8 de setembro de 2011

Eu sou o estado (*)

L’etat c’est moi


Os artigos e cartas publicados nos últimos dias utilizando o sufixo « ville » tem provocado alem de comentários apaixonados, melhor ou pior fundamentados, uma onda de nacionalismo ou bairrismo perigoso, que deve ser acompanhada com atenção e sumo cuidado. Em comum o confundir a cidade de Joinville, com as suas virtudes e defeitos, com o seu Prefeito e sua equipe, ou com a administração municipal.


Joinville como município, composto pelos seus cidadãos, suas organizações sociais, sua historia e tradições e principalmente sua idiossincrasia, não pode e não deve ser confundida, com o seu governo atual. A cidade transcende a temporalidade do governo, deste ou do próximo. Em nenhum momento os textos tem se referido a cidade, como soma de todos os elementos que a constituem. É normal, é até uma estratégia valida, que o governo, sentindo-se acuado pelas criticas que pipocam a cada dia com maior intensidade e freqüência, se utilize do bordão, “Joinville ame-a ou deixe-a” Uma forma de tentar colocar, nos que criticam o governo e a administração, a pecha de inimigos de Joinville.


Acusar de serem contra Joinville, os que querem e propõem uma cidade melhor, é estulto e sem sentido, porque os que hoje se manifestam com veemência, evidenciando o quanto a cidade tem regredido, o fazem porque procuram uma cidade melhor para todos. Por outro lado, não parece correto, que o governo municipal, de forma ufanista, insista em vangloriar-se e em querer capitalizar, como próprios, méritos que não lhe correspondem, seja a beleza natural, o desenvolvimento da economia local. A pujança das suas empresas e principalmente dos seus empreendedores, tem a ver menos com as ações do governo local e muito mais com o trabalho e o esforço de gerações.


Do mesmo modo que o Rei Sol errou ao afirmar: “O estado sou eu”, Este governo municipal não pode cometer o mesmo erro e esquecer que Joinville é muito maior que sua administração e que esta administração é muito menor que a cidade que governa. Querer confundir a sociedade, convertendo a critica a esta gestão, como sendo uma critica a cidade em que moramos e que queremos ver progredir e desenvolver com qualidade e harmonia, não engana a quase ninguém. Joinville não é só vocês, Joinville somos todos.

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