A BANCA CRIOU A GRIPE DA POUPANÇA
Entristecida com a queda da taxa de juros, a banca inventou um problema inexistente, a gripe das cadernetas de poupança. Através dos tempos, a taxa de juros com que o Banco Central remunera as aplicações financeiras do andar de cima sempre foi superior ao rendimento das cadernetas de poupança do andar de baixo. (45 milhões de pessoas têm depósitos de até R$ 100 nessa modalidade de aplicação.) Agora que as duas taxas se aproximam, querem baixar a remuneração da patuleia. Em setembro de 2007, quando os fundos de renda fixa rendiam 0,89% ao mês contra 0,76% da poupança, ninguém reclamava.
O problema é falso porque ainda não existe, pois a Bolsa Copom paga mais que a caderneta. A ultrapassagem só ocorre para o cidadão que aplicou num fundo que cobra acima de 1,5% ao ano pela administração do dinheiro. Essa é a taxa da Caixa Econômica em aplicações de R$ 5.000 a R$ 10 mil por seis meses, mas há bancos que cobram até 4%. O "Tesouro Direto", uma iniciativa do governo que permite a compra de papéis atrelados à Selic, cobra uma taxa de 0,3% ao ano. Se um feirante vende beringelas a R$ 1,50 e outro cobra R$ 4, o problema está no preço, não no legume.
Como diz Warren Buffett, quando a água baixa a gente vê quem está nadando nu.
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