30 de abril de 2013
29 de abril de 2013
Autoridade autoritaria
Um dia destes, um bom amigo me questionou alguns comentários, em que dizia abertamente que achava o prefeito Udo Dohler uma pessoa autoritária. Ele acha - e não sem razão - que o prefeito é uma autoridade e que a sociedade espera que ele exerça a autoridade inerente ao seu cargo.
A conversa foi e voltou, com argumentos e contra-argumentos. Logo ficou claro que ambos concordamos no fato de que é função e obrigação de uma autoridade pública exercer essa autoridade. E que o prefeito tem que atuar com autoridade: é justamente para isso que foi eleito pela maioria dos joinvilenses.
A conversa foi e voltou, com argumentos e contra-argumentos. Logo ficou claro que ambos concordamos no fato de que é função e obrigação de uma autoridade pública exercer essa autoridade. E que o prefeito tem que atuar com autoridade: é justamente para isso que foi eleito pela maioria dos joinvilenses.
Depois de ter tido governos de quase todo tipo e modelo, o eleitor votou muito mais contra o que não queria e menos no que desejava. Muitos entenderam esta última eleição como um momento do voto de protesto. Ficou claro que ninguém quer um prefeito pusilânime. Tampouco a candidatura que se identificou com a mitomania teve muito sucesso. Os candidatos com imagem associada à corrupção - ou cuja ficha está precisando de muita água, escova, sabão e sol para ficar limpa - nem chegaram ao segundo turno. O que não quer dizer que o candidato vencedor seja o melhor candidato para Joinville. Foi o melhor candidato entre os que disputaram a eleição.
Voltando ao tema da autoridade e de ser ou não autoritário, o debate está longe de encerrar. Eu diria mesmo que está no seu inicio. Mas vamos à definição de autoridade:
- Direito ou poder de se fazer obedecer, de dar ordens, de tomar decisões, de agir, etc.
- Aquele que tem tal direito ou poder.
- Os órgãos do poder público.
- Aquele que tem por encargo fazer respeitar as leis; representante do poder público.
- Poder atribuído a alguém; domínio.
- Influência, prestígio; crédito.
- Indivíduo de competência indiscutível em determinado assunto.
Estaremos todos de acordo que o prefeito, seja ele quem for, pelo cargo que ocupa é uma autoridade e dele se espera que exerça a autoridade com retidão e justiça. Os amantes da ordem e do respeito às leis veem com bons olhos aqueles que têm autoridade. Mesmo os menos letrados sabem que sem a figura do regente à frente da orquestra o resultado é uma cacofonia anárquica.
Porém, outra coisa bem diferente é o autoritarismo típico dos autoritários, aqueles que, pelo seu perfil, são vistos ou atuam de forma altiva, são impositivos, dominadores e, em não poucos casos, arrogantes. Em extremo chegam a ser despóticos. São facilmente identificáveis porque procuram impor-se pela autoridade, mais que pelo convencimento ou pela sua capacidade de argumentação. Sua forma de ser é percebida como resolutiva ou ainda como a de aquele que decide, que é determinado e que toma decisões com presteza.
O autoritário exerce a sua autoridade na plenitude, sem oposição, sem que haja questionamentos. E os dóceis e obedientes não têm que enfrentar a árdua tarefa de decidir, nem precisam questionar.
É uma situação adequada para justificar as relações de vassalagem de épocas passadas, mas inconcebível numa sociedade plural, democrática e formada por homens e mulheres livres.
É uma situação adequada para justificar as relações de vassalagem de épocas passadas, mas inconcebível numa sociedade plural, democrática e formada por homens e mulheres livres.
28 de abril de 2013
27 de abril de 2013
26 de abril de 2013
Para pensar acordado
A melhor filosofia, relativamente à sociedade,
é a de aliar, a seu respeito, o sarcasmo da satisfação à indulgência do
desprezo.
