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o OP e outras promessas de campanha
A vida dos políticos é feita de promessas, a maioria sem cumprir. Aqui
em Joinville as promessas por cumprir são mais e maiores que as cumpridas e
elas formam parte da nossa historia desde a epoca colonial, quando os primeiros
colonizadores encontraram nestas terras uma realidade bem diferente da
oferecida pelos marqueteiros da Companhia Colonizadora de Hamburgo.
Esta
pratica não é nova, mas ultimamente tem aumentado de forma vertiginosa. Por
citar alguns exemplos recentes: A despoluição do Rio Cachoeira, primeiro foram
os R$ 80 milhões que permitiriam a recuperação do rio, depois e como os
prometidos milhões nunca apareceram, a promessa foi a instalação do Flot-flux,
além da instalação de uma maquete na própria praça Dario Salles, até chegou a
ser construída uma unidade, que hoje só serve para acumular detritos e lixo que
o rio traz. A construção de uma hidrovia que uniria São Francisco do Sul e
Joinville e permitiria oferecer uma nova alternativa de transporte para atender
a crescente demanda das duas metrópoles do norte do estado, nunca foi uma
realidade econômica viável, a pesar do investimento feito com recursos públicos.
Sem precisar nos remontar a época em que os sambaquianos ocupavam estas costas
a Beira mangue é outra promessa esquecida. O projeto do teleférico que
permitiria o transporte rápido de passageiros entre o Bairro Boa Vista e o
Centreventos, se une ao projeto de um túnel por baixo do morro do Boa Vista. Poderíamos
citar dezenas de promessas nunca concretizadas e que caem no esquecimento
rapidamente, não sem antes contribuir para a eleição de um ou outro
charlatão.
Na
ultima eleição algumas das promessas que se somaram a esta lista interminável,
foram a de implantar 70% de esgoto tratado e o Orçamento Participativo, (OP)
entre outras muitas que a imprensa registrou no chamado promessômetro. O OP foi
uma destas bandeiras que o PT desfraldou durante a campanha e que poderia ser identificada
com o jeito PeTista de governar. Escutando a sociedade e compartilhando a
responsabilidade de administrar uma parte, mesmo que menor dos recursos
públicos. É verdade que no primeiro ano de governo houve um intento para que
fosse posto em pratica, menos de 30% dos recursos destinados ao OP foram
efetivamente aplicados, no segundo ano ainda se convocaram as assembleias para
escolher os representantes de cada bairro e pouco mais aconteceu, neste ponto
gostaria de esquecer a pressão para que os representantes eleitos escolhessem
como obras prioritárias do OP, algumas das previstas no plano de governo.
Entendo que foi um erro menor. Houve excesso de entusiasmo e falta de
capacidade para por em pratica a teoria. No terceiro ano de governo, definitivamente
o OP desapareceu, sumiu, nem convocatórias foram feitas para eleger os novos
delegados.
A credibilidade do OP entrou em crise e para evitar um vexame maior e
não precisar escutar as reclamações dos moradores que participaram de inúmeras
reuniões para escolher as obras e priorizar as mais importantes para cada
bairro a decisão foi a de abandonar o projeto do Orçamento Participativo,
contar com que a população logo acabaria por esquecer a ideia ou desistiria de
participar de um projeto que não dispunha nem de recursos, nem de capacidade de
execução e cuja obra mais significativa foi a calçada do 62 BI. O OP se converteu em uma
promessa mais a incluir a lista das não cumpridas.
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