade do Cabo a capital cultural e turística, e o governo muda, de sede, de acordo com a época do ano e a agenda política.

Se utilizássemos desta estratégia agora poderíamos nos transferir de mala e cuia para Balneário Camboriú ou para Barra Velha ou Barra do Sul, dependendo de qual fosse o nosso objetivo e poderíamos colocar uma cancela no pórtico da rua XV, com uma placa de fechado por férias. Uma cidade que presume vaidosa de ter 500.000 habitantes não poderia agir de forma tão pequena e provinciana. Uma cidade como Joinville tem uma vida permanente que não deveria permitir que a cidade parasse. Ainda que se não fosse pelo calor teria sido possível deitar e dar uma cochiladinha na Rua Blumenau sem ser incomodado por nenhum veiculo durante estes dias.

Teve quem achou normal que a cidade “feche” durante as férias. Fico pensando como promover o turismo numa cidade que acha normal que restaurante feche para almoço. Definitivamente o grupo que agora assume os destinos da cidade pelos próximos quatro anos, tem um bom desafio pela frente. Porque será difícil resolver o desafio de ser um destino turístico só alguns dias por ano, só em dias de semana e desde que não coincida com a temporada de praia. Este deve ser um dos desafios mais simples de resolver se comparados aos que representam a saúde, a educação, a mobilidade e tantos outros. Alias se fechar a cidade por uns dias ou transferirmos a maioria da população para as praias e balneários de forma permanente o problema da mobilidade se resolveria facilmente sem elevados, pontes e outras soluções complexas e custosas.

O risco maior reside em acreditar que Joinville continuará crescendo sem ordem nem controle e que alcançaremos os 750.000 habitantes em poucos anos, sendo que continuaremos sem dispor da infraestrutura necessária para atender os 500.000 habitantes atuais. Em quanto o poder publico continue planejando e agindo mais devagar, que o crescimento da cidade real, estaremos perdendo a corrida. Nem é preciso comentar se as medidas tomadas não fossem as adequadas e necessárias, neste caso o nosso avanço será em marcha ré em direção à permanência no atraso.

2 comentários:

  1. Sugestão pro TIO UDO !

    um festival de Verão em Joinville para trazer o pessoal da praia para a villa. podia ser um pré-carnaval...

    Reveillon , podia ter em Joinville , só tinha 2 restaurantes fazendo a ceia de reveillon (lotados é claro)... fica a dica.
    Blumenau teve queima de fogos na Beira Rio !!!

    e nós , fechamos a porteira da Villa (cidade pequena e provinciana é assim!)

    edu grego

    ResponderExcluir
  2. Desde criança eu ouço essas "maravilhas" (não seria mais então o Rio de Janeiro a cidade maravilhosa?) sobre Joinville. E sempre corrigi uma delas: é a cidade mais populosa do Estado, a "maior" (pois refere-se a tamanho) é Lages com seu território maior que o da "manchester".
    Mas aí sempre disse: Joinville é cidade de operário. E é. Por isso eu achava coerente as tais "férias coletivas" e debandarmos todos para o litoral entre dezembro e fevereiro.
    Passaram-se alguns anos, mas vejo que a cidade continua a mesma, por mais orgulho que os joinvilenses ferrenhos tenham do seu PIB e do seu número de habitantes. Quando criança já via sonharem com os tais 500 mil habitantes... eles chegaram, e aí? Sério que agora sonham com os 750 mil?
    A cidade de fato fecha nas férias. E não é só por ser de operários, a MENTALIDADE é de cidade de operário. Se o pai de uma família é operário, mas a mãe trabalha no (paupérrimo) comércio e o filho é assistente de dentista, todos vão querer as férias coletivas para poderem acompanhar o pai nas férias em algum ponto do litoral. A cidade não se desenvolveu de modo algum nas outras áreas, e não me dêem como exemplo as lojinhas para o high society instaladas lá no decadente Garten. Na maioria das cidades que eu conheço ele seria comparado a um shopping simples, mas ali é a meca de quem quer comprar um tênis caro. Podem colocar Burguer King e Outback, a cidade continua a mesma.
    Acho piada falar em turismo em Joinville. O LHS com seus desvarios tentou isso, "turismo de eventos" (toda cidade que não tem nada para oferecer fala isso) e turismo rural (que realmente a cidade possui, mas precário).

    A cidade fecha na temporada. Ah, e fica abandonada! Quantos furtos foram registrados? Eu tive que registrar um e ouvir do policial que foi um "crackento qualquer". O terceiro roubo em um ano e pouco, com indícios de ser a mesma pessoa e ele disse que não tem idéia de quem possa ter sido. (a delegacia fica a uma quadra de casa numa avenida BEM movimentada)
    Vejam só, a cidade está tão vazia que um crackento qualquer anda com uma TV 40' debaixo do braço por uma das mais movimentadas avenidas da cidade e ninguém sabe de nada. Ah, mas quando andou com uma gaiola às 18h de um dia comum também ninguém viu.
    O problema de Joinville é muito maior do que não abrir bar ou restaurante em janeiro. (aliás, abririam para quem se parte da população nem está na cidade? é uma situação contraditória)

    O problema de Joinville é de mentalidade. E quando os rogados joinvilenses aceitarem críticas e conseguirem ver com um mínimo de crítica a cidade deles, talvez algo aconteça. Talvez.

    Fahya Kury Cassins.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...