Nicolas de Chamfort
25 de abril de 2013
Para pensar acordado
Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância
sincera e a estupidez conscienciosa
Martin Luther King
24 de abril de 2013
23 de abril de 2013
22 de abril de 2013
As mentiras que lhe contaram sobre a LOT
Permitir a instalação de indústrias químicas,
metalúrgicas, de fabricação de derivados de petróleo e transportadoras por
quase toda a cidade, isso é progresso?
Juarez Vieira
Nos últimos meses temos sido bombardeados
quase que diariamente pelos jornais com notas afirmando que a não aprovação da
nova LOT (Lei de Ordenamento Territorial) está emperrando o desenvolvimento da
cidade, que estamos perdendo empregos, que “A CIDADE VAI PARAR”.
Em Joinville o Projeto de Lei da Nova LOT
(Lei de Ordenamento Territorial) prevê duas espécies de faixas: a viária e a
rodoviária.
Para termos uma ideia, a rua CIDADE DE
SERTANÓPOLIS no bairro Paranaguamirim será uma FAIXA VIÁRIA. Trata-se de uma
rua lateral da rua 6 de Janeiro, estreita (mal passam dois carros), sem calçadas,
não pavimentada (de barro), que fica ao lado dos trilhos da via férrea. Qual
seria o interesse de transformar esta rua em uma FAIXA VIÁRIA? Talvez o fato
desta rua ser paralela à rua Boehmerwald, que também será uma faixa viária.
Há entre estas ruas, certamente outras que
podem possuir situações de fragilidade ambiental, problemas de infraestrutura
viária, de transporte, de saúde, de educação, de saneamento básico (esgoto).
Permitir a instalação de empresas nestas ruas sem consultar a população envolvida
é um desrespeito com os moradores do entorno destas “faixas viárias”.
Tratarei apenas de um dos pontos que entendo
“TODA A POPULAÇÃO” deva ter conhecimento antes de aceitar esta versão de que a
LOT precisa ser aprovada com urgência. Falarei apenas das Faixas Viárias.
As definições para as faixas viárias no
inciso III do art. 10 do Referido Projeto de Lei:
Art. 10. As Áreas Urbanas de Adensamento subdividem-se, ainda, em
Setores e Faixas, conforme a seguinte classificação:
III. Faixas Viárias (FV) - são as faixas onde se concentram os usos
comerciais e de serviços, caracterizando-se como eixos comerciais ao longo das
principais vias públicas;
Quem imaginar que a faixa viária é apenas um
pequena porção da área próxima à rua, ficará abismado com o absurdo que o
Projeto de Lei contém em seu 14:
“Art.14. A delimitação física das Faixas Viárias é determinada pelo
perímetro definido por duas linhas imaginárias paralelas equidistantes 100,00
(CEM) METROS ao eixo da via.
§ 1º. Os lotes atingidos pela Faixa Viária
somente poderão aplicar o regime urbanístico definido para esta faixa se
tiverem sua testada inserida parcial ou totalmente na respectiva faixa.
§ 2º. Os lotes atingidos parcialmente pela
Faixa Viária poderão aplicar em toda a sua área o regime urbanístico definido
para esta faixa, desde que a parte atingida corresponda a no mínimo 50%
(cinquenta por cento) da área do lote, em uma profundidade de até 2,5 (duas
vírgula cinco) vezes a sua testada, limitando-se, neste caso a 200,00
(duzentos) metros de profundidade.” (grifo nosso)
Resumindo, temos 100 metros de a partir do
eixo central (meio) da via que se submeterão ao regime urbanístico da FAIXA
VIÁRIA, bastando para isso que tenha sua frente inserida PARCIAL ou TOTALMENTE
na respectiva faixa.
Como em alguns casos estes 100 (cem) metros talvez
fossem pouco, o ente público permitiu que o zoneamento da FAIXA VIÁRIA se
estenda até 2,5 vezes a testada (frente) para a FAIXA VIÁRIA, limitado a 200
metros, o que será atingido sem muita dificuldade pelas empresas interessadas
em usufruir desta benesse.
