18 de agosto de 2011

Os perdedores




Nada mais fácil que emocionar-se quando uma semana sim, outra semana também vemos em algum canal de televisão ou no cinema, um filme que narra a historia de um grupo de perdedores que sob a direção de um líder de valores e características excepcionais, leva o grupo a uma vitória que parece inatingível. Quanto maior o desafio a vencer, quanto maiores às dificuldades que o grupo deve superar maior o mérito do líder, que consegue que pessoas comuns realizem feitos extraordinários.



Na vida comum, sucede poucas vezes, bem menos que nos filmes, que um grupo de pessoas comuns, em geral abaixo da media, consegue superar grandes desafios e obter resultados extraordinários. O conseguem pela inteligencia, pela habilidade ou pela sorte, mas nunca sem muito trabalho. É cada dia mais comum, encontrar grupos de gente medíocre, comandados por lideres de nível semelhante, que passam a maior parte do tempo simulando que estão empenhados em obter algum resultado ou fingindo que trabalham.



Estes grupos, que pipocam em todo tipo de organizações, desenvolvem, com inusitada competência, a capacidade para encontrar culpados para os seus baixos resultados, a criatividade para desenvolver teorias originais, para justificar o descumprimento dos prazos e dos objetivos propostos. O desenvolvimento de modernas técnicas para simular uma atividade frenética e a realização de dezenas de reuniões, com o único objetivo de definir a data, local e horário da próxima, são algumas das virtudes mais valorizadas na hora de escolher os componentes destas equipes.



Insistimos em acreditar, que como nos filmes de Hollywood, seja possível que um milagre se produza e resultados extraordinários possam ser facilmente alcançados. Esperar que o êxito chegasse sem esforço, trabalho e planejamento é algo que só as pessoas mais estultas podem imaginar. A historia nos ensina que o melhor resultado surge de pessoas comuns dirigidas por lideres excepcionais, quando gente extraordinária é dirigida por lideres medíocres o resultado é ruim ou péssimo. Surpreende a insistência em acreditar em milagres que só sucedem no mundo fantástico do cinema, do teatro e na fantasia das elaboradas peças de marketing politico, típicas dos programas eleitorais. O mais fantástico é que ainda tenha adultos que continuam acreditando em Papai Noel, no Saci Perere ou no Curupira.  


Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

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