3 de abril de 2013

Um "outro" Parque para Joinville?



O jornal A Noticia informa que os técnicos do IPPUJ e da Fundema vão sobrevoar a área em torno do Parque Rolf Colin para identificar áreas que possam servir para implantar lá um parque.

O Parque Rolf Colin pelas suas características, localização e topografia não é o local adequado para um parque publico, sua vocação e a do seu entorno é de ser uma área de preservação e um santuário para a flora e fauna da serra do mar.

A ideia de fazer um sobrevoo para identificar áreas indica que a cartografia municipal deve estar desatualizada. O aconselhável seria que a partir da base cartográfica fossem identificadas as áreas e fossem feitos os estudos adequados. A notícia, vindo de quem até agora não tem conseguido dar uma resposta adequada aos parques previstos no projeto Fonplata parece mais pirotecnia que algo concreto que deva ser levado a serio.

Em tempo, o prefeito sabe desde que participou do debate promovido pelo jornal A Noticia na Sociesc, durante a campanha eleitoral que o Parque Rolf Colin não é o local adequado, mas ou esta mal assessorado ou tem dificuldade em ouvir outras opiniões que não as dele.

2 comentários:

  1. O Parque Rolf Colin, criado em 1992, é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, dentre as várias categorias de unidades instituídas através da Lei Federal 9985/2000. E foi incluída nesta categoria em função do seu principal objetivo, que é resguardar os mananciais do Rio Piraí, que na época era responsável único pelo abastecimento da cidade, e hoje participa com 30% da captação total.
    Um parque desta categoria prescinde de conservação ao máximo, em outras palavras que a visitação deve ser controladíssima e limitadíssima. As entradas e saídas devem ser únicas e vigiadas. A sua localização, que tem por acesso principal a Estrada Motucas, já sofre com o movimento de um parque aquático que no verão já entope aquela via e cria vários problemas para os vizinhos.
    Tudo isto sem falar que em mais de 20 anos o Poder Público nunca deu atenção a esta área, onde proliferam palmiteiros e caçadores, e onde as invasões e loteamentos clandestinos crescem diariamente principalmente no final da Estrada Mildau, com ciência das autoridades, que assistem a tudo sem nada fazer.
    Também concordo que é um disparate fazer um vôo para conhecê-lo, num município que detém prêmios de cartografia e modernos programas de geoprocessamento, bastaria solicitar aos seus técnicos que teria uma apresentação até em 3D da área. Mas talvez o vôo seja interessante para observar a degradação e ocupação descontrolada que ameaça o seu entorno, fatos estes relacionados no Plano de Manejo da APA que a PMJ contratou e talvez o próprio prefeito desconheça.
    Por tudo isto, é inconcebível que a maior autoridade municipal queira desviar o foco da falta de um parque de verdade na área central da cidade, e para isto dar uma destinação completamente equivocada e irresponsável a um local que deve seguir na sua atual vocação: um santuário de proteção de água, solo, flora e fauna, mas dotado de recursos e fiscalização. Qualquer tentativa de alteração desta vocação ou mudança de categoria necessita passar pelo Conselho Gestor da APA (onde está inserido), projeto de lei específico e aval do ICMBio. Já posso adiantar que é quase impossível.

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    1. Prezado Manoel,

      Muito obrigado, seu comentário agrega toda a informação que faltava. E da elementos suficientes para um proximo post, maior e com mais conteúdo.

      Obrigado mesmo.

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