Conforme o Anexo VI – Quadro de Usos do
referido Projeto de Lei, estranhamente escrito com uma fonte (letra) minúscula,
COMO SE FOSSE PARA NINGUÉM LER, nas faixas viárias poderão ser instaladas
empresas das seguintes áreas de atuação:
Atividades de
transporte, armazenagem e correio
|
Fabricação de
produtos químicos
|
Fabricação de produtos alimentícios
|
Fabricação de produtos farmoquímicos
e farmacêuticos
|
Fabricação de bebidas
|
Fabricação de
produtos de borracha e de material plástico
|
Fabricação de produtos de fumo
|
Fabricação de produtos de metal,
exceto máquinas e equipamentos
|
Fabricação de produtos têxteis
|
Fabricação de equipamentos de
informática, produtos eletrônicos e óticos
|
Confeccção de artigos de vestuário e
acessórios
|
Fabricação de máquinas, aparelhos e
materiais elétricos
|
Preparação de
couros e fabricação de artefatos de couro
|
Fabricação de máquinas e
equipamentos
|
Fabricação de produtos de madeira
|
Fabricação de veículos automotores,
reboques e carrocerias
|
Fabricação de
celulose, papel e produtos do papel
|
Fabricação de outros equipamentos de
transportes, exceto veículos automotores
|
Impressão e reprodução de gravações
|
Fabricação de móveis
|
Fabricação de
coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis
|
Manutenção, reparação e instalação
de máquinas e equipamentos
|
Alegações como a de que a instalação destas
empresas dependerá de Estudo de Impacto de Vizinhança ou de parecer prévio
do órgão ambiental deixam a população à merce de interesses econômicos
poderosos que, certamente, não terão dificuldades em elaborar Estudos de
Impacto de Vizinhança favoráveis à instalação de todo tipo de empreendimento
nestas áreas. Quanto aos pareceres do órgão ambiental municipal (FUNDEMA), não
há necessidade de tecer qualquer comentário, bastando analisar o histórico
recente de atuação deste órgão, especificamente na questão de licenciamentos.
Resumindo, teremos uma porção enorme da
cidade com um zoneamento que permitirá diversos usos comerciais e de serviços
sem que a população diretamente interessada saiba disto e tampouco tenha
participado da construção do projeto. A seguir se encontram as faixas viárias
previstas no Projeto de Lei, no item 1.7 do Anexo IX – Descrição.
Lembrando que, são estas ruas que, em suas
extensões localizadas na área urbana, se a tão propalada e “URGENTE” LOT for
aprovada, passarão a ser faixas viárias. Tomamos esta iniciativa somente para
os leitores terem uma ideia do CAOS que irá se instalar na cidade sob a
alegação de que “A CIDADE PRECISA SE DESENVOLVER”, taxando todos os contrários
a estas mudanças de “ESTAREM CONTRA O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE”, lembrando a
todo momento que “ESTAMOS PERDENDO EMPRESAS PARA ARAQUARI”.
A boate Kiss também é aqui
Depois da tragédia da
Santa Maria (RS) todas as prefeituras do pais se lançaram num mutirão para
vistoriar os locais com características semelhantes e Joinville não foi
diferente, se formou uma força tarefa e foram visitados mais de 60 locais,
bares, boates, salões de baile e assemelhados, locais de grande aglomeração de
publico e potencialmente perigosos.
Os números oficiais em
Joinville falam de 62 vistorias realizadas e 38 locais interditados, dos quais
8 já reabriram depois de feitas as reformas necessárias ou as adequações
legais.
Há dois temas de
fundo, o primeiro é que se não tivéssemos tido o incêndio da boate Kiss, nos estaríamos
felizes e contentes frequentando locais públicos inseguros e mais que
inseguros, perigosos. Pelos dados apresentados mais de 60% dos locais
vistoriados foram interditados, um numero assustador.
O segundo e mais grave
é o da ausência de responsabilidades, quem tem a obrigação de fiscalizar? Quem
tem o poder de interditar locais peligrosos, que não cumprem a legislação e
podem ocasionar, também aqui, uma tragédia como a de Santa Maria? O que falhou?
