8 de dezembro de 2007

As palmeiras morrem em pé




No sesquicentenário da Joinville, as empresas Embraco e Multibras, hoje Whirpool, assumindo a sua cota de responsabilidade social, decidiram presentear a cidade, com a revitalização da Alameda Bruestlein, a nossa popular Rua das Palmeiras. Num trabalho primoroso e bem feito, depois de longos estudos e pesquisas.

Os estudos feitos e os dados levantados mostravam que as palmeiras imperiais trazidas a Joinville, diretamente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, de sementes colhidas da própria “Palma Mater”, estavam iniciando, sua etapa final de vida, e que se nada fosse feito, Joinville perderia um dos seus mais importantes marcos históricos.

O replantio de novos exemplares e os trabalhos de revitalização do espaço permitem que Joinville garanta por outro século, o seu cartão postal, mais fotografado.

Hoje algumas das palmeiras já morreram, mantendo em pé ainda, o seu tronco, mais a copada já não existe mais e é difícil imaginar que alguma alcance os 162 anos, que foi a idade da primeira Palmeira Imperial trazida ao Brasil, por Dom João VI.

Altivas e impressionantes na sua beleza, as palmeiras morrem em pé, majestosas até o ultimo momento.

No nosso Bulevar, também tem sido plantadas, algumas palmeiras imperiais, ótima iniciativa, se alguém não tivesse tido a ousadia de comprometer o seu majestoso futuro, colocando as, num atarracado tubo de concreto, de pouco mais de 40 cm de diâmetro, camisa de força inaceitável, para uma gigante, que ao longo do tempo desenvolve um tronco de mais de 1,50 de dímetro e mais de 60 metros de altura, Não tem perigo que as novas palmeiras cheguem a alcançar a beleza e a imponência das suas irmãs da Alameda Bruestlein, foram plantadas muito juntas, com pouca terra, sobre brita e saibro e comprimidas, num canteiro que não tem o espaço necessário, para permitir o seu desenvolvimento.

Claro que os nossos técnicos, poderiam ter olhado a distancia de plantio, entre as palmeiras da JK, ou das da própria Rua das Palmeiras, ou inclusive as da praça Dario Salles, exemplos não faltam.

Ainda me pareceu temerário abrir o bulevar, sem que a proteção entre os pedestres e o rio estivesse concluída, ficou, no ar, uma mistura de irresponsabilidade, pressa e improvisação.

É uma obra que começou no inicio de Agosto deste ano, que foi anunciada pela administração municipal, desde o ano de 1999, de acordo com a informação publicada no AN Cidade de 17 de Janeiro daquele mesmo ano.

Não caberia por tanto, nem a improvisação nem a pressa. Aquele corre corre de ultima hora. Com certeza as palmeiras do bulevar, se conseguem se desenvolver num ambiente tão adverso, contemplarão desde seu espaço apertado, o desenvolver da cidade no próximo século.


Publicado no AN Cidade

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