2 de dezembro de 2007

A provisoriedade da CPMF



O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, declarou que não existe plano B para a saúde, caso a CPMF, não seja renovada. Na mesma linha o ministro da Fazenda, Guido Mantega e o próprio presidente Lula, têm se posicionado publicamente, estimulando a população a ver a prorrogação da CPMF, como algo inevitável e necessário. Fazendo no poucas das vezes veladas ameaças, caso não seja renovada.

Na realidade, só por conta da falta de previsão do próprio governo, que sabendo, desde faz mais de quatro anos, que a CPMF, lembrando sempre que o P significa provisória, venceria no final de 2007, nenhuma medida foi tomada, nenhum plano B, foi estruturado, previsto ou considerado, para se preparar para a extinção da CPMF.

O próprio ministro ainda esclarece que só 40 % do valor arrecadado com a CPMF, é destinado a saúde. O ex-ministro da Saúde Adib Jatene, culpa o governo e lamenta que não seja destinada a saúde, a totalidade do valor arrecadado e alerta ainda que os problemas da saúde, só teriam solução se todo o valor arrecadado pela CPMF, ao longo destes anos, tivesse sido destinado a área da saúde.

A confirmação publica que os recursos arrecadados pela CPMF, não são destinados ao objetivo que a criou, só pode ser considerado uma irresponsabilidade.

Irresponsabilidade equivalente, a do governo da Bahia, que sabendo do precário estado da Fonte Nova, permitiu que se realiza se o jogo de futebol e ainda permitiu que fossem vendidos os 60.000 ingressos, que correspondiam a sua lotação plena.

Irresponsabilidade, como a acontecida no estado do Para, aonde uma jovem, menor de idade, foi mantida, por mais de 20 dias, na cadeia junto com presos do sexo masculino, numa vergonhosa promiscuidade, que a todos nos deve envergonhar, mais ainda quando a prisão, foi por ordem da justiça e com o conhecimento de uma delegada de policia e com a conivência e omissão da proporia governadora e da estrutura do estado.

É desta forma que são conduzidos os destinos do país, sem planejamento, sem os mínimos critérios e princípios de gestão, ao Deus dará.

Sendo que às vezes dá e às vezes não dá, e quando não dá é sempre o povo quem paga a conta, a conta de imprevisão, da falta de alternativas, da tragédia anunciada, da vergonhosa irresponsabilidade, da precariedade, como forma de ação

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