Com que frequência este tipo de locais são vistoriados? Por que as vistorias
anteriores não identificaram os motivos que agora levaram a interdição de 38
destes locais? Quem deve ser responsabilizado pela incompetência e não cumprir
com a sua obrigação?
É comum ouvir
reclamações pela severidade das fiscalizações de alguns órgãos e neste sentido
a Vigilância Sanitária é a primeira que vem a cabeça, a pergunta é se
preferimos a leniência conveniente e depois estamos preparados para assumir a
responsabilidade da nossa omissão como sociedade ou devemos nos empenhar para
que a lei seja cumprida e possamos contar com a segurança necessária que neste
caso é a responsabilidade do Estado, em cada um dos seus níveis, municipal,
estadual ou federal.
Deveremos lembrar
neste caso que ter o poder e não exercê-lo é a maior das ignomínias
21 de abril de 2013
O mundo ideal
Alguém fez acreditar
aos nossos legisladores que produzir mais leis é bom, que o seu desempenho será
medido pelo numero de projetos de lei ou proposições que façam e o resultado é
esta coleção de sandices que esta pipocando por aí.
O problema inicia porque
não se analisa a legislação vigente, assim que em lugar de propor o aperfeiçoamento
ou até a revogação das leis que não são cumpridas ou ficaram sem efeito. Assim
a elaboração de projetos de lei resolverão todos os problemas da cidade, desde
o preço de comer fora ou a forma de cobrança da consumação nas baladas.
Alguns exemplos para
entender o desnecessário da maioria dos projetos que estão tramitando na nossa
Câmara de Vereadores e consomem o tempo e os recursos dos nossos legisladores e
a paciência dos eleitores: Será multado quem jogue lixo na rua. O Código de
posturas (LEI COMPLEMENTAR Nº 84, de 12 de janeiro de 2000.) já não permite e
estabelece advertência e multa para quem o faça, alguém ouviu falar que alguma
multa já foi aplicada? Provavelmente não. Também estabelece o código de
posturas que em calçadas e logradouros públicos não se pode obstaculizar a
passagem de pedestres, é só caminhar um pouco e descobrir que temos que descer
da calçada porque há um pequeno centro comercial ilegal ocupando toda a calçada,
vendendo óculos de sol e bugigangas da China ou do Paraguai. Tampouco esta
permitida o rebaixamento do meio fio em desacordo com a lei, mas pela
quantidade de comerciantes que decidiram rebaixá-lo devo deduzir que não há
falta de lei, há falta de fiscalização. Caminhando um pouco mais é fácil receber
os pingos da água dos aparelhos de ar condicionado, a pesar que o mesmo Código
de posturas não permita que despejem água sobre a calçada, parece que a fiscalização
também tem sido omissa.
Há dezenas de outros
exemplos, que o barulho a noite perto de Hospitais é de mais de 40 db ou de 50
db numa área residencial? Não se preocupe o Código de posturas já prevê que
estes casos sejam punidos. Falta achar um fiscal que aplique o próprio código. Tampouco
nesta Joinville ideal é permitida a criação de animais domésticos e de
estimação, nem em regime domiciliar, assim que poderá estar violando o previsto
no artigo 146 do mesmo código, se algum vizinho entender que perturbam o seu
sossego.
O Código esta errado? Com
certeza que não. A sua concepção é a de criar o marco legal que regule a vida
em sociedade e garanta os direitos de todos. O que o faz inócuo é justamente é
a sua inaplicabilidade somada a falta de fiscalização. Do mesmo modo que
pedestres que atravessam a rua fora da faixa ou com o sinal vermelho podem e
devem ser advertidos ou até multados, não fazê-lo é dar o exemplo que as leis
não são feitas para serem cumpridas.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
20 de abril de 2013
19 de abril de 2013
Quanto é bastante?
