7 de outubro de 2007

Banco Imobiliário



O Jogo conhecido no Brasil como Banco Imobiliário, tem suas origens no inicio do século passado, nos Estados Unidos. Patenteado com a marca Monopoly em 1934, pela Parker Bros, é um sucesso de vendas no mundo.

Forma parte de uma serie de jogos que estimula o empreendedorismo e a negociação, uma verdadeira aula para os nossos jovens, de uma forma lúdica e por médio de regras simples e claras, desenvolve conceitos como compra e venda de imóveis, investimento e valorização, ganho e perda.

O seu sucesso se deve basicamente a dois pontos muito simples, por uma parte regras bem claras e conhecidas por todos e manutenção das regras ao longo dos tempos, mesmo com pequenos ajustes e respeitando as peculiaridades locais o que faz que todos os jogadores saibam desde antes mesmo de iniciar o jogo que as ruas Leblon ou a Av. Presidente Vargas, são ruas mais baratas, que requerem um investimento menor, porem que também tem uma rentabilidade menor ao longo de todo o jogo. Por outro lado, todos os jogadores sonham com conseguir adquirir Morumbi ou Interlagos, porque a pesar de exigir um investimento bem maior, garantem uma maior rentabilidade ao longo de todo o jogo. São estas regras claras que garantem o sucesso do jogo, consolidado ao longo de mais de sete décadas.

Em outra escala o Plano Diretor de uma cidade, tem se convertido em um grande tabuleiro de Banco Imobiliário, as regras lamentavelmente não se mantem tão estáveis e os interesses envolvidos são bem menos transparentes e claros que os que os que as nossas crianças desenvolvem no transcurso de uma partida. Tão escuros e escusos que mudam as escondidas, em períodos de convocações extraordinárias ou em reuniões com pouco quorum e quase sempre sem os estudos e avaliações necessárias.

Não poucas vezes nos deparamos com mudanças no meio das partidas, as regras do jogo mudam repentinamente e o imóvel que adquirimos, com o nosso dinheiro de verdade, não com aquele dinheiro de brincadeirinha que nós fazia sentir ricos, passa a se desvalorizar, porque alguém muda as regras de jogo, pior ainda quando descobrimos, que alguém já sabia antes de começar o jogo que as regras mudariam no meio da partida.

Merece uma reflexão profunda o modelo de cidade que estamos construindo, quando mudamos com freqüência as regras do jogo, como se a nossa cidade fosse um imenso tabuleiro de Banco Imobiliário e as regras e os dados fossem jogados de uma forma tal que o resultado do jogo já estivesse definido antes de começar.

Com certeza o Banco Imobiliário não teria conseguido o sucesso que tem hoje se tivesse se pautado pelas regras e critérios que utilizamos para definir o futuro das nossas cidades, claro que Banco Imobiliário é só um jogo.

Publicado no AN Cidade

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