Otimismo pode matar
Estudos comprovam que o otimismo é perigoso, que aqueles vêm o mundo cor de rosa e que acreditam piamente que vivemos no melhor dos mundos possíveis e que o amanha será ainda melhor, além de provavelmente estar errados podem sofrer muito com isto. Os pessimistas são por outro lado os que tem a capacidade de ver só o lado negativo das coisas, o que os prepara melhor para o que virá, e quando chega já estão preparados.
Mais interessantes são os realistas, esta minoria que consegue caminhar no fio da navalha entre otimistas e pessimistas, que são capazes de enxergar as coisas como realmente são não como os políticos as enxergam, nem como os eleitores gostariam que fossem. O contato com a realidade é a melhor forma de enxergar a sociedade.
Não só os otimistas vivem menos, os otimistas erram na maioria de decisões que tomam. No Brasil 81% das famílias acreditam que em um ano terão mais dinheiro, sem que seja possível identificar nenhum motivo especial para isto, na maioria dos casos as despesas aumentam por conta da expectativa de receita futura, por tanto a divida com o cartão de credito ou no crediário aumenta. Quanto maior o otimismo, maior a divida. Ser otimista é na maioria dos casos prejudicial, a pessoa cria falsas expectativas, subestima os riscos e acaba se dando mal. Não só as pessoas sofrem de otimismo compulsório, também as organizações e as sociedades. Em não poucos casos os políticos em campanha prometem o inatingível, motivados pelo otimismo inconseqüente, depois ao ser eleitos descobrem que implantar 70 % do esgoto sanitário, ou construir um novo hospital na zona sul, são metas impossíveis e pagam o preço do excesso de otimismo, unido a permanente falta de realismo.
Estes 80% da sociedade que acredita num futuro melhor, em finais felizes, em cavaleiros que resgatam belas princesas, em cidades melhores, em um mundo sem doenças, sem miséria, justo e sem violência. Otimismo e pessimismo estão intimamente ligados, um não existe sem o outro. O caminho é fugir dos dois extremos e buscar a realidade, sem cair no engano de um mundo cor de rosa. solidaria e a nossa sociedade será menos solidaria, mesmo assim a imensa maioria continuará acreditando num mundo e num futuro melhor. Insistir em ver a vida através de um lente cor-de-rosa é fugir da realidade, uma forma de fugir do sofrimento, vivendo permanentemente num mundo fantasioso e irreal. Sonhando futuros impossíveis e cidades improváveis.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
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