1 de maio de 2008

Historia de duas cidades


Historia de duas cidades

Em 9 de Março de 1851, desembarcam em Joinville os primeiros imigrantes vindos da Europa, quando aqui estavam começando a ser delineados o Mittleweg, a Haffenstrasse e a Nordstrasse entre outros caminhos que posteriormente dariam lugar aos nossos eixos viários e traçariam de uma forma definitiva as líneas da nossa cidade.

Em Nova York quase na mesma data, em 1853, por tanto 155 anos atrás, a cidade autorizava a compra das 341 Hectares que formam hoje o Central Park, um dos mais importantes parques urbanos, localizado no metro quadrado mais valorizado do mundo.

Naquela época, por sugestão dos grandes empresários da cidade, se iniciou a implantação de um parque.

Este espaço deveria ao mesmo tempo oferecer opções de lazer para toda a sociedade, sem distinção de classes sociais, permitindo o passeio em charretes e montarias, servindo também como uma opção sadia, aos bares e botecos que infestavam a cidade e na época representavam a única alternativa de lazer para os trabalhadores.

O Central Park mantém até hoje as suas características de um espaço publico, popular e democrático.

Visto através do nosso olhar pequeno e provinciano, o Central Park é um exagero, aquela quantidade de verde no coração de Manhatan, uma área aonde caberiam tantos condomínios, uma área com um valor imobiliário absurdo. Aonde poderíamos construir enormes estacionamentos, quem sabe mais uma Arena, ou um Shopping Center.

Os nossos políticos defendem que as áreas, que poderiam servir para um parque urbano, não podem ser caras, que devemos buscar áreas mais baratas. Será que foi esta a inspiração dos administradores nova-iorquinos, uma solução barata, tipo o Parque Caieras, o Morro do Finder? Ou a sua visão foi alem e enxergaram longe, enxergaram quem sabe 150 ou 200 anos adiante, em quanto aqui a nossa visão dificilmente ultrapassa os quatro anos de um mandato.

É o momento de enxergar alem do horizonte, pensando nas gerações futuras, pensando na importância de tomar uma decisão que chega, com mais de 25 anos de atraso. Não é tempo de soluções medíocres, de remendos.

Vamos propor um parque bem localizado, com a infra-estrutura adequada, que não precise ser reformado periodicamente pela falta de manutenção e pelo abandono tradicional dos nossos espaços públicos. Um parque para todos, aberto a todos.

Publicado no Jornal A Noticia

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