Na Comissão Preparatória
da Conferencia da Cidade o que esta em jogo de verdade é a presidência do
Conselho da Cidade. Com os votos do poder público e das entidades empresariais
a vitoria de um candidato “chapa branca” é barbada.
Seria uma mostra do
que o Coordenador da Comissão chamou ontem na Audiência pública de “Bastante democrático”.
Em tempo, bastante quer dizer que: basta, que é suficiente, que satisfaz. Nem
pensar em ter uma democracia plena. Isso não é conveniente para os interesses especulativos.
O que você sabe da LOT?
Você sabe o que é LOT - Lei de Ordenamento Territorial? Sabe o que vai mudar sua rua? Sabe o que vai mudar no seu bairro? Sabe o que vai mudar na sua cidade? Sabe como vai interferir na sua vida? Está à espera de que para inteirar-se?
A LOT tem se convertido num cabo de guerra. De um lado estão os que querem sua aprovação a qualquer preço (expressão adequada). Do outro estão os que acham que os processos legais devem ser seguidos e que a sociedade tem o direito de saber, através de audiências públicas e de todos os meios disponíveis, como a LOT impactará a sua vida. O que vai mudar na sua rua, no seu bairro e na sua cidade.
A LOT tem se convertido num cabo de guerra. De um lado estão os que querem sua aprovação a qualquer preço (expressão adequada). Do outro estão os que acham que os processos legais devem ser seguidos e que a sociedade tem o direito de saber, através de audiências públicas e de todos os meios disponíveis, como a LOT impactará a sua vida. O que vai mudar na sua rua, no seu bairro e na sua cidade.
A maioria da população ainda não sabe o que vai mudar. E só quando os bate-estacas começarem a cravar as estruturas daquele novo prédio construído no lugar onde até ontem morava uma família é que muitos saberão. Mas será tarde demais e só restará o lamento tardio como único recurso. Este processo de alienação, por um lado, e de alijamento, pelo outro, é muito conveniente para a minoria organizada que quer controlar o processo e tem interesses claros na aprovação desta LOT que aí está. O objetivo é aprovar rapidamente e sem maior debate com a sociedade, que deve ser a maior interessada pois será afetada pelas mudanças propostas.
De pouco servirão as audiências públicas se forem realizadas da forma como tem sido até agora. Ou seja, utilizadas para referendar ou legitimar o que já estava previamente aprovado, sem permitir um debate franco e técnico e sem prever mudanças à proposta apresentada. Realizar audiências públicas requer muito trabalho prévio por parte do poder público, mas principalmente exige uma mudança de atitude daqueles que, por décadas, têm se acostumado a impor, sem precisar ouvir a sociedade.
Sem apresentar os estudos necessários e sem a fundamentação adequada, as audiências públicas têm se convertido numa pantomima. É preciso cumprir todas as exigências da lei. Devem ser apresentados todos os estudos, dados e mapas necessários para que os participantes possam ter a capacidade de decidir sobre o futuro pessoal e o da sua cidade. Apresentar mapas imprecisos, sem as escalas adequadas e sem as informações necessárias é o caminho escolhido para iludir o cidadão, que pouco conhece do linguajar críptico e complexo que alguns técnicos usam - mais para confundir do que para esclarecer.
É preciso evitar que a LOT se converta num cabo de guerra, tendo de um lado especuladores e fundamentalistas do tijolo e do outro parcelas melhor informadas da sociedade organizada. Tudo isso tendo como pano de fundo uma maioria silenciosa alheia ao debate, porque não conhece e não teve acesso aos temas que estão sendo apresentados. Esse deve ser o objetivo dos que acreditam no desafio de construir uma cidade melhor para todos e não para a minoria de sempre.
18 de abril de 2013
17 de abril de 2013
A corrupção va de trem
ELIO GASPARI
Doutora Dilma, chame Xi Jinping
A China não é um modelo de moralidade, mas lá transportecas que mordem ferrovias vão para a cadeia
Em setembro de 2012 houve um acidente de trem na cidade chinesa de Xian e o chefe do serviço de segurança do trabalho da região foi fotografado rindo. Em seguida, um blogueiro mostrou que o companheiro Yang Dacai tinha uma coleção de relógios, inclusive um patacão Constantin de 30 mil dólares. Dacai foi demitido e mandado ao ostracismo.
