Um
pouco de sujeira é bom e faz bem.
O mesmo noticiário que traz a cada dia toneladas de noticias sobre a sujeira
política. Esta sujeira que parece não nos atingir e frente a que alguns até
desenvolveram imunidade, traz a noticia que um pouco de sujeira é bom e até faz
bem. A noticia não faz referencia a esta sujeira política nefasta, deste tipo
de sujeira nenhuma quantidade é aceitável.
A informação é que médicos e cientistas europeus
descobriram o que o bom senso já preconizava, que o excesso de higiene esta nos
matando.
Ótima noticia para um país que ainda tem índices de esgoto tratado,
comparáveis aos de Timboktou? Nada
disso. A mesma higiene que tem reduzido as doenças infecciosas, tem feito
aumentar as doenças do sistema imunológico, a ausência de algumas bactérias
influi no aumento da diabetes, a obesidade ou as alergias.
A cultura que tem se estabelecido de proteger as
crianças numa redoma de vidro, esta produzindo uma nova geração mais vulnerável
a novas doenças, claro que a higiene é boa e devemos ser limpos e lavar as mãos
com frequência. Só que junto com as bactérias nocivas convivem bactérias benéficas
que com o excesso de higiene e limpeza acabam sendo eliminadas e perdemos a
proteção que elas nos propiciam.
Frente a esta febre pela assepsia, os médicos recomendam o bom e velho
bom senso, quando uma criança leva um objeto a boca, esta desenvolvendo também
os anti-corpos que o protegerão no futuro. As dermatites tem duplicado nos
últimos 10 anos. Os remédios, a alimentação e o contato com a natureza influem
para desenvolver maior ou menor resistência. As crianças que convivem com
animais tem menos alergias. E para concluir em época de diversidade, os estudos
descobrem que a flora intestinal é o ecossistema mais populoso da
terra.
Pode ser por isto que depois da queda do muro de Berlim, foi possível
comprovar que a incidência de alergias, asma e outras patologias era menor
entre os habitantes da Berlim oriental e maior entre os habitantes da rica,
limpa Berlin ocidental, com maior acesso também a antibióticos a
vacinas.
É inimaginável, que a luz destas informações, Joinville deixe de dar
prioridade a implantação do saneamento básico. Reduzir as doenças
originadas pela falta de higiene, pelas valas a céu aberto e pelo abandono, deve
ser uma obsessão de todo administrador publico. O problema do excesso de higiene esta
longe da maioria dos nossos bairros. Se por um lado não corremos o risco de
contrair as doenças ligadas ao excesso de higiene, pelo outro estamos sujeitos
a contrair outras que deveriam ter sido erradicadas faz anos.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
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