Claro que não é nenhuma Brastemp, nem poderia, mais temos que entender que já tem mais de 25 anos, ao longo deste tempo não recebeu praticamente nenhum cuidado e nenhuma atenção, a ultima foi a calçada em petit pavê, na primeira gestão do saudoso prefeito Wittich Freitag.
As arvores faz lustros, que não vem uma poda, uma singela limpeza e muito menos uma aplicação de fertilizante. As únicas arvores novas, que não formavam parte do projeto original, são uma meia dúzia de goiabeiras, plantadas pela ação da passarinhada, que aléia ao orçamento municipal, tomou a iniciativa. As gardênias que teimosamente sobrevivem, pouco mais da metade que foram plantas faz também décadas, não recebem o mínimo cuidado e as que por um ou outro motivo morreram, nunca foram substituídas, oferecendo o conjunto um aspecto triste e deplorável, incompatível com o que Joinville merece e precisa.
Este outra lado do bulevar, nunca terá o luxo, a sofisticação e a pretensão do seu primo rico. Mesmo que seja mais charmoso, mais tradicional, mais comprido e faça a ligação entre o histórico marco zero, que sinaliza o ponto da chegada dos primeiros imigrantes e o museu de sambaqui que homenageia e resgata a historia dos que estavam aqui antes. A verdade é com bem menos de 10 % do que custou o primo rico, poderia ter recebido uma remoção completa e ainda um pouco do carinho e atenção que lê foi sonegado ao longo dos anos. Tenho quase certeza que a resposta a este carinho teria sido bem recompensada e a cidade ganharia dois bulevares, o rico e este outro mais simples, mais que sem duvida tem tambem o seu encanto.
As obras publicas, sempre são assim, nunca são bem compreendidas pela comunidade, tanto dinheiro investido no Boulevard e agora descobrimos que bem ao lado, já tínhamos um bulevar, menos pretensioso, que tem cumprido em estóico silencio a sua função de servir de caminho a ciclistas e pedestres, que compartilham harmoniosamente este espaço verde, que margeia o nosso Cachoeira.
Um bulevar que com uns trocados poderia ter deixado de ser uma gata borralheira, para se converter na linda princesa.
Publicado no AN Cidade