Construir ferrovias pode ser um bom negócio, mas cuidar dos seus contratos é um ofício mais lucrativo e menos trabalhoso. Na China, o mandarim que cuidava disso acabou na cadeia. Seu irmão, que faturara US$ 50 milhões em mimos, cumpre uma pena de 16 anos.
E em Pindorama? Salvo algumas boas experiências com a privatização da malha, o transporte ferroviário brasileiro é uma ruina pública e privada. Mesmo sabendo que a fama da burocracia chinesa está entre as piores do mundo, a doutora Dilma bem que poderia assinar um contrato de prestação de serviços com o presidente Xi Jinping, entregando-lhe a administração da moralidade dos trilhos nacionais. O comissariado petista não inventou essas bocarras, apenas preservou-as. Em 1976 a Viúva comprou 68 locomotivas elétricas francesas por US$ 500 milhões. Nunca rodaram, viraram sucata e ninguém foi preso.
O repórter André Borges acaba de expor o descalabro da ferrovia Norte-Sul. É a sétima obra de transporte mais cara do planeta. Lançada em 1987, em tese, ligaria o Pará ao Rio Grande do Sul. Só no governo de Lula essa linha comeu R$ 4,2 bilhões no trecho de Palmas (TO) a Anápolis (GO). Ela deveria ter sido entregue em 2008. A empreitada teve 17 aditivos, liga o nada a coisa nenhuma. Há nela túneis prontos sem malha e pastos no leito. O Tribunal de Contas achou 280 quilômetros inacabados, porém considerados entregues. Isso e mais R$ 27 milhões superfaturados. Em 2011, o Ministério Público acusou o doutor José Francisco das Neves (pode me chamar de Juquinha), presidente da estatal encarregada da ferrovia, de ter desviado R$ 71 milhões em 105 quilômetros da Norte-Sul. (Rodava a R$ 676 mil por km.)
Juquinha foi demitido em 2011 e, no ano seguinte, posto na cadeia por poucos dias. De 2003 a 2007 o doutor tomou conta do projeto do trem-bala. Felizmente, o Padre Eterno ainda não deixou que se tirasse esse trem do papel. Custaria R$ 19 bilhões, sem dinheiro da Viúva. Estima-se que venha a custar R$ 50 bilhões, com a boa senhora bancando a iniciativa. O trem-bala não existe, mas já criou uma estatal. A única coisa que seus transportecas conseguiram foi anunciar leilões fracassados, gastando pelo menos R$ 63,5 milhões. A folha de pagamento da empresa tem 151 pessoas. Há pouco a doutora Dilma devolveu o Ministério dos Transportes ao Partido da República, de cuja cota de poder saiu Juquinha.
Há uma diferença entre o modelo chinês e a administração de Lula e da gerentona Dilma. No Império do Meio furta-se, mas as obras ficam prontas e a taxa de risco dos burocratas é maior. A malha ferroviária chinesa tornou-se a terceira do mundo. O Brasil tem hoje 30 mil quilômetros de ferrovias que começaram a ser construídas no Império. Pois a China, que começou suas obras na mesma época, durante a dinastia Qing, tem uma malha de 91 mil quilômetros e está construindo mais 24 mil.
A corrupção esta aqui ao lado
A corrupção esta enquistada na nossa sociedade de uma forma tal que corrompe todos os estamentos sociais e ela esta mais perto do que você imagina.
16 de abril de 2013
As coisas não são sempre o que parecem
Passados uns meses é possível verificar o real impacto do desconto
anunciado pela presidente Dilma Roussef nas vésperas das eleições municipais.
Há hoje mais informações e o
tempo tem cuidado de mostrar que a verdade difere muito do discurso oficial.
