26 de outubro de 2009

Arvores da XV (4)


Parasitas

Não é o objetivo ocupar este nobre espaço de debates para discorrer sobre biologia, botânica ou outros temas científicos, porem a forma truculenta com que a prefeitura municipal de Joinville agiu com relação as arvores da rua XV, devem ser melhor debatidos com a sociedade e responsáveis devem ser punidos.

Recentemente importante funcionário concursado da Fundema, fez a seguinte afirmação:

Podemos debater e discutir tecnicamente com quem quer que seja sobre as figueiras e agora sobre as Albizias. A Rua XV é uma sala de aula sobre arborização, com pau-brasil e sibipirunas em perfeito estado ao lado de moribundas Albizias.... e principalmente a suscetibilidade a hemiparasitas que estão matando todas.

Tambem o Presidente da Fundema afirmou em recente e-mail enviado a mais de 30 joinvilenses:

...é muito estranho que até 31 de dezembro passado, as árvores eram as mesmas, já apresentando problemas de poda, invasão de parasitas e muito mais mas nenhuma manifestação foi feita..., mas buscar entendimento com os gestores públicos que sempre mantiveram as portas abertas, ...não se cogita. É melhor o confronto? Qual o resultado positivo desta postura?

Porem é importante esclarecer a diferença entre saprófitas, Epífitas e Parasitas.
Saprofitas são aquelas plantas que se aproveitam de outros sem causar dano, se alimentam de matéria orgânica em decomposição. Muitas das orquídeas, cactáceas, bromelias e samambaias que vicejam nas arvores descuidadas das áreas urbanas são saprofitas. Nas nossas matas e principalmente na serra do mar, boa parte da biodiversidade é resultado da capacidade das nossas arvores de receber e manter nas suas copas hospedeiros que em nada as prejudicam.

As epífitas são aquelas plantas que crescem e se desenvolvem fora da terra em galhos, na casca das arvores e plantas arbustivas, antigamente por desconhecimento foram chamadas de parasitas, termo ainda usado erroneamente por ignorantes e leigos. Em nada prejudicam as plantas que lhes proporcionam suporte, a menos que por falta de manutenção o de um mínimo de cuidado acabem se desenvolvendo de tal forma que pelo seu peso e vigor comprometam o desenvolvimento das arvores que as acolhem.

As parasitas que também existem em Joinville, são prejudicais e devem ser extirpadas, se alimentam da seiva das arvores que as sustentam, as parasitam ao ponto de leva-las a morte, sugam os seus nutrientes e lês ocasionam prejuízo.

Este ultimo grupo de parasitas que viceja em parques, praças e outros locais públicos, deve ser eliminado, o que pode ser feito com podas regulares, com uma manutenção simples, inclusive com água e sabão. Por analogia se denominam parasitas aos indivíduos que não trabalham, acostumados a viver a custa alheia. Por exemplo aqueles, que tendo a responsabilidade pela manutenção de arvores e plantas, deixaram de faze-lo em nossas ruas e praças. Não fizeram nem as podas necessárias, nem nenhuma outra manutenção e agora fazem de conta que não é com eles, que eles não tem nada a ver com isto, que é responsabilidade da gestão anterior, esquecendo que são eles mesmos quem também na gestão anterior respondiam pelas mesmas áreas. São os mesmos que hoje mandam cortar, derrubar e arrancar, os que descuidaram as calçadas e utilizaram o petit pavê como aterro, na Praça do Calceteiro, junto a ponte do trabalhador, aterro, alias que esta matando os Jerivás da praça.

Mal gastar os parcos recursos públicos é um crime que se comete com a cidade e com os cidadãos. Os que utilizam recursos públicos para cortar desnecessariamente arvores sadias, para plantar novas no mesmo local, devem ser responsabilizados por mau uso dos recursos públicos. Este constante fazer e desfazer, esta política da tentativa e erro, é onerosa e destrói patrimônio que é de todos.

O dialogo do poder publico é o dialogo imposto no grito da moto serra, com truculência e prepotência que lê são características. O entendimento depois de cortadas as arvores não parece possível. A forma de agir iguala esta administração a anterior, que tanto criticou.

Desmascara a distancia que existe entre o discurso e o ato.

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