Joinville parou, parou porque?
Se acreditarmos na gritaria e na
algaravia ("barraco", em linguagem popular) dos
defensores do desenvolvimento a qualquer custo e dos mercenários ao seu
serviço, a cidade de Joinville está parada. A fuga de investidores e de
empresas para o éden das cidades vizinhas deveria produzir um engarrafamento
gigantesco nas BRs 280 e 101 que seria notícia nacional. Os profetas do
apocalipse, que se instalou na cidade por conta da não aprovação da LOT,
querem, à base de repetir o mantra do desenvolvimento, convencer a
população que faltará emprego, que não haverá desenvolvimento. E que, por
tanto aqueles que defendem uma maior discussão e transparência com relação a
LOT são os que querem o atraso e são contra o progresso. Fazem esse discurso
sem apresentar outros dados que o aumento do volume da voz e a insistente
repetição da sua largumentação.
Não apareceu um único dado que de sustentação
ao discurso dos ventríloquos e suas marionetes provando a fuga de empresas ou o
engessamento da cidade.
De acordo com os dados gerados pela Seinfra,
setor responsável pela liberação dos alvarás para construção, em 2011
foram outorgados 2087 alvarás em Joinville, uma média de 174 por mês e foi
liberada a construção de 1.061.460 m2. Em 2012 com a votação da LOT suspensa
por determinação judicial, o setor da construção civil continua firme e
foi autorizada a construção de 988.950 m2 em novas áreas.
O número de alvarás liberados pela
Prefeitura foi de 1.998, ambos valores os de alvarás e os de metros quadrados
muito próximos dos do ano anterior. O setor que mais vigor mostra é o da
construção residencial multifamiliar ( prédios), que passou de
234 mil metros quadrados, em 2011, para 321 mil metros quadrados em
2012.
Independentemente de turbulências econômicas, que
nada tem a ver com a aprovação ou não da LOT, o setor da construção
civil tem vivido (quase) num céu de brigadeiro e começa agora a
mostrar, em todo o pais, um certo esgotamento. Em Joinville há muitos projetos
prontos para serem lançados quando o mercado imobiliário voltar a crescer.
O nível de endividamento por uma lado, e
aumento dos custos, por outro, tem reduzido a procura por novos
lançamentos e o crescimento do mercado depende muito dos recursos do programa
MCMV (Minha Casa Minha Vida),que em ano pré-eleitoral não devem faltar.
Não parece haver nenhum motivo para que o
futuro de Joinville precise ser discutido de afogadilho, sem o amplo debate ou
sem cumprir todos os prazos e exigências legais. O discurso da urgência e a
pressão dos especuladores e seus prepostos não tem base técnica, que possa
ser sustentada pelos dados gerados pelo próprio poder público.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
Vamos ter grandes problemas c/essa Jlle do futuro, será preciso muitos textos de fácil entendimento p/essa população q acredita em discurso bonito de politico demagogo.
ResponderExcluirAo seu texto, somaria algumas informações que não devem escapar da análise sobre o futuro desta cidade e que passa pelo coração da LOT ou, pelo apelo famigerado dos profetas do apocalipse. A retenção de terras por conta da especulação imobiliária inviabiliza, por exemplo a consolidação do Distrito Industrial, que dispõe de 50% de sua área disponível, porém o preço da terra inviabiliza novos empreendimentos, pois os donos deste território desejam lucros exorbitantes. Então, querem invadir a Estrada da Ilha, protagonizam terraplanagens imensas sem qualquer função, apenas para aproveitar a negligência de órgãos de controle ambiental e de controle da ocupação urbana, sob o pretexto de novos investimentos, agregar valor ao imóvel. Assim ocorre em muitas áreas da cidade consolidada, que detém vazios urbanos imensos sem qualquer finalidade, apenas esperando uma canetada da LOT para, êbaaahhhh, ganhar no cassino!!!! Oras bolas, estamos a + de 30 anos empurrando o Plano Diretor com a barriga. Quando o PEU surgiu em 1988, grupos econômicos manobraram para evitar que seus territórios sofressem intervenções. Paramos, não por culpa de 4 ou 5, paramos porque a mesquinharia, a inveja e a ganância prevaleceram por todos estes anos. Agora me diga, onde esta a preocupação para resolver as questões dos excluídos, da grave situação da mobilidade, da poluição do Cachoeira, dos riscos de desastres e ambientais e, dos esgotos a céu aberto?
ResponderExcluirÉ incrível Jordi, mas até hoje todos os que defendem esta mentira sobre a necessidade urgente da LOT não apresentaram uma única argumentação plausível. Se a cidade "está parada", diga aonde, porque e como. Está lançado o desafio.
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