30 de maio de 2012

Carlito



Foto - Pena Filho

Conheço Carlito Merss há muitos anos. Desde a época em que coincidíamos no mesmo ônibus a caminho de Campinas, ele para estudar na Unicamp, eu empenhado em viabilizar o Ibraflor, que foi criado aqui em Joinville mas cuja sede estava - e continua a estar - no eixo Campinas/Holambra.  

Também tivemos a oportunidade de nos encontrarmos – não poucas vezes – nas  reuniões e audiências que concluíram a elaboração da versão final do Código Municipal do Meio Ambiente, vigente ainda hoje. Ele, no papel de vereador de oposição; eu, do outro lado, como vice-presidente da ACIJ, defendendo uma proposta que não inviabilizasse o desenvolvimento e que não tratasse o cidadão como um criminoso. 

Desta época, lembro da capacidade de diálogo e de negociação do atual prefeito. Compartilhei sempre a opinião que era melhor negociar com ele do que com os vereadores da situação, a maioria obtusos demais para entender a diferença entre tirar ou colocar uma vírgula numa frase. Verdade seja dita, aquela Câmara tinha um nível de vereadores bem diferente do atual. Havia então uma maior facilidade para buscar as melhores propostas para a cidade. Era impensável que os interesses particulares fossem tratados como são tratados hoje. O interesse coletivo ainda prevalecia.
Depois coincidimos em aeroportos, em um ou outro voo e, fora disto, muito eventualmente. Acompanhei sua carreira política de perto e segui seu crescimento de vereador a deputado estadual, primeiro, e depois alcançar a Câmara Federal. Mantinha as características que fizeram que se ganhasse o meu respeito: trabalhador incansável, esforçado, estudioso dos temas em pauta e com capacidade quase infinita para o diálogo. Ser escolhido como relator do orçamento nacional é a maior prova desta sua capacidade.
Não vejo o prefeito faz tempo, apenas as fotografias nos jornais e uma ou outra vez em algum programa de televisão local. E fiquei triste ao ver como o poder desgasta e envelhece. Vi a imagem de um homem abatido, encanecido  pelo enorme desgaste que o cargo de prefeito representa (e representaria para qualquer um de nós). Um homem que, depois de ter tentado, por anos a fio, vencer o desafio de chegar à Prefeitura, quando conseguiu não pode realizar tudo a que tinha se proposto.

Estou convencido que o Carlito assumiu a prefeitura com a melhor das intenções e que, no seu íntimo, acreditava ser possível compatibilizar o projeto de poder do seu partido com a ambição pessoal de ser um bom prefeito. Ou seja, fazer uma gestão que deixasse a sua marca na história de Joinville.
Na medida que o tempo avança inexoravelmente e o seu mandato se aproxima do fim, a frustração, a crispação e a desilusão se fazem mais patentes. Desejo firmemente que esta sua passagem pelo executivo não seja a sua tumba política e possa voltar a ser eleito para defender os interesses de Joinville no legislativo, num ambiente em que suas virtudes e habilidades produzirão melhores resultados para todos. Poderá inclusive ter o meu voto.

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