15 de abril de 2013
14 de abril de 2013
A nova classe média
A classe média
Os códigos escritos que servem para
identificar estatisticamente as diversas classes sociais ganhou novos
componentes com a aparição da nova classe média. Impulsionada pela estabilidade
econômica, e principalmente pela disponibilidade aparentemente inesgotável
de crédito para o consumo surgiu, no país, uma nova figura que tem
passado a formar parte de todas as estatísticas a nova classe média. Seria
presunçoso enquadrá-la na categoria de novos ricos porque não
chega ao patamar de poder ser considerada assim. Mas formam um grupo
poderoso de consumidores.
Felizes proprietários de extensos crediários, que
suportam uma longa lista de compras de eletroeletrônicos,
eletrodomésticos, e, em alguns casos, inclusive veículos e
outros bens de maior valor. O prazer consumista do brasileiro alcança o
seu ápice com esta nova classe social emergente, que concretiza por
meio do consumo a sua ascensão social.
Nos últimos anos este grupo é bem
visto quase que só pela Receita Federal. O órgão
federal consegue superar, ano após ano, as suas metas de
arrecadação, tanto pela sua eficiência, como pela atenção com que trata
estes brasileiros que se converteram diretamente em contribuintes que
pagam tributos.
Fora do carinho e atenção especiais que
recebem dos coletores de impostos, este grupo é praticamente
desconsiderado por boa parte da estrutura pública, e a sua estigmatização
está em andamento. Este pessoal é percebido como
responsável por algumas situações supostamente negativas no contexto
socioeconômico. Integrantes deste grupo insistem em não
utilizar o maravilhoso e eficiente transporte público. Reclamam, cada vez
com menos vergonha, quando sentem que os seus direitos não são respeitados.
Quando alguém quer mudar a lei para construir espigões de concreto no que até
ontem era um bairro residencial, se organizam em associações de moradores
e publicam cartas nos jornais. Ainda utilizam as redes sociais para
protestar pelos gastos da Câmara de Vereadores e apontam, criticamente,
a cobrança de diárias dos deputados da sua região. Esta fatia
da classe média insiste em não querer que o país se desenvolva, que tudo
seja feito em nome do crescimento economico. Exige parques, espaços para o
lazer e a cultura. Acha que a saúde deveria ser melhor e que as pessoas
deveriam estar no centro da gestão pública.
O problema é esse: a partir do
instante em que teve acesso ao consumo, (e à voz), esta
"gentinha" não quer ser só contribuinte e insiste em querer ser
cidadã.. E isso - percebe-se - desagrada a muitos, que ocupam espaços
privilegiados nos escaninhos dos Poderes e não estão muito dispostos a
compartir esse espaço.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC
13 de abril de 2013
Para pensar acordado
Nietzsche: “O fanatismo é a única forma de
força de vontade acessível aos fracos"
12 de abril de 2013
11 de abril de 2013
10 de abril de 2013
O tomate (Solanum lycospersicum) (*)
O tomate tem sido promovido temporariamente no
Brasil a categoria de iguaria. O preço irreal que tem alcançado no mercado
local tem feito que esta fruta passe a ter um status equivalente ao de um bom
pedaço de picanha ou até que tenha sido elevado a condição de objeto de desejo
por alguns consumidores. Em quanto alguns restaurantes declaram abertamente a
guerra ao tomate, ou melhor dizendo ao seu valor excessivo e evidenciam o seu
militantismo anti-tomatil retirando do seu cardápio todos os pratos que o incluam
na receita, outros o promovem ainda mais e o colocam ao mesmo nível que o
caviar, a carne de kobe, as angulas ou a centolha do Pacifico.
A verdade é que sabemos muito pouco sobre o tomate e que este é um bom momento para aprofundar o nosso conhecimento sobre esta fruta, originaria da América tropical, que foi levada para Europa pelos espanhóis e incorporada a sua cozinha e introduzida em toda a gastronomia mediterrânea graças aos seus laços históricos e comerciais de Istambul a Sardenha, passando por Argel ou Corfú.
