2 de abril de 2013

Como será o amanha de Joinville ? (*)


A Joinville do amanha


 Deixando de lado a abordagem sobre se teremos 10 ou 12 pavimentos nesta ou naquela rua, se será duplicada uma ou outra avenida ou se teremos finalmente um ou dois viadutos que coloquem Joinville no caminho da modernidade, se considerar a visão dos que acreditam que estes são os aspectos a partir dos quais se define ou se estabelece o modelo e a imagem de uma cidade. Persistindo esta forma de olhar, o que prevalece é uma visão parcial que reduz a cidade a um espaço físico e que estabelece como prioridade o investimento em infraestrutura. Acrescente-se nesse olhar ultrapassado a ideia que isso seja modernidade e desenvolvimento. A cidade fica assim reduzida a sua estrutura física, as suas ruas e construções e se desconsideram os seus elementos vitais, os que lhe conferem as suas características únicas e diferenciais.

Estes conceitos eram validos no final do século 19 e durante quase todo o século 20, mas não são suficientes para definir e projetar as cidades do futuro. Ao centrar o debate sobre a cidade em critérios obsoletos corremos um risco de chegar tarde aonde seja que estejamos indo.

A discussão sobre o modelo de cidade, passa entre outros muitos pelo seu conceito de prosperidade, pelo modelo de cidadania e também pela sua decisão de ser uma cidade inserida ou não num contexto inovador e sustentável.  Tenho dificuldade em identificar qualquer um destes pontos na Joinville do amanha.
As cidades, ou melhor, as regiões que serão referencia no futuro próximo são aquelas que tenham estratégias regionais de inovação.  Neste sentido é importante que identifiquemos quais as regiões mais inovadoras do mundo e possamos identificar quais as características que as diferenciam das demais. Em que pontos se alicerça este modelo de desenvolvimento? Qual é a base da sua competitividade e como construir as condições para promover este desenvolvimento sistêmico? Joinville ao longo da sua curta historia, já foi uma cidade inovadora e ainda hoje usufruímos todos da riqueza econômica, cultural e social que se criou naquela época.

É um erro insistir em imaginar uma Joinville maior, com um milhão de habitantes, por exemplo, quando seria aconselhável concentrar todos os esforços em projetar uma Joinville melhor, com maior renda per capita, com melhores condições de mobilidade e acessibilidade, com mais qualidade de vida, que atraísse empresas inovadoras e que fosse competitiva pela sua eficiência como cidade. Fazer a escolha errada terá um custo elevado, menos para nos e mais para as gerações futuras.

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