O tomate ou xitomatl se o denominamos pelo seu nome azteca, deu origem a festas típicas que o tem como protagonista, a mais conhecida e a Tomatina, realizada no mês de agosto em Buñol, na Espanha. Se calcula que durante a festa são utilizados mais de 150.000 tomates, como projeteis numa batalha incruenta em que as únicas vitimas são as 30 toneladas de tomates.
No mundo todo se produzem mais de 150 milhões de toneladas de tomates, o que representa 50 milhões de toneladas mais que a segunda fruta mais popular, a banana. Existem mais de 10.000 variedades de tomates, em cores que vão do púrpura ou rosado ao amarelo ou branco. O seu tamanho varia dos 5 milímetros do Tomberry aos mais de 1,5 quilos da variedade Ponderosa.
No Brasil hoje o tomate esta mais em evidencia por ser um indicador da volta da inflação e por representar o retorno de uma época que para muitos parecia definitivamente relegada ao nosso passado que pela riqueza de vitaminas A, C e K, pelo seu conteúdo de licopeno, um poderoso antioxidante que ajuda a reduzir o risco de câncer e de enfarte.
Se não fosse pelo seu protagonismo repentino, muitos continuariam sem saber que o tomate é uma fruta, a pesar de comumente confundido com um legume ou um vegetal, pelo seu uso disseminado como ingrediente principal em molhos, saladas e pratos deliciosos da cozinha mundial.
A verdade é que sabemos muito pouco sobre o tomate e que este é um bom momento para aprofundar o nosso conhecimento sobre esta fruta, originaria da América tropical, que foi levada para Europa pelos espanhóis e incorporada a sua cozinha e introduzida em toda a gastronomia mediterrânea graças aos seus laços históricos e comerciais de Istambul a Sardenha, passando por Argel ou Corfú.
O tomate ou xitomatl se o denominamos pelo seu nome azteca, deu origem a festas típicas que o tem como protagonista, a mais conhecida e a Tomatina, realizada no mês de agosto em Buñol, na Espanha. Se calcula que durante a festa são utilizados mais de 150.000 tomates, como projeteis numa batalha incruenta em que as únicas vitimas são as 30 toneladas de tomates.
No mundo todo se produzem mais de 150 milhões de toneladas de tomates, o que representa 50 milhões de toneladas mais que a segunda fruta mais popular, a banana. Existem mais de 10.000 variedades de tomates, em cores que vão do púrpura ou rosado ao amarelo ou branco. O seu tamanho varia dos 5 milímetros do Tomberry aos mais de 1,5 quilos da variedade Ponderosa.
No Brasil hoje o tomate esta mais em evidencia por ser um indicador da volta da inflação e por representar o retorno de uma época que para muitos parecia definitivamente relegada ao nosso passado que pela riqueza de vitaminas A, C e K, pelo seu conteúdo de licopeno, um poderoso antioxidante que ajuda a reduzir o risco de câncer e de enfarte.
Se não fosse pelo seu protagonismo repentino, muitos continuariam sem saber que o tomate é uma fruta, a pesar de comumente confundido com um legume ou um vegetal, pelo seu uso disseminado como ingrediente principal em molhos, saladas e pratos deliciosos da cozinha mundial.
9 de abril de 2013
Quatro verdades
por Paulo Francis
— O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.
— O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.
— É preciso ter mingau
na cabeça para acreditar em astrologia.
— A sociedade de massas é por definição o fim
da civilização. Bolsões de vida inteligente sobrevivem a duras penas.
— Todo otimista é um
mal-informado.
— A ignorância é a maior multinacional do
mundo.
— Apenas os idiotas
não se contradizem.
— Não levo ninguém a sério o bastante para odiá-lo.
— Quem não lê não pensa, e quem não pensa será
para sempre um servo.
— Ignorância é o nosso grande patrimônio
nacional.
— Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as.
É tão incomum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica
não é raiva. É crítica.
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